Capítulo Quatro

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Degustamos o maravilhoso licor entre uma conversa animada e outra. Graças ao leve teor de álcool presente na bebida, eu me sinto mais à vontade, descontraída. Jonas nos serve mais uma rodada de licor e se eu não conhecesse bem o homem maravilhoso com quem estou casada há vinte anos, eu diria que ele está tentando fazer com que eu fique embriagada. Antes de se juntar aos homens, parecendo saber o que está prestes a acontecer ali entre a sua esposa e as duas convidadas, ele rapidamente percorre o olhar atento de Amanda para Samanta e, em seguida, volta a sua atenção para mim. O seu olhar não esconde o desejo e admiração que sente ao me ver tão submissa ao meu esposo. Sua respiração se altera como eu nunca havia presenciado antes. Sob o meu olhar atento, eu o vejo girar nos calcanhares e sair, voltando a se juntar aos homens que conversam aparentemente descontraídos. Sou desperta do meu devaneio ao sentir uma mão macia acariciar um dos meus joelhos descobertos. Estremeço ao mesmo tempo em que me assusto, não esperava por isso, e levo alguns minutos até descobrir quem é a dona da mão. Eu fito de soslaio o local acariciado e contemplo uma mão de dedos longos e unhas curtas pintadas com um esmalte escuro. Samanta. O seu perfume adocicado misturado ao da sua pele chega até as minhas narinas, mandando para longe toda a armadura com a qual eu havia me revestido para me proteger de qualquer excitação que pudesse surgir, falhando ridiculamente. Nossos olhos se encontram e vejo neles o desejo e a excitação, tudo vindo com força dentro de mim e me assustando. Coloco a mão sobre a dela na tentativa de afastar o seu toque, mas ela me pega de surpresa ao me segurar com a sua mão quente e, em seguida, entrelaçar os dedos aos meus e me impedindo de me mexer. O que está acontecendo comigo? Por que estou excitada? Ao sentir o toque dos seus dedos, eu percebo que me sinto atraída por Samanta mais do que quero admitir e isso queima como um inferno dentro de mim. Com um movimento brusco, eu puxo a minha mão de volta, mas Samanta volta a colocar a sua mão sobre o meu joelho. Olho rapidamente na direção de Jonas, mas ele está envolvido em uma conversa com os seus convidados. Engulo em seco. Nervosa, eu me remexo para que ela pare com as suas investidas, mas o mais estranho é que eu me arrependo por ter funcionado, porém, alguns minutos depois ela volta a tocar a minha perna, então aperto uma contra a outra para pressionar a sua mão ali e um sorriso irônico dança em seus lábios. Só que ela não desiste e continua a deslizar a mão em minha coxa, enquanto leva a outra mão ao meu rosto para colocar uma mecha do meu cabelo atrás da orelha antes de afagar o meu rosto com o polegar. - Você é linda - ela diz e o meu rosto aquece, corando. Não estou acostumada a receber elogios de mulheres, não com segundas intenções como a que percebo através dos olhos de Samanta. - O... obrigada! - gaguejo e o meu nervosismo a estimula. Pouco a pouco, ela separa melhor as minhas pernas e me deixa exposta e vulnerável, para o seu deleite. Preocupada com o que o meu esposo possa pensar, eu olho para ele, apreensiva. Não quero que ele pense que o estou traindo, mas ele parece não se importar, está alheio ao que acontece a sua volta, concentrado apenas no assunto de Ramires, que fala animado sem parar. - Está pronta para brincar, Sônia? - A voz de Amanda soa rouca e excitada, sua mão se junta a de Samanta, acariciando a parte interna da minha coxa. Meus seios estão pesados e sensíveis, os bicos durinhos, minha boca seca e minha boceta pulsa quente. Estremeço. - Confia em nós, Sônia? - Agora é a vez de Samanta sussurrar em minha orelha antes de mordiscar. Eu perco o controle sobre a minha mente e meu corpo, e assinto em concordância. O que estou fazendo? Eu preciso sair daqui o quanto antes. Repito para mim mesma mentalmente, não tão certa de que é isso que farei. Faço menção de me levantar, mas Amanda segura