Capítulo VI - Mudanças

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Por: Thaminy Liz Vitorelli

Após noites mal dormidas, dias cheios e sem contar o desafio de tentar a cada semana levar uma lista com atualizações para Nicolie, fazia um tempo que eu não relaxava de verdade. Para tanto me aconcheguei em minha cama, coloquei meu fone de ouvido e ao som de Nickelback e me deixei levar pelo inconsciente... Foi até bem rápido, pois logo percebi que estava no corredor do hospital em que Nicolie estava. Andei até o quarto dela, ela parecia estar dormindo ou estava bem calma, pois seus batimentos eram constantes. Cheguei mais perto e acariciei o rosto dela, por estar num sonho imaginei que ela abriria os olhos e me olharia, mas não. Até que ouvi a porta se abrir atrás de mim. Olhei, era um homem, bem jovem não consegui decifrar quem era, pois o rosto estava embaçado. O jovem começou a conversar com Nicolie eu não entendi muito bem o que ele dizia, mas ouvia o som da voz. Era estranho ver e não saber quem era, ouvir e não entender... Até que novamente comecei a ver a cena, mas da visão de Nicolie, sim ela estava de olhos abertos e senti certo medo, foi quando senti que o travesseiro havia sido tirado e tudo ficou escuro. O ar começou a faltar... Puxava com força e nada... O desespero era grande, eu me batia ou Nicolie se batia. Não conseguia entender.


- Thaminy! Acorde, acorde minha filha! - acordei ofegante, minha mãe pousou a mão em meu ombro - Acalme-se foi só um pesadelo.


- O problema é que não foi só pesadelo. Mãe, lembra que eu vi Nicolie ser atropelada? - ela acenou afirmativamente com um meneio de cabeça - Pois então, eu a vi ser asfixiada por alguém... De alguma forma sei que é verdade, eu senti. Ela está em perigo, precisamos fazer alguma coisa.


- Repito sua pergunta: você confia em mim?


-Muito!


-Então se troque e me espere no carro. Rápido!


Mais que depressa me ergui em um pulo e fui me trocar, desci correndo abri o portão da garagem sem me importar com o barulho que eu fiz. Minha mãe desceu falando ao celular:


- Tudo bem então, te encontro no hospital. Esteja pronto temos que agir e rápido. - ela jogou a cabeça de lado indicando que eu devia entrar no carro. Acelerou de tal forma que saímos cantando pneu, nunca havia a visto correr daquele jeito, 100 km/h em pleno centro da cidade, não que fosse movimentado, mas para chegar ao hospital haviam muitas curvas devido as ruas transversais, de repente ela esticou o braço até a minha lateral direita, puxou o cinto de segurança e o encaixou me olhando feio em seguida, logo depois curvou bruscamente, segurei-me na porta e reclamei:


-Nós devemos ter algum tempo, precisamos chegar vivas.


-E se não tivermos tempo?


Normalmente levaríamos bons quinze minutos para chegar até o hospital, mas dessa vez batemos o recorde de oito minutos sem tirar nem pôr.


Chegamos ao estacionamento do hospital, saímos do carro e segui minha mãe que foi em direção a um homem. Ele vestia jaleco branco que ia até suas canelas, segurava uma maleta prateada.

- Deixe as formalidades e tramites de apresentação para o fim dessa história - ela falava enquanto dávamos passos largos na direção do homem - Já está tudo pronto? - minha mãe perguntou um tanto quanto baixo, o homem gesticulou positivamente. Dali seguimos para a entrada do hospital, eles não trocaram nenhum olhar ou sequer um palavra, já na recepção minha mãe se aproximou do balcão e olhou dentro dos olhos da recepcionista que fixou o olhar em minha mãe.

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⏰ Última atualização: Apr 27, 2015 ⏰

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