Capítulo Três

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Algumas horas depois...

Eu olho para o relógio que fica no micro-ondas e constato que estou atrasada. Já passou das seis da tarde e logo Jonas irá retornar para casa ansiando um banho após um longo e exaustivo dia de trabalho. Eu fiquei perdida em meus devaneios e acabei perdendo a noção do tempo. Rapidamente, eu termino de organizar alguns utensílios na cozinha e constato que tenho apenas duas horas para me preparar até que os convidados cheguem. Foi um dia corrido, bem diferente do meu dia a dia. Geralmente, eu divido os meus afazeres domésticos por dia, mas hoje eu limpei a casa, cuidei dos cachorros, preparei o jantar e agora estou cansada, suada e descabelada. Porém tudo saiu como o planejado e a casa está digna de receber os convidados importantes de Jonas, sem me esquecer do mais importante, comemorarmos o nosso vigésimo aniversário de casamento. Espero que tudo esteja do gosto de Jonas e que os seus convidados se sintam à vontade em nosso lar. Trabalhei arduamente para que tudo esteja bem e, perfeccionista como sou, saio pela casa fazendo uma última ronda, quero me certificar de que nada falte e que tudo esteja em seu devido lugar. Poucas vezes precisei correr tanto para servir um jantar, não é comum recebermos pessoas que não sejam os nossos familiares, mas não sei por qual razão Jonas abriu essa exceção. Essas pessoas, com certeza, são muito importantes para ele. Verifico a mesa de jantar já posta com a louça de porcelana italiana que ganhei de presente de casamento da dona Hilda, mãe de Jonas, que sempre nos dá lindos presentes. As taças de água e vinho de cristal e os talheres de prata que compramos em nossa segunda viagem de lua de mel para Paris estão em seus devidos lugares. Os guardanapos com rosas vermelhas que são bordados a mão, um lindo trabalho feito pelas talentosas mãos de mulheres rendeiras de uma pequena comunidade no interior da cidade de Natal adquiridos em uma de nossas viagens pelo Brasil estão no centro dos pratos. Uma união onde o relacionamento é baseado no amor, confiança e companheirismo, assim como o nosso casamento. Contente com o trabalho que eu havia concluído, subo para o meu quarto, ansiando por um banho relaxante e demorado. Adentro o quarto, vou até o guarda-roupa e pego o vestido tubinho azul- escuro de alça, que comprei há alguns meses para usar nessa data, que é muito especial para nós. Para combinar com o vestido, pego um par de sandálias pretas de tiras, escolho um par de brincos de pérolas negras, que foi um presente de Jonas no nosso décimo aniversário de casamento, quando fizemos um cruzeiro pelas praias brasileiras. Arrumo tudo sobre a cama e sigo para o banheiro. Tiro as minhas roupas e as deposito no cesto, então entro no boxe e ligo o chuveiro, regulando o registro até que a água caia morna sobre a minha cabeça e meu corpo. Eu pego o frasco de xampu e despejo uma boa quantidade nas mãos, passando- os no cabelo em seguida. Lavo meus cabelos e enxaguo, em seguida faço o mesmo com o meu corpo. Minutos depois saio do boxe, me enxugo e visto o roupão. Começo a escovar os cabelos e a cantarolar uma música do Roberto Carlos que embalou a nossa primeira dança.

Fecho os olhos pra não ver passar o tempo Sinto falta de você Anjo bom, amor perfeito no meu peito.

Sem você não sei viver Vem que eu conto os dias Conto as horas pra te ver Eu não consigo te esquecer Cada minuto é muito tempo sem você Sem você...

— Ah, Jonas! — Levo as mãos ao peito assim que vejo a imagem do meu amado esposo através do espelho. Seu ombro apoiado no batente da porta, braços cruzados na altura do peito, cabelo com alguns fios grisalhos e lindamente vestido em seu elegante terno escuro. — Você quer me matar de susto? — Essa não era a minha intenção, mas a sua beleza me distraiu. — Ele dá um sorrisinho divertido. Os seus olhos percorrem o meu corpo com cobiça, então olho para ele, que me encara por alguns segundos antes de quebrar o silêncio. — Você fica mais linda a cada ano que passa.

— São os seus olhos, querido, mas agradeço o elogio. Você, como sempre, muito gentil. — Não agradeça, meu bem, estou apenas dizendo a verdade. Você é linda. Eu volto a fitá-lo através do espelho. Elegante, Jonas dá passos lentos sedutoramente em minha direção e envolve os seus braços fortes e definidos pelos exercícios que pratica semanalmente em volta da minha cintura. Ele coloca o rosto entre os meus cabelos, inalando o meu perfume e colando a minha bunda em seu membro levemente ereto. Engulo em seco, sentindo o arrepio de excitação percorrer dos meus pés até o meu couro cabeludo. — Hum! Você vai colocar o vestido tubinho azul? — Sua voz soa como um gemido. — Sim, vou — digo com um fio de voz. Ele assente com a cabeça em concordância e afasta um pouco o roupão, deixando exposto o meu ombro.

Bodas de porcelanaOnde histórias criam vida. Descubra agora