Âncora

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Não tire os olhos do horizonte.
- Will Turner

Navori, Ionia

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Navori, Ionia

O entardecer despontava nos céus quando os carregamentos foram entregues em Navori. Haviam chegado em Ionia há algumas horas, e depois de algum tempo trabalhando para descarregar tudo que devia ser deixado para o abastecimentos das casas e dos templos das Primeiras Terras, finalmente puderam ter um merecido descanso depois de dias de velejo.

Adoravam estar em alto mar, é claro, aquela imensidão era o que chamavam de lar, o mundo ficava infinitamente maior quando estavam à deriva e nenhuma sensação humanamente tangível podia se comparar àquela. Mas, toda vez que seus pés tocavam o chão da terra firme e o cheiro da grama e da terra invadiam suas narinas, sentiam-se preenchidos. Estar no mar trazia a sensação de liberdade, a autonomia de viver sem amarras, quase como se fosse possível voar sem asas, mas era em terra que sentiam o calor do solo, a estabilidade e a tranquilidade de estar em algum lugar firme, sem ter que se preocupar com as tempestades, com a ressaca e com os perigos. Sentiam conforto no que era sólido, e quando se passa tanto tempo navegando, é uma sensação que, vez ou outra, faz bem.

Navori estava agitada naquele dia e as pessoas nos vilarejos corriam de um lado para o outro, finalizando os preparativos para a Lua Sangrenta. As casas estavam decoradas com luminárias e enfeites avermelhados, adornos e pinturas marcavam os muros e as pilastras, barracas de jogos e comida já podiam ser vistas e elementos diversos relacionados a rica cultura Ioniana eram orgulhosamente expostos em todos os lugares onde os olhos podiam ver. O clima era leve, festivo, e a alegria parecia caminhar ao lado das pessoas. O cheiro da magia ancestral que habitava naquelas terras era forte e abraçava todos os que pisavam ali, como em um cumprimento de boas vindas.

Pouco a pouco os tripulantes que estavam espalhados entregando suprimentos iam retornando, juntando-se em frente ao Estrela da Manhã, a postos esperando por demais ordens. Permaneciam eretos em seus uniformes costurados com os mais finos tecidos que o dinheiro podia comprar, perfeitamente asseados, carregando as cores da bandeira do navio: azul, dourado e vermelho. Azul era para o mar, aquilo que os movia, a infinita imensidão. Dourado para o sol, representando o recomeço, a luz em seus caminhos. E o vermelho, como o sangue que os unia em irmandade, juntos por uma mesma paixão e um mesmo propósito. Aquelas cores carregavam grande significado em seu vibrar, e Leona sabia mais do que ninguém o quanto seus homens se esforçavam para honrá-las, respeitando seu imenso valor.

- Todos os carregamentos foram entregues, como solicitado. - Atreus começou, colocando-se ao lado de sua capitã e observando os homens enfileirados em sua frente. - Os vilarejos estão abastecidos, Irelia e os Kinkou conferiram pessoalmente a contagem de suprimentos para os demais locais, tudo em perfeita ordem.

- Releram os acordos?

- Cada linha. - o imediato confirmou.

The Anchor | Leodia Short-FicOnde histórias criam vida. Descubra agora