Traumas De Criança

217 27 9
                                    

— Wan-Wanda.
Stephen disse ainda afetado pela magia, depois de longos minutos.
— Eu tô aqui, Stephen. Me perdoa por fazer isso com você, eu-e-eu.
Stephen negou com os olhos.
— Por favor, não peça desculpas.
Ele disse tentando se levantar. 
— Espere, você ainda está perturbado.
Stephen estendeu as mãos e invocou um portal que estava dando para o Sanctum Sanctorum, ele foi andando devagar com o auxílio da ruiva que segurava ele pelo tórax o puxando para cima, ele cambaleava e quando atravessou o portal se sentou numa poltrona que estava na sala com ajuda de Wanda que se ajoelhou na frente dele.
— Me perdoa Stephen, por favor...
Ele respirava fundo enquanto olhava pra ela com um vazio em suas pupilas dilatadas. Ela abaixou a cabeça para segurar as lágrimas, a culpa puxava seu pé como uma criança tinha medo do bicho-papão puxa-la para a morte. Stephen segurou seus ombros para mais perto e acariciou seu cabelo. Ficaram em silêncio por longos segundos até Stephen quebrar o clima tenso:
— Pode buscar um pouco de água pra mim?
Wanda levantou o rosto e se afastou de Stephen que colocou a mão sobre o cenho e fazendo massagem. Wanda levantou a palma da mão e devagar foi criando um copo de água do nada, a energia caótica de Wanda era usada de forma tão amena que nem parecia causar tantos estragos. Entregou o copo de água na mão se Stephen e ajudou a segurar, ainda estava tendo pequenos flashbacks do feitiço.
Wanda olhava para Stephen calada apenas esperando algum sermão ou algo do tipo.
— Quem era ela?
Wanda perguntou tentando não ser invasiva, ainda exitou.
Stephen levantou o rosto perturbado sem ter entendido direito. Wanda respirou fundo.
— A garota da visão...
Stephen riu de canto e se recostou na poltrona.
— Donna, minha irmã.
Wanda serrou os punhos.
— Não sabia que tinha irmã. 
Falou com a cabeça baixa.
— Irmãos.
Ele corrigiu. E ela levantou a face a Stephen.
— Irmãos?
— Donna e Victor. Eu era o mais velho. E eu sou o único vivo.
Wanda arregalou um pouco os olhos engolindo seco
— E-eu... Sinto. Muito.
Ela gaguejou.
— Se eu ganhasse mil reais a cada pedido de desculpas seu, eu teria recuperado toda a minha fortuna.
Ele falou sarcástico.
— Não é sua culpa eles terem morrido... É minha.
Stephen alegou se levantando.
— Sua?
Wanda seguiu seus olhos a cada movimento que Stephen andara. Ele se dirigiu ao segundo andar do Sanctum ainda um pouco abalado, mas não queria perder a pose.
— Me siga.
Ordenou, Wanda foi levitando até ele.
— Donna morreu afogada após ter uma câimbra. Nunca me perdoei por isso.
— Você era só uma criança, Stephen.
Ela falou atrás dele. Ele parou e sorriu.
— Você tem razão, mas ninguém se importou com isso no dia.
— Eu sei como se sente, não é mentira quando eu digo que temos uma vida parecida.
Stephen olhou de canto pra ela.
— Depois que Donna morreu, comecei a focar na minha carreira de médico, eu queria compensar a vida da minha irmã em outras pessoas, quando eu já estava bem de vida, minha mãe teve uma doença sem cura na época, ela morreu. E eu novamente não consegui salvar a vida da minha família...— Ele abaixou a cabeça para suspirar, Wanda tocou no seu ombro.— Meu pai ficou depressivo e doente após perder minha mãe, sua angustia o levou a morte, eu não queria ir no enterro dele, eu não tinha forças para lidar, mas Victor não entendia... Ele veio me pressionar a ir, mas eu bati firme meu pé no chão sobre minha decisão, ele saiu enfurecido... Não olhou pros lados da rua e morreu também.
