Estrelinhas

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S/n terminou de fazer o jantar e veio com a panela pro sofá, se sentando do meu lado. Eu olhei pra ela e ri.

- É assim então?! Vamos comer no sofá?!

- E qual o problema?

- Nada, só achei que você não quisesse sujar o sofá

- Ah, pra mim foda-se o sofá! - eu ri

Começamos a comer, assistindo TV. Tentei colocar meu braço por cima do ombro dela, mas lembrei que ela não gostava que lhe tocassem. Eu me perguntava que coisas haveriam acontecido no seu passado pra ela não gostar nem de um abraço.

Terminando de comer, ela colocou os pratos sujos na pia e foi em direção a seu quarto.

- Pode vir, se quiser! Aproveito e mostro a casa pra você! - assenti com a cabeça, me levantando do sofá a seguindo

Entramos no quarto dela e ela pegou em seu pijama.

- Espera só um pouco, eu vou me trocar e já volto!

- Espera! - agarrei seu pulso quando ela se dirigia para a porta de seu quarto tentando não agarrar com força demais pra não a machucar - Você pode se trocar aqui, eu saio por uns momentos até que você esteja pronta!

- Não, Dan... não quero que você saia só porque eu tenho que me trocar!

- Então eu desvio o olhar - mas que- será que eu tenho problemas mentais?! Porquê eu falei isso?! Burro, Dan burro!

- Faça como entender... - desviei o meu olhar dela fixando meus olhos num ponto fixo do quarto onde não desse pra ver nem um fio de cabelo dela

Eu sabia que isso não era o mais confortável pra ela, porque é que eu o fiz?! Acho que ela entendeu meu ponto e começou a se trocar ali mesmo. Tentei afastar meus pensamentos da imaginação de ver seu corpo nu, e por uns momentos consegui, mas logo eles voltaram e como era de se esperar fiquei ereto.

- Já pode olhar! - desviei meu olhar daquele ponto, não olhando completamente pra ela pra ter a certeza de que já era seguro olhar sem ela se sentir assediada

- Então creio que é a minha vez! - desapertei meu cinto, pude notar que ela ficou assustada, pois ela se afastou um pouco - Tá com medo do cinto? - falei enquanto baixava meus jeans, apenas para me preparar pra dormir. Ela se afastava mais e ficava com cada vez mais medo, sua perna tremia

- É que eu não tenho boas memórias com isso... - ela não parava de olhar pra mim, eu podia ver medo nos seus olhos, e aquilo me deixava triste. Não queria ser o motivo de medo de ninguém, muito menos dela!

Tirei minha camiseta preta. Sua perna acalmou, e de medo seu olhar passou a de admiração. Era isso, estava apenas de cueca e meia em frente a uma garota que mal conhecia e que já pensava ser minha alma gêmea, o amor da minha vida.

- Posso deitar com você? - falei olhando pra ela, ela estremeceu mas abanou a cabeça afirmativamente

Me deitei na sua cama, me cobrindo com os cobertores e lençóis. Pensei em chegar perto dela, abraçá-la, e talvez até dormir de conchinha com ela, mas eu não queria lhe causar mais medo, então apenas me virei pro outro lado olhando o quarto tentando ganhar sono.

- Hm, Dan?

- Sim? - olhei pra trás

- Aquele homem, parecido com você

- O Mac?

- Sim... ele é o quê na banda? Tipo o que ele faz?

- Além de ser meu irmão, é o agente da banda, porquê?

- Ah, entendi. Nada não, eu tava só perguntando mesmo... - ela olhava pra lua

- Tá observando as estrelas? - ri um pouco

- É... talvez... - fez-se um silêncio - Você acredita em anjos? - eu amo essas perguntas inocentes dela

- Depende do tipo de anjo... - queria fazer uma cantada pra ela, uma cantada fofa, mas deixei de lado, provavelmente seria uma péssima ideia

- Você acredita que quando as pessoas morrem elas virem estrelinhas? - se nossa filha nascer fofa desse jeito nem vou aguentar de tanta fofura em casa... mas o que é que eu tô pensando?! Como assim eu já estou pensando em filhos?! - E que as que sofreram muito, tipo muito mesmo, elas brilhem mais quando virarem estrelinhas? - acho que ambos sabíamos pra onde as pessoas iam depois da morte, mas essa pergunta me fazia derreter por dentro de tanta inocência, então apenas decidi entrar na conversa dela

- Nunca havia pensado nisso antes... - me virei pra ela e me aproximei pra ver as estrelas com ela

Coloquei minha mão no seu braço olhando para o céu, ela olhou pra mim.

- Me responde a uma pergunta honestamente?

- Claro! - olhei pra ela, ficava tão linda com a luz do luar iluminando o seu rosto...

- De verdade?

- Com a maior sinceridade do mundo!

- Promete?

- Ei, eu sou um péssimo mentiroso! - acho que ela entendeu a referência e riu

- Quais são as suas intenções comigo? - e agora?! Não podia me declarar pra ela, não agora! Eu a olhei em silêncio - Então?

- Eu...uhm, eu... eu não posso te falar agora... - desviei meus olhos dela nervoso

- Por favor, Daniel! Assim eu vou ter medo de você pra sempre, e sinceramente eu não quero isso!

- Eu não posso...

- Por favorzinho! - me olhou com olhinhos de cachorrinho, droga! Não dava pra resistir!

- Quer que eu seja honesto com você?! Então pronto! Eu gosto de você, S/n! Desde o dia em que eu te vi! Você se tornou a razão do meu viver e eu só te conheço há 3 dias! Quando olho pra você, meu coração bate mais rápido! Amo seu sorriso, sua voz, seus olhos, tudo! Parece que eu te conheço há anos, sendo que não é verdade! E ver você com medo de mim e assustada machuca meu coração! - ela me olhava de boca aberta - Eu quero namorar com você, e um dia casar e ter filhos com você! Eu sonho com isso, eu admito! Eu tenho vontade de te proteger nos meus braços e não deixar que ninguém te machuque! E machuca ainda mais saber que você não sente o mesmo por mim! - ela passava sua mão no meu abdômen

- Oh, Dan... é isso que você sente? - ela se aproximou mais colocando sua mão no meu peito - Eu tenho uma coisa que muda seu pensamento em relação a eu não sentir o mesmo por você...

- O quê?

- Isso... - me beijou, a puxei pra mais perto, estava um pouco frio naquela noite e eu não queria que ela morresse congelada, isso e queria mantê-la perto

Caramba, 3 beijos num só dia... mais importante, S/n gostava de mim também? Terminamos o beijo, e eu a abracei, a abracei forte.

- Dan?

- Oi...

- Você tá ereto?! - merda! Eu tinha esquecido disso!

- T-talvez... - gaguejei envergonhado

Havia quase paralizado de tanta vergonha, não queria que ela visse, muito menos sentisse. Ela deve estar tão desconfortável, eu sou tão idiota!

- Hm... não tem problema, isso acontece às vezes... às vezes você apenas não controla seu amiguinho e ele acaba ficando pra cima... - falou com sono, pouco antes de adormecer no meu ombro

Beijei sua testa e envolvi meu corpo no seu, pousando minha cabeça no seu ombro também e adormecendo.

É Só Em Você Que Eu Posso Confiar! - Dan Reynolds Onde histórias criam vida. Descubra agora