Eu e Kawaki agora encaramos o cardápio, depois de ter feito o coitado correr tanto é o mínimo que eu posso fazer.
— Decidiu o que vai querer? — Pergunto, abaixando o cardápio para que eu possa olhar em seus olhos.
— Espera aí. — Ele responde ainda lendo as opções. — Você vai pegar o que?
— O que você escolher. — Respondo simples.
— Eu ia escolher o que você fosse escolher. — Kawaki revida também abaixando o cardápio para me encarar.
— Não tem graça, sabia? — Faço careta.
— O que foi? Eu tô falando sério! — Ele se defende.
— Certo, certo! — Bufo. — Vamos pedir uma pizza.
— Uma pizza inteira só para nós dois? — Ele pergunta surpreso.
Um sorrisinho torto começa a se formar no meu rosto.
— Que foi, não aguenta? — O desafio.
— Eu pergunto o mesmo. — Ele retruca.
Chamo a atendente com mão e ela se aproxima.
— Pode trazer uma pizza de calabresa com queijo, porfavor?
— Claro. — Ela diz enviando o olhar para Kawaki por um segundo.
Minha cara de fecha, não é possível um negócio desses.
— 17 minutos até o pedido sair. — Ela responde indo até a cozinha, não sem antes dar mais uma olhada em Kawaki.
Seguro o guardanapo com mais força, não posso culpa-la, Kawaki é terrivelmente atraente.
— Por que você tá com essa cara de quem vai esfaquear alguém? — Pergunta Kawaki divertido.
— Porque eu vou. — Respondo o fuzilando com os olhos.
— Vai o que? — Ele de faz de desentendido.
Que dia estressante esse, não?
— Esfaquear você! — Respondo.
— Você sabia que meu pai é policial né? — Ele provoca.
Solto um muxoxo de descontentamento, garoto esperto.
— Que pena. — Lamento.
— Sem ressentimento, Koi no Yokan. — Ele coloca os braços atrás da cabeça relaxado.
— Me chamou do que? O que significa Koi no Yokan? — Pergunto com a sombrancelha arqueada.
Todo a paz que havia em Kawaki no momento parecia ter ido embora quando eu faço a pergunta, ele fica tenso.
— Pra que você quer saber? — Ele responde com uma carranca também.
Reviro os olhos, pego o celular na intenção de pesquisar o que significa.
— O que você tá fazendo? — Pergunta Kawaki em alerta.
— O significado desse apelido. — Digo como de fosse óbvio.
Mais rápido do que eu passa ver, Kawaki toma o celular da minha mão e coloca em seu próprio bolso.
Me levanto me escorando na mesa para conseguir pegar o celular de volta.
— Kawaki me devolve agora. — Rosno.
— Minha sempre dizia para deixar o celular enquanto come, ela faz eu comer em silêncio. — Ele responde se desviando da minha mão que ia direto na sua direção.
— Nem estamos comendo ainda, e isso é papo furado. — Tento o alcançar de volta, Kawaki se levanta para desviar melhor.
Não é possível que vamos começar uma nova lutinha no meio da lanchonete.
— Koi no Yokan significa "Animal fantástico" em japonês. — Ele diz de desviando novamente.
Paro por um segundo para encarar seu rosto, ele acabou de me chamar de animal como de fosse a coisa mais normal do mundo.
— Você não presta. — Respondo desistindo de alcançar ele.
— E você gosta disso. — Me lança um sorriso feroz.
Meu coração para por um segundo, se eu tivesse bebendo alguma coisa agora eu tenho certeza que teria cuspido tudo no rosto dele nesse exato momento.
— O que você disse? — Digo lentamente enquanto ainda me perco observando seus olhos.
Um clima bem esquisito se instala aqui, não tiramos os olhos um do outro, observando cada movimento como de algo tivesse preste a explodir.
— Seu pedido. — Diz a atendente de antes, agora um pouco tímida pela situação.
— Obrigada. — Digo constrangida.
Deve ser algum tipo de recorde, eu acho, tudo no mesmo dia.
Observo ela deixar a Pizza na mesa, também vejo um papelzinho com alguma coisa escrito.
— Fala sério! — Reclamo.
Kawaki vê o papel e começa a ler, ele faz uma careta engraçada e depois olha para mim.
— Aparentemente, você chama muita atenção. — Diz ele querendo rir.
Fico confusa e pego o papel da mão dele e leio:
"Espero que ele não seja seu namorado, você muita bonita, gostei da cor do seu cabelo <3".
Sinto uma ardência no meu rosto e começo a mexer a perna nervosa, olho para a atendente de novo e ela me manda um sorriso tímido, tento retribuir o sorriso mas acho que saiu mais uma careta engraçada.
— Sinistro ela ter me notado. — Digo ainda vermelha.
— Você deveria ver sua cara, achou que o papel era pra mim? — Diz Kawaki pegando um pedaço de pizza e colocando na boca.
— Mas é claro que eu achei que fosse pra você, ela tava analisando você! — Me defendo, pegando um pedaço também.
— Acho que ela tava vendo se eu era bom o suficiente, ela deve ter chegado na conclusão que não. — Ele dá ombros.
Olho para ele sério, eu já percebi essa coisa dele estar sempre se diminuindo, até nos mínimos trabalhos.
— Você é mais do que suficiente. — Digo em um impulso, fico com vergonha de novo e presto mais atenção na comida.
Desvio me olhar por um segundo, acho que Kawaki desconfigurou por um segundo.
— Isso foi um flerte, senhorita Sumire? — Ele pergunta parecendo bem interessando.
Me encolho e começo a comer mais rápido.
— Talvez. — Novamente digo sem pensar, praguejo a mim mesma.
— Eu jurei que você fosse tímida. — Diz Kawaki também voltando a comer como se tivesse satisfeito com alguma coisa.
Minha língua coça para xingar ele, acredito que seja um mecanismo de defesa, toda vez que eu me sinto acuada eu faço isso.
— Kawaki, quieto! — Digo tentando acabar com o caminho que esse papo estava formando.
As vezes eu sinto raiva de mim mesma, eu quero algo com Kawaki, mas não consigo aguentar meus próprios sentimentos batendo tão fortemente, maldito mecanismo de defesa.
— Que isso agora hein? — Reclama ele.
— Você mesmo disse que sua mãe faz você comer em silêncio, então, boa petit. — Digo sorrindo por ter lembrando disso.
— Perpicaz. — Ele fala com um sorriso provocativo, mas ficando em silêncio.
Graças a Deus, mais um pouco dessa conversa e eu juro que sairia correndo daqui.
Não se esqueçam da estrela ⭐ e comentem bastante.
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Seus Olhos Dizem ➵ Kawasumi
FanfictionConcluida! |Entrará em revisão dia 10/02/24| Os olhos são o espelho da alma, foi o que me disseram, por isso, eu, Sumire Kakei, passei a prestar atenção no que cada pessoa dizia, e principalmente os olhos que eu exclusivamente amava, os olhos de Kaw...