Capítulo 9

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O alarme toca, me espreguiço levantando os braços e desligo o despertador para evitar acordar Nue antes da hora.

Meus olhos acostumam com a luz do quarto aos poucos, esqueci de fechar as janelas, penso.

Vou cambaleante até a cortina e fecho, assim ficou melhor.

Pego o copo de água que sempre deixo tampado na escrivaninha antes de dormir e dou um gole.

Me deu branco total, que dia era, que horas são, quem sou eu?

Pisco forte pra recobrar a consciência, a vida de quem acorda com o sistema falhando não é fácil.

Decido tomar um banho quente pra colocar meu neurônios no lugar, ontem aconteceu tanta coisa anormal que meu celebro acordou dando pane total.

— Vou ter que levar remédio de dor de cabeça pra escola, só por garantia. — Murmuro pegando a toalha e entrando no banheiro.

Me despio e entro no chuveiro rapidamente, sinto meus músculos relaxarem assim que minha pele entra em contanto com a água.

Fico por volta dos 10 minutos me lavando, com preguiça de sair do choveiro, então me ocorreu que eu teria que pagar a conta de água e cada conta sendo contada é menos dinheiro vindo pra mim.

Resmungo saindo do chuveiro me enrolando na toalha, apesar de estar dentro de casa, já posso sentir um pouco do frio que estava fazendo lá fora.

Me troco rápido para não acabar com hipotermia, o frio daqui era quase anormal, vinha do nada, podia fazer o frio que fosse, mas nunca nevava, era raro nevar aqui, no máximo um ou dois flocos de neves caindo do céu, e ainda sim eu não tinha um aquecedor em casa, então tinha que me virar no que dava, trancando tudo para tentar manter a casa aquecida, e não vou mentir que as vezes eu ligava o forno por alguns minutos só pra sentir o quentinho do fogo.

Uso um conjunto macio de moletons na cor cinza, usava toda vez que o friozinho aparecia.

Penteio o cabelo, valeu a pena dar aquela atençãozinha para ele ontem, ele continuava sem um formato aparente, mas já estava com mais vida e parecia saudável, bonito pra falar verdade.

Pego a manteiga de cacau em de uma gaveta e guardo no bolso, minha boca resseca bem facilmente no frio.

Pego meu celular que estava carregando e fico surpresa com as notificações do Instagram, mais de 345 pessoas haviam começado a me seguir apenas porque Boruto me marcou naquele storie.

— Loiro blogueiro, sua vida acaba hoje. — Fervilho, eu tinha criado um Instagram apenas para conseguir me comunicar melhor com Sarada e Boruto, e de repente todo mundo pode ver o que eu estou fazendo, é loucura.

Desço as escadas com celular em mãos, tirando todas as notificações possíveis e colocando no modo avião para não receber mais nenhuma.

Pego uma maçã na fruteira e minha mochila, escrevo um bilhete para Tsubaki saber o que dar hoje para Nue, e saio de casa.

Ando devagar devorando a maçã, talvez eu passe em uma lanchonete pra pedir um café, não sei, ou eu pego lá no refeitório da escola mesmo.

É, melhor eu ir direto pra escola mesmo, penso.

Mais minutos andando, a escola não parecia tão perto de casa, mas também não era tão longe, em fim.

Me encolho assim que passo pela porta da mesma, alguns olhares se viram pra mim, sinistro.

Continuo meu caminho olhando discretamente para algumas pessoas que me encaravam.

Já estava começando a me sentir pressionada, é como se eu desaprendesse a andar, é horrível ter essa atenção de repente.

Aumento a velocidade dos meus passos, finalmente estou no refeitório e ainda sim sinto olhares em mim.

Vou até a moça que cuida das comidas pagas e peço um café com adoçante e um misto quente.

— Aqui está. — Ela diz sorrindo, por que ela parece estar tão gentil comigo hoje? Sendo que até um dia atrás ela mal olhava na minha cara quando comprava comida.

— Todos aqui são movidos pela fama. — Chio dando uma mordida no meu misto, essas pessoas me assustam.

Sarada finalmente entra no refeitório e já vem até mim me puxando para uma mesa vazia.

— Já se despediu do seu namorado do hoje Sarada? Eu vou manda-lo pro hospital. — Meus lábios se repuxam em um sorriso torto.

— Para de graça nem é tão ruim... — Ela olha ao redor, notando que agora os olhares vinham em mim e depois nela. — Retiro o que eu disse, é horrível.

Dou um gole no café com pressa, como o mais rápido que eu posso.

— Desse jeito você vai engasgar, calma. — Resmunga Sarada.

— Eu quero sair dessa multidão, antes que eles venham tentar puxar papo comigo. — Respondo ainda mastigando, enfio o outro pedaço na boca. — Vamos.

— Maluca. — Ri Sarada.

Eu poderia rir com ela, caso eu não tivesse quase entalada com um pedaço de pão, mas finjo que está tudo bem.

Assim que eu levanto da mesa, Boruto e Kawaki passam pela porta do refeitório, agora até conchichos é ouvido.

Meu plano de sair do refeitório vai por água abaixo quando Boruto vem praticamente correndo até Sarada e lhe dá um abraço, os conchichos se intensificam.

Estava prestes a soltar um palavrão, se eu der um murro no Boruto agora vou virar mais assunto ainda.

Depois é Kawaki quem marcha em nossa direção.

Pronto acabou com minha vida antissocial.

— Boa dia. — Diz Boruto direcionado a mim.

— Só dia, por que o bom eu perdi. — Ralho.

— Tá estressada? — Provoca Kawaki.

É óbvio que ele notou o que tá rolando aqui, ele veio até aqui para me provocar ainda mais.

— Vocês tem sorte de eu estar sendo contida contra minha vontade, porque senão... — Ameaço.

— Porque senão o que? — Boruto pergunta se fazendo de sonso.

Conto até 10 vintes vezes mais rápido do que poderia imaginar.

— Vai acabar explodido. — Kawaki coloca a mão na minha testa. — Acho que você tá fervendo por dentro.

Desgraçado.

As pessoas se chocam, eu vejo um sorriso arrogante brotar no rosto de Kawaki, Sarada lançar um olhar mortífero para Boruto e Boruto tentando se explicar.

O que eu estou fazendo com esses malucos?

Não se esqueça da estrela ⭐ e comentem bastante.

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