𝘚𝘱𝘳𝘪𝘯𝘨 𝘈𝘸𝘢𝘬𝘦𝘯𝘪𝘯𝘨 - 𝘚𝘩𝘪𝘷𝘭𝘪𝘯

Capítulo 22: Printemps

oiee, como estão? superados dos capítulos anteriores?

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Primavera (s.f.): Estação do ano que vem depois do inverno e antes do verão; tempo primaveril; época primordial; começo de um novo ciclo que representa o nascimento; momento de prosperidade e crescimento; de acordo com antigas tribos indígenas: a primavera é a estação do despertar. É quando enxergamos através da ilusão, ou quando descobrimos novas informações, trazendo clareza para o caos ou confusão. Acredita-se que nessa estação, saímos da introspecção do inverno e passamos a florescer e a despertar em nossas vidas.

"Se o inverno chegou, a primavera não estará distante." - Percy Bysshe Shelley

Narrator's Point Of View

A noite não havia sido nada fácil para Joalin e seu coração atordoado, o choro preso na garganta não lhe deixava formular frases e a madrugada foi varada no colo do melhor amigo que nada dizia além de afagar-lhe os cabelos e lhe manter protegida num abraço de urso.

Poucas palavras foram trocadas e todas tentavam assegurar uma segurança que nenhum dos dois tinha certeza mesmo se existia, mas Joalin sabia que mesmo tendo teimado com ele, tinha em Krystian um porto seguro que a sustentaria até que conseguisse ficar em pé novamente.

E foi isso que ele fez, sem nenhuma reclamação ou palavra hostil, ele a segurou contra si como se pudesse a proteger do mundo inteiro, inclusive de si mesma, até ambos pegarem no sono ali mesmo no sofá.

Os raios de sol bem fraquinhos atravessavam o apartamento pela fresta da sacada entreaberta, o dia parecia estar triste, assim como Joalin.

A garota estava encolhida no sofá, as olheiras fortes e o rosto inchado denunciavam a noite sofrida, mal havia dormido e também não tinha conseguido colocar a maior parte de seus pensamentos no lugar.

O choro não lhe deixava ser racional e toda sua lógica havia se esvaído, deixando no lugar um sentimento de vazio, de dormência, que ela nem sabia como nomear.

Krystian bocejou vindo da cozinha, esticando uma caneca de chocolate quente para a amiga que pegou de bom grado, dando espaço para que ele retomasse seu lugar no estofado, abraçadinho dela. Ela tomou um gole e ele beijou sua testa numa saudação de bom dia.

- Como você está se sentindo? - Ele perguntou, ajeitando os cabelos da garota num coque frouxo.

Ela uniu as sobrancelhas e encolheu os ombros, negando com a cabeça.

- O que você acha? - Soltou um risinho debochado e sem humor. - Eu quero extinguir o dia de ontem da minha existência. - Disse arrastadamente e fungou, limpando o nariz que escorria com a manga do suéter.

- Você sabe que uma hora vai ter que encarar isso, não sabe? - Disse com cautela, os olhos escuros transbordando doçura para com a sua pequena que suspirou, fazendo força para não voltar aos prantos.

- E o que eu devo fazer?

- O que você quer fazer?

A garota respirou fundo e soltou o ar numa lufada trêmula. Krystian sabia que aquele era um sinal de que ela ia voltar a chorar em qualquer instante, pegou a caneca de sua mão, esticou-se para colocar na mesinha de centro e envolveu a garota em seu abraço, sentindo as primeiras lágrimas molharem seu pescoço e a gola de sua camisa.

- Oh, meu amor... - Ele acariciou seus cabelos e ela deu um forte soco em seu peito, fazendo-o morder os lábios para não reclamar de dor.

- Por que você não me disse antes, Kitty? Por que você não me contou?