Stephen relatava isso tão friamente que parecia que só era um pouco de arranhão numa grande ferida, Wanda olhava pra ele atormentada. Eles pararam na frente de um quarto, Stephen abriu a porta, era o quarto dele.
— Você precisa dormir bem.
Wanda falou tocando em sua testa com o indicador, Stephen fechou os olhos sorrindo. Wanda colocara memórias boas em sua cabeça e momentos felizes, ela sentia na necessidade de fazer algo depois disso. Ela guiou Stephen até a sua cama e o deitou de barriga pra cima.
— Obrigada Wanda.
Stephen abriu os olhos dormentes e encontrou seus olhos azuis nos verde de Wanda, por mais que não quisesse ter passado por essa experiência, não achava certo ser tão rígido com a mulher, ela não parecia ter noção de sua magia, era sua obrigação ajuda-la. Wanda se sentou na beirada da cama e fixou seu olhar no dele.
— Eu perdi todos que eu amava também... Meus pais foram mortos por bombas terroristas em Sokóvia, as vezes eu queria ter morrido lá também.
Stephen buscou sua mão na cama e a segurou na intenção de consola-la. Wanda desviou os olhos rapidamente para ver a mão do Stephen acariciar a sua e olhou pra ele com um pequeno sorrido de beira boca.
— Meu irmão morreu quando lutávamos contra Ultron, juntos com vingadores, ele morreu para salvar o Clint.
Ela fungou.
— Eu também perdi o Visão.
Ela olhou pra janela vendo a chuva cair por Nova Iorque.
— Estamos destinados a perder quem mais amamos para salvar esse universo.
Stephen passava as unhas de leve no dorso de Wanda. Ela olhou para as mãos deles, ela levantou a sua mão ainda encostando, agora, na palma da de Stephen. A mão dele era muito maior e isso era visivelmente engraçado, ela riu sozinha. Parecia uma criança brincado. Ele observava ela silenciosamente, a mesma pousou seus dedos cruzando com os dele, fechou os olhos e começou a sentir a aura que emanava de Stephen, era poderosa, a energia escarlate de alguma forma estimulou a magia mística de Stephen que se encontrava nas palmas das mãos deles, que seus dedos dançavam em harmonia conjurando algo. Era uma conexão que eles nunca sentiram antes. Stephen se sentou na cama com cautela para não romper essa afinidade mágica que encontraram no outro, não esperava isso.  A aura dos dois agora brilhavam alaranjada como os olhos dos dois.
— Você sente o que eu sinto?
Wanda questionou Stephen telepaticamente.
— Eu só sinto você...
Wanda olho pra os olhos de Stephen que fez o mesmo, como se estivessem dividindo as mesmas ações.
— Eu só sinto você também...
— Estamos muito próximos, não acha?
Wanda falou olhando o lábio finos.
— Não o suficiente. Eu espero.
Stephen se aproximou um pouco do rosto dela.
Não era eles, não parecia ser, os corpos deles foram tomados por uma energia afrodisíaca. Quando os rostos dele pareceram estar mais perto, um portal se abriu na frente da cama, a ligação foi cortada. Seus olhos esmaeceram e eles soltaram as mãos, suas respirações eram intensas. Wong passou pelo portal olhando para os dois desconfiado.
— O que houve aqui?
Nem os dois entenderam direito. Stephen encolheu as pernas e se levantou da cama.
— O que você quer?
— Eu fiz uma pergunta primeiro.
Wong respondeu franco, Stephen olhou julgando.
— Sendo sincero. não sabemos.
Stephen falou olhando para Wanda que estava respirando ofegante olhando para o nada.
— Respondido sua pergunta, o que você quer?
Stephen falou sarcástico, se voltando para Wong.
— Sentimos um desiquilíbrio no universo, você não sentiu?
Stephen engoliu seco.
— Talvez e--, nós tenhamos feito esse desiquilíbrio.

Wanda atentou-se em Stephen. O que tinha acontecido?

ScarlatStrange || The true love storyOnde histórias criam vida. Descubra agora