Capítulo 25

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Continuamos andando em silêncio até pegarmos uma boa distância da escola, Himawari foi a primeira a falar:

— Eu não queria que tudo acabasse daquele jeito, mas pelo menos agora posso ficar em paz na escola! — Ela sorri para mim. — Obrigada Sumire, você está linda por sinal.

Sinto minha bochecha um pouco quente, sorrio de volta.

— De nada! — Digo divertida.

— A mamãe me explicou tudo sobre o que aconteceu e a Sumire disse que viria buscar você, por isso eu vim até aqui, Hima, nunca mais faça isso. — Diz Kawaki em tom repreensivo e defensor.

Himawari fica um pouco envergonhada e acena com a cabeça em concordância.

Vejo um carrinho de sorvete passar e me lembro do dinheiro que eu separei para tomar sorvete, recolho o dinheiro de trás da capinha do meu celular e dou para Himawari.

— Sabe eu pensei em tomar um sorvete, pode escolher o seu Hima, e por favor pega um chocolate pra mim. — Olho para Kawaki. — Vai querer de qual sabor?

— Baunilha. — Diz ele simples.

Himawari vai em direção ao moço do carrinho de sorvete, observo o local em que paramos, aqui é super tranquilo, tinha até alguns bancos de praça, é uma vizinhaça aparentemente boa.

— Por um segundo achei que você ia bater em Ada. — Fala Kawaki agora dando atenção a mim.

Bufo ao relembrar a cena na minha mente, agora imaginando o que teria acontecido se Kawaki não tivesse chegado.

— Não ia bater nela. — Me defendo.

Kawaki agora sorri provocativo, por um segundo seus olhos vão de baixo para cima em minha direção.

— Mas ela que começou. — Aponto tentando não me desconcentrar do assunto, minhas mãos agora soam.

— Parece uma criança. — Provoca Kawaki.

Olho para ele com uma careta de desgosto no rosto e cruzo os braços.

Assim que faço meu gesto de insatisfação, ele me puxa pra perto e entrelaçando nossos dedos, minha mente demora um pouco para processar essa informação.

— Você é muito bonita, eu poderia ficar com ciúmes. — Sussurra ele contra meu rosto.

Tenho uma sensação familiar, lembro de já ter dito algo parecido.

— Não que eu tenha muito orgulho disso, mas provavelmente seria.

Foi o que eu disse sobre ciúmes, disse que seria um pouco ciumenta.

Minhas pernas fizeram menção de falhar, mas me recomponho.

— Lembra sobre o que eu falei de não poder mais te chamar de Koi no Yokan? Pesquisou o significado? — Pergunta ele curioso.

— Não, me esqueci. — Sussurro entorpecida pela sua aproximação.

— Que bom, amanhã na hora do recreio, eu tenho uma surpresa pra você. — Diz ele.

— Esperar? Sério? — Murmuro.

Kawaki solta uma risadinha antes de selar nossos lábios em um selinho rápido.

Isso provocou quase que um sorriso espontâneo em mim, Himawari se aproxima com os sorvetes e também observa nossas mãos entrelaçadas, ela sorri sugestivamente para mim e eu balaço a cabeça para despertar do meu próprio mundinho.

— Aqui. — Diz Himawari entregando o sorvete de cada, noto Nue tentando apalpar o doce da mão de Hima.

Pego Nue no colo e digo pra Hima que deixo ela ficar com ele mais um pouco depois dela tomar o sorvete, se não a coitada ia acabar ficando sem, Nue é muito esperto quando se trata de pegar coisas.

Continuamos caminhando para casa, a casa dos Uzumakis era muito mais perto que a minha.

— Ah! Já ia esquecendo. — Diz Himawari pegando alguma coisa no bolso e me entregando, aquilo era um bombom?

A embalagem era roxa e lembrava exatamente a cor do meu cabelo.

— O moço do carrinho de sorvete disse para mim te entregar, ele falou que gostou da cor do seu cabelo. — Completa Himawari.

Kawaki pigarreia do meu lado e eu quase gargalho com a reação do mesmo.

— Poxa, talvez amanhã eu deva ir lá para dizer "muito obrigado". — Digo em tom brincalhão.

Kawaki aperta nossas mãos entrelaçadas com um pouco de força e depois me olha intensamente, pisco para ele em provocação.

Faço uma anotação mental de sempre incomodar Kawaki quando eu puder.

Devolvo Nue para Himawari, e continuamos caminhando trocando algumas palavras, após alguns minutos já estávamos na frente da residência deles.

— Mais uma vez obrigado, Sumire, foi um dia muito legal. — Ela me abraça novamente se despedindo e me entregando Nue, logo depois ela já entra pra dentro de casa para contar as novidades do dia para sua mãe.

— Vem cá, eu não deveria estar ajudando você com o trabalho de artes? — Digo rápido após lembrar de Hinata.

— Eu já terminei! — Anuncia Kawaki.

Fico incrédula, ele terminou e eu não pude ajudar em mais nada.

— Vou te mostrar, amanhã. — Ele finaliza.

Fico desapontada, a gente ainda vai sair e se ver, não é?

— Por que não me disse nada? — Resmungo chateada.

— Porque faz parte da surpresa de amanhã! — Kawaki diz me abraçando, parecendo notar que eu estava chateada por não ter participado da confecção da pintura.

— Vou acabar ficando ansiosa, e se isso acontecer, eu juro que venho bater panela aqui na frente da sua casa. — Brinco, aceitando o abraço caloroso de Kawaki de bom gosto.

Inclino meu rosto pra cima dou um beijo no queixo de Kawaki, que devolve depositando um beijo na minha testa.

— Obrigada. — Diz Kawaki.

— Pelo quê, exatamente? — Pergunto encarando seus olhos cinzentos que diziam tanto sobre o mesmo.

— Por tudo. — Diz ele se aproximando novamente e selando nossos lábios, dessa vez não com um selinho qualquer.

Uma chama intensa começa a agir sobre mim, ouço o guinchar insatisfeito de Nue pela invasão de espaço já que ele estava meu ombro.

Então em vez de me envolver pelos ombros, Kawaki me puxa pra perto pela cintura, fazendo eu também levar minha mão até sua nuca.

A falta de ar logo veio e nos encaramos, agora ambos vermelhos e envergonhados.

Começo a rir pelo constrangimento e Kawaki me acompanha na risada.

Esse com toda certeza é uns dos momentos mais mágicos que eu já pude presenciar.

Não se esqueçam da estrela ⭐ e comentem bastante.

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