— Como você soube que gostava de garotos?
A pergunta é feita depois daquele silêncio confortável que aparece quando você e seu melhor amigo riem até os olhos encherem de lágrimas por conta de uma história total e complemente besta que só vocês vêem a graça. O quarto espaçoso de Sirius está um breu completo, ele nunca gostou muito de luminárias. O ar-condicionado antigo faz um barulho tão alto que abafa todo o tipo de som que poderia sair daquele cômodo para qualquer outro canto da casa, o que é ótimo já que eles estão rindo como se fosse duas da tarde.
James não consegue enxergar nada, nem adianta sua visão se acostumar com o escuro se ela já é naturalmente embaçada, mas vira a cabeça para a esquerda quando sente que o melhor amigo está se movendo sobre o colchão e que é provável que os olhos cinzentos estejam o encarando agora.
— Nós já tivemos essa conversa antes — Sirius responde. Ele provavelmente está com o cenho franzido.
— Não exatamente — James nega e recebe um "Hum" debochado ao seu lado. — Você só disse "Ei, sou gay. Sempre fui e só agora me sinto seguro pra te dizer" e foi isso.
— Oras, achei que isso tivesse sido o suficiente! — Black rebate. — Você disse "então tá jóia" e me perguntou se eu tinha visto o jogo dos chudley cannons na noite passada.
— Ei, não foi assim! — Potter ri, o outro o acompanhando. — Eu disse "tudo bem" e foi isso, não quis te pressionar ou sei lá. Eu te apoiei!
— Okay, tanto faz! O ponto é que você não se importou antes — o amigo diz. — Porque é importante agora?
Ao mesmo tempo que James possuía uma resposta para aquilo, não saberia se estava mentalmente pronto para dizer em voz alta, como se usar sua voz fosse tornar tudo concreto. Provável que não. Ele nunca estava mentalmente pronto para nada. Era frustante em um nível absurdo. Escolhe o silêncio como resposta, seus dedos torcem os lençóis em ansiedade.
Sexualidade era um tópico sensível para ele. Depois de passar a vida inteira jurando que era hétero — gostando somente de Lily Evans, para ser mais específico —, ir em uma boate do centro com Sirius e com as identidades falsas que o Black conseguiu surpreendente rápido e ter sido perguntado por um homem, um daqueles que era areia demais para o caminhãozinho de James e de qualquer um, se ele queria beija-lo, pela primeira vez Potter pensou na possibilidade.
E não pareceu tão ruim assim.
Não pareceu nada ruim, na realidade. A realização disso o fez não conseguir exercer nenhuma das habilidades sociais que aprendeu em toda sua vida ao um aceno negativo de cabeça ser sua resposta.
Por mais que, no fundo, ele quisesse dizer sim. Sirius não notou, claro que não, ele estava ocupado demais beijando um cara que parecia estar no último ano da faculdade e que ofereceu carona para eles — que obviamente não aceitaram — quando estavam indo embora.
James nunca mais se sentiu normal de verdade depois daquele dia. Como se, ao chegar na escola na segunda-feira, todos os seus amigos e colegas da escola saberiam que ele cogitou beijar um homem. E não o entendam mal, ele não vê problema em homens beijando homens ou mulheres beijando mulheres ou com o que cada um faz de suas vidas, só nunca tinha pensando que ele poderia estar nesse grupo.
Sirius tinha se assumido para ele à pouco mais de seis meses, então chegou a pensar que inconscientemente estava só copiando se melhor amigo, eles eram assim um com o outro e estava sendo um momento difícil para Black quando Hogwarts inteira soube que ele era gay de um dia para noite por meio de fofoca e boatos soltos.
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ALL FOR THE GAME, wolfstar & jily
FanfictionTUDO PELO JOGO| Sirius e Remus são rivais na quadra de vôlei mas não fazem ideia disso. O cérebro de James só funciona para o jogo e se ele quer dar certo com Lily, teria que funcionar para o amor também. voleyball au!¡ marauders era sh...