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GEÓRGIA

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GEÓRGIA.

Meus pulmões chegam a doer, minhas pernas acompanham o ritmo da música que toca em alto volume no fone de ouvido, toda quarta-feira gosto de correr quando está perto do por do sol. Finalmente deixei de inspirar e expirar ofegante e agora solto arfadas descontroladas, como se estivesse procurando o último suspiro de ar que existe no planeta, é minha sensação favorita, as células trabalhando freneticamente para me fazer seguir em frente.

Seguir em frente.

Nunca corri tanto em toda minha vida, estou do outro lado do figure eight, normalmente corro no máximo três quadras da minha casa para esclarecer os pensamentos, mas eu estou exausta, não só pela corrida, mas também por me sentir extremamente descartável pelas situações que ocorreram na última semana, além de minha água estar acabando, eu finalmente me toco que terei que voltar para casa a pé, meus dedos estão com calos.

Paro em um jardim e me apoio no muro da casa, desenrosco a tampa da garrafa de plástico. Enxugo o suor da testa com a manga do moletom e levo a garrafa aos lábios. Ligo meu telefone e vejo algumas ligações perdidas de JJ, reviro os olhos mais ainda ao ler uma mensagem de Sarah "De uma chance para JJ se explicar, eu te amo e pare de me ignorar o dia inteiro"Visualizo as mensagens e guardo o telefone em meu bolso.

Começo a andar até que ouço uma voz familiar.

—Oi, Geórgia.

Pisco duas vezes ao ouvir a voz calma me chamando, quase acreditando que é uma miragem atrás de mim, talvez causada pelo cansaço no calor de quarenta graus.

—Oi.— Digo cansada.

A garota em minha frente está usando shorts de corrida, o cabelo cacheado amarrado em um coque, um cropped de academia e uma garrafinha em suas mãos.

—Você corre?— Pergunta apoiando o cotovelo no muro.

—Sim, toda quarta.— Franzo a testa.— Está me perseguindo?

—Eu perseguindo? Você está na frente da minha casa, eu sai para tomar um ar.

Merda, qual a probabilidade disso acontecer? Provavelmente algum carma muito grande de alguma vida passada.

Kiara estende o braço e me entrega sua garrafa, pego a mesma receosa e a encaro enquanto coloco minha mão a cima da cabeça para enxerga-lá.

—Pode beber, você está com aparência de que teve morte por desidratação.

Normalmente não aceitaria água de um desconhecido, aceitar de Carrera pode ser considerado dez vezes pior, mas não me importo, estou morrendo de sede, sem pensar engulo três goles.

𝐎𝐁𝐒𝐄𝐒𝐒𝐈𝐎𝐍, 𝐦𝐚𝐲𝐛𝐚𝐧𝐤Onde histórias criam vida. Descubra agora