Por Acaso

Capítulo 11 - Problemas

- Você sabia, não sabia? - perguntei pra Carol, fitando o céu.

Estávamos em cima do telhado da nossa nova casa. Por enquanto David(o novo host daddy) estava sendo bastante legal e atencioso, quer marcar até um churrasco vibes Brasil.

- Sabia. - deu de ombros.

- Então por que não me contou? - falei séria. Ela podia ter contado dos meninos serem criminosos, o perigo estava na nossa porta e ela não tava nem aí.

- Por que  me ameaçaram e você estava se envolvendo demais com o Justin e dava pra ver que gosta de ficar com ele, então deixei pra lá, não aconteceu nada até agora.

- Era pra ter contado mesmo assim, imagina eu transando com um mafioso sem saber que ele era um mafioso.

- Teria transado igual. - ela respondeu.

Nessa ela me pegou, era surreal por que em um minuto estamos brigando e outro estamos se pegando e o fato de saber que ele é mafioso não me fez perder o tesão, pelo contrário.

- Você acha que eu deveria se afastar?

O Justin era instável demais, quem me garante que eu estaria segura com ele.

- Isso é sua decisão mas lembrando que a gente estuda com um deles.

- O Ryan. - falei pensativa. - ele parece o mais gente boa dentre eles.

- Claro, ele é um boiola. - respondi e eu a repreendi. Eu gostava dele.

- Olha, uma estrela cadente. - ela apontou pro céu e vi um vulto brilhante. - Faz um pedido.

Fechei meus olhos e fiz meu pedido.

- O que pediu? - ela perguntou.

- Segredo. - respondi.

Aí começou a chover e corremos pra dentro de casa, sendo que eu escorreguei umas duas vezes.

Fomos direto pra cozinha, já que estava na hora da janta.

- Fiz Strogonoff de frango. - David colocou a panela em cima da mesa.

POV JUSTIN

- Strogonoff? - olhei o prato que Christian botou pra mim. - Eu não gosto de Strogonoff.

- Irmão, come sem reclamar. - respondeu abrindo uma coca.

- Tá muito bom maninho. - Caitlin fala enquanto devora o prato. Puxa saco.

Meu celular tocou e era um cara da policia dizendo que queria conversar comigo. Fiquei nervoso com o que poderia ser, chamei Chaz pra ir comigo na delegacia e deixei Ryan e os gêmeos lá.

- Dude, será que tem haver com o roubo do banco? - Chaz perguntou enquanto eu dirigia em alta velocidade.

- Não, acho que não. - falei tentando controlar meu nervosismo.

Chegamos lá um perito nós encaminhou pra sala do delegado.

- Senhor Bieber. - o delegado Estendeu sua mão e eu apertei. - Sentem, por favor.

Me sentei e arrumei minha postura. - Então pra que me chamou?

- Bom, um homem foi assassinado em uma praça e testemunhas dizem que ele falava pelo celular com um Justin Bieber pouco antes de morrer e só tem um Justin Bieber que conhecemos então...

Encarei o Chaz, que tinha a mesma expressão que eu. - Não sei do que você tá falando.

Ele virou o computador e mostrou a foto do morto. Puta merda. - Não conhecem? - encarou Chaz também.

- Nunca vi esse cidadão na minha vida, Conhece Chaz?

Esse cara era meu segurança mas óbvio que eu não iria contar. Só queria saber o porquê mataram ele, por que eu não fui e nem os garotos.

- Também não conheço. - ele negou. - As pessoas devem ter se confundido.

Concordei com ele e o delegado nos liberou.

Entrei no carro cheio de raiva. - Quem matou o Jason, merda? - soquei o volante. - Não fui eu.

- Nem eu, manda a Caitlin descobrir, com certeza foi um aviso. - Chaz respondeu.

- Aviso de que? Não complica.

- Pode ser o Shawn ou até mesmo a Selena. - ele disse pensativo.

- O Shawn está impossibilitado, dei um jeito nele e a Selena... Ela tá no chilindró. - Não tem como ser eles.

Liguei pra todos o caras e mandei todos irem pro galpão. Isso me deixou com uma pulga atrás da olheira. Isso pode ser um aviso de algo que vai acontecer e temos que estar preparados. Não vai ficar por isso mesmo.

[...]

- COMO É QUE MATAM O JASON E VOCÊS NÃO FAZEM NADA E NEM ME AVISAM? - gritei com o bosta do chefe de segurança, o Gael.

- Senhor, nós não ficamos sabendo disso e ele estava de folga. - tentou se explicar. - Perdão.

Respirei fundo tentando me controlar e dispensei ele. Peguei um saco de cocaína e sentei na cadeira pra usar.

- Bieber. - Chaz apareceu na minha sala no galpão. - Caitlin conseguiu o documento da autópsia dele, ele...

- Não interessa como ele morreu, interessa QUEM matou ele. - eu o interrompi.

- E o que a gente vai fazer?

- Eu não vou fazer nada, vocês vão. - respondi fazendo uma fileirinha de cocaína. - Descubra quem matou ele, matem e quero a cabeça na minha mesa. - falei entre dentes.

O Jason não tinha muita importância pra eu ter que sujar minhas mãos por ele. Quero assistir de camarote essa parada.

Dispensei todos do galpão e permaneci com alguns seguranças. Peguei um whisky e fui pra janela. Avistei dois caminhões estacionados, era drogas que iriam pra venda. Vieram diretamente do Brasil, já que tinha uma boa parceria com a máfia da Rocinha. Meu rádio tocou e era Gael.

- Patrão, contamos aqui as drogas e tem 10 mil cocaína e 8 mil crack. Confere?

- Eu pedi 9 mil do crack, conta isso direito. - respondi franzindo a testa.

- Mas nós já conferimos duas vezes. - desliguei o radio e joguei na parede com raiva.

Mas essa agora não, tudo tá dando errado de repente.

Procurei meu celular e liguei pra Jefferson, o líder da máfia brasileira.

- Diga aí meu comparsa. Tava falando de você agorinha pros parças aqui. - ele falou quando atendeu.

- Eu pedi 9 mil crack e você me manda 8? - fui direto ao ponto.

- Não, eu mandei 9, como encomendou. - respondeu e eu desliguei com raiva.

Isso já passou dos limites, primeiro o Jason agora essa. Estou arrodeado de incompetentes.
Me sentei e liguei o notebook e fui direto nas câmeras de segurança procurando alguma coisa diferente. Até que meus olhos pararam em algo que me chamou atenção. Uma pessoa entrou na ala das drogas e colocou em um saco. Ampliei a imagem e neguei com a cabeça incrédulo, e isso não era de hoje, já fazia tempo que vinha acontecendo. Me senti um burro agora, como eu nunca percebi isso?

Era Caitlin, a Caitlin estava me roubando.