𝐎𝐁𝐒𝐄𝐒𝐒𝐈𝐎𝐍, 𝐦𝐚𝐲𝐛𝐚𝐧𝐤

-28.

GEÓRGIA.

Eu peguei meu casaco e terminei de comer um pacote de biscoitos assim que enviei para JJ que iria o encontrar, sendo honesta eu não havia procurado Sarah, sei que ela tentaria me ajudar mas prefiro contar com alguém que está longe dessa porra de bagunça que está minha vida. Pensei várias maneiras de sair de casa, sabia que meu pai estava sim em casa e seu escritório é colado no meu quarto, ele ouviria qualquer barulho, então realmente me joguei da janela, era a melhor e única opção, senti minha pele arder, seria claro já que eu pulei em cima de arbustos, abri meu SUV que havia ganhado recentemente e dirigi até o endereço de Maybank. Céus, eu nunca imaginei que estaria nessa situação.

Agora estou em frente a ele, que bufa estressado porque estamos tentando descobrir algo pra fazer, mas sempre esbarramos no fato que nada me interessa.

—Vamos, Geórgia.

Estou deitada entre as pernas de JJ enquanto o mesmo brinca com meu cabelo. Ele aperta minha coxa após sua fala e eu o olho diretamente.

—O que você normalmente faz nos domingos?

—Durmo ou fico com a Sarah, era pra eu estar lá.— Reclamo.

—Então vai lá.— Maybank responde irônico.

—Você sabe que meu pai iria me procurar lá, eu moro mais na casa dela do que na minha. Não seja chato.

—Vamos surfar.— Ele diz autoritário e eu nego com a cabeça.

—Não estou no clima, vou acabar morrendo afogada.

É patético, mas não consigo evitar. Eu passei a semana inteira com uma sensação horrível de enjoo no estômago, como se estivesse andando por uma ponte sólida e ela sumisse embaixo dos pés. Me sento em sua frente e pondero, minha vida realmente é meio chata.

—Hm, eu gosto de andar de bicicleta.

JJ bate suas mãos como se fosse uma criança animada,  logo no impulso ele cola seus lábios no meu rapidamente, travo, não estou acostumada com essa ideia, ainda.

—Vamos fazer isso! Andar de bicicleta em algum lugar.

Eu estava afim de ficar deitada assistindo alguma porcaria na tv.

—Eu estou sem a minha, você tem?—Pergunto na esperança de ele desistir.

—Não, vendi a minha a algumas semanas, vamos ir até o centro e alugar alguma, estão por toda cidade.

—Eu acho que vou voltar pra casa.— Digo.— Estou te atrapalhando demais e nem estou muito afim de me mexer.

JJ não responde de imediato, ele se levanta e vai até a cozinha e ouço a porta da geladeira ser aberta, também o barulho suave de algumas garrafas. Quando volta, ele está segurando em suas mãos duas garrafas de Corona e uma San Pellegrino, a melhor água gaseificada italiana, porra sou viciada, assim que ele me entrega eu logo a abro.

—Não são nem onze horas e você já está bebendo?— Franzo o cenho.

—Estou tendo dias ruins.— Ele engole toda a bebida.— Vamos, hora de andar de bicicleta.

Não tem como eu negar, afinal ele está me recebendo na própria casa e me ouviu reclamando da minha família por uma hora. Então o sigo para fora e andamos embaixo do sol quente até o parque, que tem uma fila de bicicletas presas, assim que descobrimos como faz para cadastrar, passo meu cartão de crédito para JJ liberar o acesso.

Após um começo desengonçado, nós disparamos na trilha larga que cruza o parque e tenho que admitir que é meio divertido. A brisa passa pelo meu cabelo enquanto minhas pernas pedalam. É a primeira vez na semana que não me sinto meio morta.

—Eu te falei que seria divertido.— JJ diz passando em minha frente com rapidez.

—Você não vai conseguir me passar.— Grito com um sorriso no rosto e acelero ainda mais minhas pernas.

Quando percebi uma hora já havia passado, esse era o tempo que alugamos a bicicleta, coloco a mesma do lado da que Maybank estava usando, logo me sento na grama e o loiro me empurra, fazendo nós dois ficarmos deitados, minha respiração está ofegante, não sabia que sou tão sedentária, viro minha cabeça para o lado e o encaro, um sorriso repentino aparece em ambos rostos.

—Você perdeu a corrida.— Ele ri.— Agora você tá me devendo um beijo.— Franzo o cenho.

—Mas nós não apostamos nada.— Digo.

—Eu apostei sozinho.— JJ balança os braços.— E você perdeu.

Rimos juntos.

—Achei injusto.— Reclamo.

Ele ergue o tronco em minha direção e me beija, sem ao menos responder minha última fala, não demoro para retribuir, agora estou em cima de seu corpo enquanto minha mão acaricia seu rosto e seus dedos quentes apalpam minha cintura desnuda já que estou com uma blusa curta, sorrio afastando nossos lábios que logo se colam novamente, nossas línguas se mexem sem pressa, agora a mão dele passa pela minha orelha guardando o fio de cabelo que cai em meu rosto.

—O que acha de um café?— Pergunto.

JJ pega as bebidas em cima do balcão enquanto procuro uma mesa, e navego pelas mensagens enquanto o espero, não a nada demais, somente algumas mensagens das meninas da minha sala perguntando se eu vou a festa de Rafe e Topper na próxima semana, escrevo que ainda não sei, Sarah também havia me enviado alguns memes sobre cachorros e pedido insistentemente para eu pegar umas ondas de wakeboard com ela na quarta.

—Pega aí princesa.—Maybank aponta para suas mãos e eu pego a embalagem plástica branca.

—Hum, o que é?— Pergunto.

—Mocha pra você, um Frappuccino pra mim e donuts pra gente.

—Anda me stalkeando pra saber o que eu gosto?— Pergunto.

—Todos dias.— Ele ri.— O que vai fazer na semana que vem?

—Não sei, estava pensando em ir na festa dos Kooks, vai ser uma puta comemoração de aniversário.— Digo mordendo o donuts de chocolate.

—Acho que você deveria cancelar esse compromisso.— O olho com tédio.

—E porque eu cancelaria?

—Pra que assim eu possa te chamar pra sair.— Congelo.—Seria mais legal se nós tivéssemos um primeiro encontro formal.