Nakahara Chuuya
Não lembro ao certo como aconteceu, mas me lembro muito bem de como meus pais surtaram ao me verem descendo as escadas naquele dia.
Bom, vamos por partes. Meu nome é Nakahara Chuuya e tenho dez anos, faltando apenas treze dias para completar onze. Tenho cabelos ruivos curtos, olhos azuis e pele branca. Minha irmã sempre me diz que sou muito sociável e amigável.
Quando eu tinha sete anos, tudo estava perfeitamente bem. No entanto, no meu oitavo aniversário, algo aconteceu.
Naquele dia, acordei e saí do meu quarto em direção às escadas para ir até a cozinha e tomar café da manhã com minha família. No entanto, assim que minha mãe me viu descendo as escadas, soltou um grito e deixou cair os pratos que iria colocar na mesa, fazendo-os se quebrarem no chão.Ela me olhava assustada, com os olhos azuis arregalados e as mãos tampando a boca, o que me deixou ainda mais ansioso. Eu olhava para trás, procurando o que tanto a assustava, mas não encontrava nada até que meu pai entrou na sala.
Ele me olhou com horror, puxando minha mãe contra seu corpo e protegendo-a com seus braços. Foi ali que percebi que havia algo de errado comigo, porém eu não sabia o que era.
Meu pai logo me mandou explicar a brincadeira sem graça que eu estava fazendo e que eu não deveria brincar com coisas tão sérias. Naquele momento, mesmo sem entender nada, abaixei minha cabeça e pedi perdão. Foi a primeira vez que me trataram com tanta grosseria e horror, em vez do amor que eu estava acostumado a receber.
Meus pais, vendo que eu não estava entendendo, perceberam e minha mãe foi até a sala devagar e pegou um espelho que havia lá. Ela o virou para mim, mostrando meu reflexo.
Minha surpresa foi vista pelos meus progenitores, que apenas observavam minha incredulidade ao ver no meu reflexo asas demoníacas e dois chifres onde antes jazia uma auréola dourada e asas brancas pomposas. Mas o que mais me surpreendeu foram as cores das asas e dos chifres. Eles eram brancos, completamente brancos.
A partir daí, minha vida foi só ladeira abaixo. Meus pais começaram a ignorar minha presença para depois passarem a odiá-la. Claro que doeu no começo - ainda dói - mas eu aprendi a conviver bem com isso, já que mesmo com essa surpresa agradável - sinta o sarcasmo -, minha irmã ainda me tratava bem, sempre me lembrando de que isso não mudou quem eu sou.
Obviamente, tenho muitas perguntas sobre como isso aconteceu comigo e por que isso aconteceu comigo, mas a Ane-san me disse que assim que eu entrasse em Hogwarts, eu conseguiria respostas mais fáceis. Então, me resta apenas esperar. As aulas vão começar em setembro e a carta deve chegar agora em abril para termos tempo de nos organizarmos e comprarmos os materiais pedidos.
Neste momento, estou na sala depois de ter passado a madrugada sem conseguir dormir. Estou esperando a carta de Hogwarts, já que as coisas aqui em casa estão cada vez piores graças à minha condição de "demônio/anjo".
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Algumas semanas atrás
Eu acordei ouvindo uma gritaria na sala de estar. Temendo o pior, levantei rapidamente, mas me arrependi logo em seguida ao sentir tontura e voltar a sentar na cama, colocando uma mão na cabeça e olhando ao redor.
Assim que a tontura passou, voltei a caminhar em direção à saída do meu quarto. Ao abrir a porta, os gritos ficaram mais altos. Ane-san e mamãe estavam discutindo de novo. Descendo as escadas, encontrei as duas brigando sem perceberem minha presença.
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Arcanum Deorum: Os Segredos Nunca Morrem
FanfictionQuando Chuuya chegou na tão aclamada Hogwarts pensou que iria conseguir fazer amigos e aprender coisas novas com facilidade, mas não contava com os mistérios e segredos que o grande castelo escondia, afinal, problema o perseguiam e os segredos nunca...