Ao Lado do Desconhecido

3 1 0
                                    

Dazai Osamu

  Ser guiado pela Kouyou-ane-san até a comunal não foi nada complicado, além de ter nos explicado sobre tudo com muita clareza, mas ela com certeza sabe de algo sobre mim.

  — Muito bem crianças, vocês podem ir se adaptando aos seus quartos ou começar a interagir com os outros alunos, fiquem à vontade, somos sua segunda família por aqui! — Ela sorriu para nós e foi em direção à escada que leva para os quartos, eu fui atrás para encontrar o meu também.

  Cada aluno tem o seu quarto, uma coisa relativamente boa, pois a ideia de dividir o quarto com alguém não me anima nem um pouco.
  Andando um pouco pelo corredor, após subir as escadas, eu vi uma porta de madeira preta com meu nome escrito em letra cursiva na cor prata.

  Abrindo a porta pude ver um quarto espaçoso com uma cama grande e com os meus lençóis de cama, um guarda-roupa que provavelmente tinha minhas roupas já arrumadas e mais ao lado da porta havia minha mesa de estudos com meus livros e o cronograma escolar, além de um grande espelho oval ao seu lado.

  Assim que fechei a porta e peguei meu cronograma, me joguei na cama, me deitando confortavelmente enquanto segurava o papel dos horários, mas mantinha meu corpo totalmente estirado, como se eu fosse uma estrela-do-mar.
  Eu virei a cabeça e vi mais uma porta, a do banheiro provavelmente, mas ignorando-a completamente, eu peguei e dei uma olhada nos horários e não tinha nada de muito interessante, porém eu espero que Mori cumpra a promessa que me fez entrar nessa escola.

  Eu suspirei e me levantei, deixando o papel em cima da cama, com a roupa de cama amassada e um pouco bagunçada. Logo saí do quarto e fechei a porta, indo para o salão da comunal, vendo uma única pessoa sentada na mesa de xadrez do local.

  — Esperava ver mais gente por aqui. — Minha voz saiu mais alta do que imaginei, chamando a atenção do garoto de cabelo preto que passava das orelhas, ele usa um chapéu estranho.

  — Alguns voltaram para o salão principal e outros foram ver os quartos. — Ele suspirou e arrumou as peças de novo. — Sabe jogar?

— Sim.

— Ótimo! — Ele apenas apontou para a cadeira na frente dele e esperou até que eu me sentasse. — Fyodor Dostoevsky.

  — Dazai Osamu. — Eu estava com as peças brancas, logo eu daria início ao jogo. — Você tem um sotaque forte. Russo?

  — Sim, muitos perceberam pelo meu chapéu. — Ele olha para mim esperando o movimento das peças brancas. — Você é japonês, não?

  —Sim. — Eu começo o jogo com uma abertura agressiva, movendo a peça do rei duas casas à frente.

  —Aqui é uma das escolas mais famosas no quesito feitiços, acredito ser por isso que tenha tantos alunos intercambistas — Ele começa abrindo uma defesa sólida movendo o cavalo para a casa c6 e logo após eu mover mais um peão ele move o outro cavalo para a f6. — Ela tem uma grande defesa contra invasores, realmente preza pela segurança dos alunos.

  Eu sabia disso melhor que ninguém após conviver alguns anos com Mori, sendo esse um dos motivos de não querer ter me matriculado aqui, então apenas fiquei quieto e continuei com o jogo que, conforme foi acontecendo, me fez perceber como aquilo parecia um campo de guerra.

  Eu estava tentando um ataque na ala do rei e mantendo minha rainha e torres em posições ofensivas, mas Fyodor é um bom jogador e conseguia resistir, defendendo-se muito bem

  — Você realmente me surpreendeu, é raro eu achar alguém que consiga me fazer pensar em muitas táticas no xadrez — Ele sorri enquanto observa o tabuleiro atentamente. — Me pergunto se seu cérebro irá aguentar muito tempo sem te fazer cometer um deslize.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: a day ago ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Arcanum Deorum: Os Segredos Nunca MorremOnde histórias criam vida. Descubra agora