Aqui É A Minha Nova Casa

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  Nakahara Chuuya

  Acordar escutando o barulho irritante do despertador é uma verdadeira desgraça, mesmo que o meu toque seja uma música aleatória que eu gosto, já que eu tenho o pensamento de que não importa o horário ou a música, ser acordado com o despertador é o que ferra tudo.

  Eu peguei meu celular e desliguei o alarme, logo colocando-o na mesinha ao lado da cama, me preparando para voltar a dormir, até que lembrei que dia era hoje. 1.º de setembro, dia de ir para Hogwarts.

  Logo, eu abri meus olhos e saí de baixo das minhas cobertas, calçando minha pantufa, já me arrependendo pelo frio que fazia às oito da manhã. Então, peguei uma roupa do dia-a-dia e me enfiei no banheiro, indo direto para debaixo do chuveiro, ligando a água quente.

  Assim que saí do banheiro, com o corpo limpo e os dentes escovados, eu pude ver a fumaça de ar quente saindo junto comigo.

  Eu me sentia quente com as roupas de frio que eu usava: uma blusa fina de manga e gola alta preta, minha jaqueta jeans, uma calça jeans azul-clara e meu All Star preto.

  Olhando-me no espelho, eu me senti bem comigo mesmo.

  Concentrando-me um pouco, fechei meus olhos e liberei uma parte do meu núcleo espiritual. Assim que os abri novamente, pude ver minhas asas e chifres brancos.   

  Não nego que são bonitos e bem diferentes de qualquer um - literalmente, já que um demônio "branco" chega a ser contraditório.

  Mas sabia que deixá-los escondidos me faria muito melhor enquanto estivesse na escola.

  Respirando fundo, escondi novamente esse meu lado. Logo, voltei para a realidade e saí do quarto, fechando a porta em seguida. Nós sairíamos daqui às nove e meia para não corrermos o perigo de nos atrasarmos.

  Descendo as escadas e indo para a cozinha, encontrei todos já sentados à mesa.

  Logo me sentei e esperei um pouco - rezamos antes de todas as refeições - e começamos a comer. Eu comia em completo silêncio, vendo a mãe sorrir para Kouyou, que estava orgulhosa por ser chamada para mais um ano em Hogwarts. Minha irmã não parecia muito feliz com toda aquela atenção, mas também não parecia muito incomodada.

  — Suas malas estão prontas, não é, Chuuya? — Levei um leve susto ao escutar meu pai me fazendo a pergunta em um tom tão amigável. — Não gostaria que sua irmã se atrasasse por sua culpa.

  Esquece, alegria de pobre dura pouco e comemorei cedo demais. Mas pensando bem, espero não estar esquecendo nada. Coloquei tudo o que pude e o que não pude naquelas malas. Anne-san disse que, como vamos passar praticamente um ano lá, seria bom levar uma mala grande e, se eu quisesse, poderia levar uma menor também, e foi o que fiz.

  — Acho que estou levando até a decoração do quarto comigo. — Eu disse mais para mim, mas ao que vi, todos da mesa escutaram. Kouyou riu, meu pai continuou comendo e a mãe olhou para mim como se eu tivesse falado muita merda. — Mas sim, arrumei minha mala ontem de manhã e olhei antes de dormir de novo.

  Eu me sentia muito orgulhoso da minha própria responsabilidade. A partir das onze horas, eu vou ser uma nova pessoa, totalmente livre dessas regras de merda. Não aguento mais.

  Quando terminamos o café da manhã, Kouyou e eu subimos para pegarmos nossas bagagens. Ao entrar no carro, vi Alaska me olhando de dentro de sua gaiola. Logo, peguei o pedaço do bolo que trouxe comigo e dei para ele.

  Me sentia eufórico em saber que logo, logo, estaria em Hogwarts. Lá seria tudo diferente, sem julgamentos e sem altas emoções, apenas paz, tranquilidade e muito estudo.

Arcanum Deorum: Os Segredos Nunca MorremOnde histórias criam vida. Descubra agora