Capitulo VII: A Mente De Um Escritor

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CAPÍTULO VII

《A Mente De Um Escritor》


O dia passara tão rápido, que eu tivera que voltar a casa. Voltar a casa  ou fugir do assunto? Era mesmo voltar a casa.

Pedimos a conta e ele insistiu que pagasse, foi gentil ao fazer.

"Antes de dormir, seje sempre gentil"

Saímos do lugar em que estávamos e eu mandei parar um táxi, mas ele se propôs a me acompanhar. Neguei, porém ele me implorou e sem muito o que fazer pensei, e porquê não? Se ele mesmo insistia.

Abriu a porta da sua viatura, convidou-me que entrasse, entrei cheia de estilo, pois não entrara em uma viatura qualquer.

De seguida ele também entrou e seguimos adiante. Ele ficou calado e sem tirar as mãos do volante. Eu queria entender o que se passava pela mente de um Escritor.

Como entender a mente de alguém que tem a capacidade de assumir muitas personagens e não perder a sua identidade?

Como viver ou conviver com alguém que tudo para ele faz parte de uma  imaginação?

Como se comunicar com essa mente que está sempre pronta e ágil ou até mesmo hábil para persuadir?

Queria eu entender, queria eu perceber. Queria eu, ter ao menos  noção de como seria esse mente.

A imaginação nos leva a lugares  inacreditáveis, lugares em que nem a nossa realidade consegue alcançar.

E isso? Isso só acontece na mente. É na mente onde tudo começa. É na mente onde nos sobrevoam as primeiras palavras dos grandes livros.

É na mente onde são analisados os pequenos capítulos.

É na mente onde buscamos os grandes conteúdos. É na mente onde damos vida as pedras, a água, o sol e a lua. É na mente onde os objectos falam e as pessoas o ouvem.

É na mente que nasce o medo que destrói as vitórias.

É na mente onde usamos a morfologia e criamos as belíssimas histórias.

É na mente onde guardamos os maiores tesouros da vida em forma de memórias.

É na mente onde a inocência acusa e se dá o peso na consciência.

É na mente onde criamos a ciência. É na mente que vive a sabedoria.

É na mente que o gato canta e não mia. É na mente que se cria a magia e é da mente que vem a nossa alegria.

Tudo isso podia vir da mente, mas o amor que eu senti naquele momento, não era proveniência da mente.

Porque a mente pode até ver, idealizar ou criar, mas o coração é que sente.

E eu senti!

《Escritor Narrando》

Calado com ela no carro sentia, sentia o calor entre a gente. Sentia os batimentos cardíacos do meu coração.

Sentia o prazer de estar com ela em um momento de reflexão.

Sentia a honra de acompanha-lá até a sua habitação.

Sentia a vontade de falar e me expressar, declarar e gritar, olhar para ela e tocar.

Sentia vontade de arrancar o seu coração quebrado e bloqueado, joga-ló pela janela do carro e o meu coração a ter doado.

Sentia os seus pensamentos tentando me compreender, mas os nossos sentimentos nos colocavam sem nada a dizer.

Era tão somente desfrutar e deixar o silêncio falar, estacionei em frente da sua casa e ela desceu. Porém não resiti, eu tive que lhe abraçar.

A abracei e o meu coração confirmou "É Ela", sem nada a dizer ela entrou, sorriu e o sol raiou.

- Que vida! Afirmei...

Entrei no meu carro e "bazei".

《Graça Narrando》

- Que vida! Afirmei...

Entrei em casa e me fui.

O dia havia sido maravilhoso, deu para conhecer o Escritor da melhor forma possível. E quer saber, eu gostei muito dele, mas não sabia se foi algo verdadeiro ou pela sua simpatia apenas. Todavia não queria me precipitar. (Foi o que achei)

Enquanto refletia no seu abraço, ou seja, enquanto refletia no que tivera  acontecido hoje, notei que não havia tirado nenhuma foto com ele.

Eu queria mostrar para minha Sobrinha, mas sem foto nehuma ela não acreditaria em mim. (Esse foi o discurso que usei para me conter e o chamar volta)

Peguei o celular e o liguei.

Ligação On

Escritor: - Oi!

Graça: - Olá, espero que ainda não tenha chegado em sua casa!

Escritor: - E porquê não?

Graça: - É que não tiramos nenhuma foto juntos e eu queria mostrar a minha Sobrinha que finalmente te conheci e terei uma foto contigo!

Escritor: - A ideia era tomar água de cocô e não tirar fotos...

Graça: - A ideia era tomar água de cocô e não me abraçar... Então, visto que o fizera, seria justo que eu também tirasse uma foto contigo!

Escritor: - Acho justo, chego aí em 30min!

Ligação Off

《Escritor Narrando》

Não tinha como não voltar, independentemente de qual fosse a distância, eu voltaria.

E só para alimentar o meu ego, disse para mim mesmo que seria apenas uma simples foto, com uma simples fã. Enquanto que na verdade eu, ela e tu sabemos que seria algo muito mais do que uma simples foto, pois ninguém te chama para tirar uma simples foto somente.

A Mente De Um EscritorOnde histórias criam vida. Descubra agora