Epílogo

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Depois daquela tarde incrível que passei ontem, fui para casa e fiquei o dia inteiro repassando as memórias na minha mente.

E agora estou fazendo a mesma coisa, suponho que até mesmo Nue percebeu que estava meio avoada, perdidas em meus próprios pensamentos e sentimentos.

Movimento-me para me arrumar para escola, estralo os dedos como se me preparasse para uma batalha, Nue me acompanha até o banheiro, ele se senta na tampa da privada para me esperar, tomo um banho rápido e escovo os dentes, saio do banheiro deixando pisadas de água no chão.

Opto por uma calça moletom cinza e uma blusa na cor branca de manga longa, coloco um tênis da mesma cor e penteio o cabelo, xingo mentalmente quando a escova passa por um nó e acaba puxando uma mecha.

— Ora essa. — Reclamo colocando a mão no local dolorido.

Termino de pentear calmamente para ter certeza que não iria lidar com outro nó escondido, arrumo a mochila com apostilas e cadernos, desço com a mesma nas costa e Nue no ombro.

Arrumo o meu café da manhã escolhendo um iogurte de morango e bolachas doces, separo alguns pedaços de carne e vegetais para Nue, hoje era dia de proteína para ele.

— Julgo que Tsubaki chegará logo. — Olho o relógio, vejo que tenho que sair em 3 minutos se não quiser chegar atrasada.

Dou um beijo na cabeça de Nue que estava mais concentrado em comer, olho as janelas para ver se elas estão bem trancadas, olho também as gavetas para ter certeza de que estão trancadas, até Tsubaki chegar aqui eu tenho que ter certeza que nenhum incidente pode acontecer.

Agora saio com a mochila nas costas e fecho a porta, fitando o caminho em minha frente, caminho em passos largos, ansiosa para chegar ao meu destino, uma vez que Kawaki havia dito que teria uma surpresa para mim.

Tento respirar fundo para acalmar meu coração que começou a pulsar forte por eu estar andando tão rápido, em menos de 15 minutos já é possível ver a construção da escola, mais alguns passos e eu já estarei de frente para a mesma.

Finalmente já estou nos portões, assim que coloco os pés dentro da escola me lembro que os alunos da escola adversaria ainda estavam presentes por conta do baile de primavera, aperto o passo e ignoro os novos olhares ao meu redor, vejo Sarada no final do corredor, perto da porta do refeitório, praticamente corro até ela.

— Viu Kawaki por aí? — Pergunto, Sarada arqueia uma sombracelha em dúvida e logo depois um beicinho de descontentamento aparece.

— Você só fala comigo pra saber de Kawaki agora? — Ela acusa.

Sorrio em desculpa e lhe abraço.

— Ele disse que eu tinha que ver algo, e eu estou curiosa. — Explico.

Sarada franze a sombracelha e olha pra mim com uma cara desconfiada.

— Por que você não me conta nada? Eu sinto que você ta escondendo alguma coisa de mim! — Ela cruza os braços.

— Eu prometo que te conto tudo, depois de conseguir achar Kawaki. — Respondo.

— Ele ta na sala de artes, desde da hora que ele chegou, acho que ele está aqui a bastante tempo. — Fala Sarada a contragosto.

— Muito obrigado. — Digo sorrindo para Sarada e ela se dá por vencida quando ela sorri de volta para mim.

— É para me contar de verdade! — Avisa ela gritando para mim que já me distanciava pelos corredores.

Saio em disparada até o local indicado por Sarada, bato na porta e espero um sinal para entrar, ouço o trinco sendo aberto e Kawaki abrir uma pequena fresta.

— Posso entrar? — Digo ansiosa.

Ele deixa um espaço na porta para eu passar, olho ao redor para conseguir captar a surpresa em algum lugar.

— Eu disse que ia mostrar na hora do almoço, certo? — Pergunta Kawaki com um mini sorriso no rosto.

— E se eu almoçasse a essa hora? — Revido.

— Você é tao...você! — Kawaki bufa e eu rio. — Aqui.

Indica Kawaki a um quadro tampado com um forro preto, ao fundo da sala pude ver o quadro que eu havia pintado, fico vermelha na hora.

— O seu desenho fez parecer que meu olho é bonito. — Kawaki comenta.

— Seu olho é incrível, Kawaki. — Digo sinceramente.

Ele não responde, apenas vai em direção ao quadro tampado e retira o forro preto que o cobria.

Minha boca se abre em um "O" perfeito, o desenho vivo no quadro era uma releitura do meu olho, observo os dois quadros da sala, estranhamente ambos se completavam, e ali soube o que Kawaki quis dizer com tudo isso.

Mordo meus lábios, um milhão de sentimentos transbordam em mim agora, Kawaki observava minhas reações intensamente, olho diretamente seus olhos, algo novo acendia naquele olhar cinzento dele.

— A proposta do desenho era desenhar algo que eu amasse, e assim eu fiz. — Diz Kawaki se aproximando. — Eu te amo, Sumire.

Mais rápido do que eu possa respirar, eu junto nossos lábios em resposta, passo meus dois braços por sua cabeça atrás de mais contato com ele, meu interior borbulha de felicidade, minhas mãos tremem, eu o amo tanto, tanto.

— Eu disse que não poderia ter chamar de Koi no Yokan porque o significado dele era "a sensação de que vai se apaixonar por alguém" e agora eu tenho certeza, e se você permitir, gostaria passar a te chamar de namorada. — Diz Kawaki em sussurros, posso constatar a vermelhidão em suas bochechas.

Minha mente entra em colapso, abro minha bocas muitas vezes antes de gritar a todo pulmão:

— Sim! Sim! Sim! — Repito várias vezes até que a realidade invadisse meus pensamentos.

Observo o olhar carinhoso de Kawaki, essa era minha realidade, Kawaki era minha realidade.

— Eu poderia adivinhar o que era só observando seus olhos. — Aviso, fazendo cafuné em sua nuca.

Kawaki sorri ironizado em resposta.

— É claro que poderia saber, afinal...

Seus olhos dizem muita coisa sobre você!

Completamos a frase juntos, e mais uma risada explode entre nos dois, trocamos mais um selinho, e observamos os quadros presentes na sala.

E tudo o que eu peço é que nunca paremos de nos comunicar com olhares, toques, beijos e palavras, até nossas mini provocações, que nunca mude.

E que meus olhos continuem dizendo sobre quem eu amo, Kawaki Uzumaki...



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