ALL FOR THE GAME, wolfstar & jily

what a awkward first date

        James pode sentir o clima terrível que está prestes a se formar quando avista a carranca no rosto de seu melhor amigo enquanto ele se aproxima. Cruza os braços. Nada de bom está por vir quando as sobrancelhas de Sirius estão juntas daquele jeito, o deixando com uma cara de malvado muito emburrado. Sempre fez o que era possível, desde o jardim de infância, para que Black não se irritasse por que ele sempre virava um furacão, abalando as emoções de todos ao seu redor, incluindo Potter. Mas desta vez parecia inevitável. Imagina que nem uma rodada de video-games e nem mesmo uma partida amistosa de vôlei em que ele vença pode acalmar Sirius agora.

      Mas, independente de toda a tragédia, não consegue evitar em reparar no garoto que vem atrás de seu melhor amigo. O outro Black. O último Black da linhagem, até então. Regulus Black, que possuía olhos naturalmente enevoados de mistério e cabelos negros como grafite, sem sequer um reflexo de luz. O garoto que James se atreveu a responder um Snap uma noite e que os fez conversar por toda a madrugada, para no dia seguinte se encontrarem por acaso nos corredores de Hogwarts e não conseguirem trocar uma única palavra. Potter pensou tanto em mandar mensagem quando chegasse em casa mas não teve coragem. Decidiu por esquecer sobre aquilo por um tempo.

Vê-lo agora, não diante de si, mas mais perto do que jamais esteve desde a época em que James batia na porta dos Black para chamar Sirius pra brincar e, por algum acaso, Regulus era quem atendia, fazia as suas mãos suarem e ele teve que as enfiar no bolso de sua calça jeans. Odiava quando suas mãos suavam, o que acontecia com uma chata frequência, mas esqueceu rapidamente desse fato quando os olhos escuros - não eram pretos mas também não sabia que cor era aquela - bateram nos seus. Desviou o olhar para seus All-Star vermelho no mesmo segundo, não tendo muito tempo para pensar sobre o pânico que tinha subido seu cérebro segundos atrás quando tio Alph cortou o silêncio.

— É bom de mais te ver, Regulus. Jogou muito bem hoje, hum? — ele elogia, sorrindo para o sobrinho. Ândromeda, que parecia apreensiva, sorriu nervosamente para o primo e concordou com a cabeça. — Como você está?

— Bem — Regulus responde, indiferente, passando o olhar por todos eles. Há um leve julgamento para os sapatos de cores diferentes de Ted Tonks.

A afirmação parece cala-los por um tempo, como se não soubessem mais o que fazer. Tio e sobrinha se entreolham. Era claro que acharam que seria mais fácil lidar com aquele garoto que parecia um pequeno corvo. Indiferença era de quebrar qualquer um. Sirius, parecendo ainda meio irritado, caminha na direção de James até se encostar ao seu lado no carro de lataria cinza. Ele cruza os braços, fios negros turvando sua visão ao deslizarem para seus olhos.

— Você não vai acreditar — sussurra para o melhor amigo, entre-dentes.

— O quê? — indaga ao virar o rosto na direção dele, interessado na possível fofoca que está prestes a escutar.

— Regulus e Remus se conhecem — Sirius diz. James arregala os olhos. O moreno o corta antes que ele fale qualquer coisa: — E pior: eles são melhores amigos.

James cobra a boca com a mão, desacreditado. Não falaria na cara do amigo mas caramba, era uma falta de sorte imensa. Nervosamente, sente uma descontrolada vontade de rir, não por achar engraçado, só que porra! A única coisa que conseguia pensar era uma série de palavrões chocados para demonstrar ao amigo como compartilhava o mesmo pensamento que ele. Agora aquela carranca fazia total sentido. Remus e Regulus, quem diria! Se bem que os nomes até que combinavam...James estava pronto para dizer algo, também sussurrando, quando a conversa principal voltou a acontecer.

— Enfim, nós só queríamos te ver e saber como você estava — tio Alph diz, seu sorriso acolhedor não vacilando diante daqueles olhos inexpressivos. — Fico feliz que esteja bem.