a minha coxa, fazendo com que eu permaneça no lugar, então fico sem saber que atitude tomar. Os pelos do meu corpo estão eriçados e a minha respiração acelerada. - Não tema, querida. - Eu desvio meus olhos de Amanda, que tem seus lábios secos e entreabertos em um pequeno formato de "o", e os volto na direção de onde vem a voz levemente rouca e visivelmente excitada de Jonas. Sua voz soa como música para os meus ouvidos. Eu fico encantada, enlouquecida, e por alguns minutos eu perco a razão. Meu coração acelera e eu estremeço. - Não tema, meu bem. Eu preciso que você confie em mim e aproveite ao máximo o seu presente. Se permita conhecer o novo. Sônia, olha como você está vermelha, completamente excitada, pegando fogo. Eu a conheço o suficiente para saber que você está ansiando para chegar ao orgasmo e é essa a minha única intenção aqui. Dar prazer a você, me dá prazer. Suas palavras me deixam quente. Úmida. Continuo fitando Jonas por mais alguns minutos, que assente com a cabeça me incentivando a seguir em frente. - Está... está bem. - Não tão certa de que eu o farei, mas dominada pela excitação extrema que percorre o meu corpo, eu assinto em concordância. Eu só posso estar ficando louca, não há outra explicação. Um largo sorriso de satisfação dança em seus lábios e eu vejo um vestígio de ansiedade em seus olhos. O que estamos fazendo? Penso, mas não digo. Não posso negar que o meu desejo não é só satisfazer a ele, mas também a mim. Jonas se levanta e, como um caçador em busca de sua presa, caminha em passos lentos em minha direção. Eu me deixo levar pelo momento. Ele se aproxima e para diante de mim, colocando um dos seus joelhos no chão enquanto o outro está flexionado. Ele segura a minha mão e só então eu me dou conta que uma de suas gravatas está em sua mão. Eu fico me perguntando quando foi que ele a pegou ou se desceu com ela e eu não notei. - Olhe pra mim, meu amor - ele chama a minha atenção para si. - Não fique assustada, minha deusa, estarei aqui caso você decida parar. Entendeu? Olho de Amanda para Samanta, que ainda mantém suas mãos entre as minhas coxas. - Eu entendo, meu amor - digo com sinceridade. - Ótimo. - Jonas se levanta e aproxima os seus lábios dos meus em um beijo casto. Ele se encaminha para a parte de trás do sofá, coloca a gravata sobre os meus olhos para me vendar. Um silêncio sepulcral se instala entre nós e só se ouve sons das nossas respirações ofegantes. A ansiedade percorre o meu corpo com o que vem a seguir. - Aproveite cada minuto, meu amor. Não precisa se preocupar, estarei aqui caso não se sinta confortável. Engulo em seco e pergunto: - O que vai acontecer, Jonas? - Tudo o que você desejar, querida - sussurra em meu ouvido e o meu corpo fica arrepiado, então ele beija o meu pescoço e eu vibro. - Agora quero que você mantenha a calma. Nós vamos para outro cômodo e não se preocupe, eu a guiarei. Deslizo a língua em meus lábios ressecados, umedecendo-os, extasiada. Jonas se aproxima de mim e me dá um beijo na testa. Sinto Amanda e Samanta se afastarem, então ele segura a minha mão e me ajuda a ficar de pé, passa o braço em volta da minha cintura, fazendo com que eu me apoie em seu ombro largo e forte, onde muitas vezes entrelacei meus braços para me segurar enquanto ele me fazia sua. - Deixe que eu a guie, meu amor. Assinto com a cabeça, ansiosa. Alguns passos lentos e nós nos encaminhamos para outro cômodo. - Chegamos. Aqui, querida - Jonas diz ao me sentar em uma superfície dura. Eu coloco as mãos na frente do meu vestido, impedindo que eu fique mais exposta do que já me sinto, mas uma mão que sei que pertence a Jonas me impede. - Você está linda, meu bem - sussurra ao lóbulo da minha orelha e em seguida mordisca. Eu o sinto se afastar e tento sorrir, fingindo estar tranquila. Não sei onde Jonas está, mas sinto a magnitude que emana do seu corpo. Ele está excitado, louco de desejo para ver o início do espetáculo. - Jonas - chamo por ele.

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