Capítulo 7

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A caminhada pelo Rio Espelhado era tranquila. Era uma caminhada longa, mas sossegada. Não tinha que ficar desviando de pedras, árvores e buracos. Não tinha subidas nem descidas. O que James agradecia, pois seu tornozelo já estava quase o matando por ter torcido o pé por pisar num buraco da Floresta dos Elfos.

— James, já disse pra você ficar no Maximus! Você acha que me engana, mas sei que machucou o pé.

Ele fez careta.

— Eu estou bem.

Não. Não estava. E Lily sabia muito bem disso. Mas como ele era teimoso, ela deixou quieto.

— Você já está bem grandinho pra birras, Potter.

James revirou os olhos, mas dando risada.

— Cala boca, Evans.

— E você ainda fazia questão de dizer que eu que era difícil! Há! Se eu soubesse...

Ele xingou internamente, já não bastava ter machucado o braço, mas também o tornozelo!

— Você pode pegar um pouco de neve e colocar no pé, pelo menos vai ajudar um pouco — ela deu a ideia.

— Não precisa.

Lily bufou.

— Então, tá. Mas se depois você acabar tendo que amputar o pé, não venha me dizer que eu estava certa...

Ele arregalou os olhos e imediatamente pegou um punhado de neve, subiu em cima do Maximus, e colocou o gelo em volta do tornozelo. Quando a princesa viu a cena, começou a gargalhar.

— Que foi?! — o garoto exclamou — Não vou correr o risco.

— Ok — ela sorriu.

E voltaram aquela rotina de antes, com Lily andando ao lado de Maximus e James fazendo drama em cima do cavalo. O rapaz quase perguntou pra Lily se ela queria subir com ele, mas deixou pra lá. Não queria incomodá-la. Mas depois de algum tempo, começou a sentir pena da princesa.

— Você deve estar cansada, pode subir aqui também... — ele disse casualmente, mas a garota corou.

— Está bem...

Quando ela subiu no cavalo, ficaram igual antes. Lily conduzindo Maximus e James atrás dela. Mas agora tudo era diferente. A aproximação de seus corpos fazia o interior da garota esquentar, e James voltava a sentir o estômago cheio de borboletas. A presença do rapaz atrás de si deixava a garota quase que anestesiada, e a leve respiração dele no seu pescoço a fazia se arrepiar.

James não estava muito diferente. Queria poder abraça-la, tocá-la igual desejou nos últimos dias, mas não fazia ideia se a garota pensava da mesma maneira, se ela sentia da mesma maneira. Aquela urgência, aquela eletricidade que parecia se alastrar pelos seu corpo toda vez que se tocavam, mesmo que um pouco.

Porque, de alguma maneira, James e Lily estavam conectados. Seus corpos desejavam o toque do outro, mas talvez pelo orgulho e pelo receio de dar tudo errado, nunca faziam nada para acabar com a distância da maneira como ambos queriam, como ambos precisavam.

James sabia que, desde o momento que pôs os olhos na garota, que estariam conectados para sempre. Mas agora ele entendia como. Lily sempre soube que teria James na sua vida, mas nunca imaginou que seria daquela maneira. Ela se perguntava se um dia, de fato, teria ele só pra ela. E ele se perguntava se a garota o aceitaria mesmo depois de tudo que passaram.

Enquanto andavam sobre Maximus, James tentou segurar a mão da ruiva.

Quando ela viu a mão dele se aproximando, sentiu seu interior se remexendo, não tendo certeza se aquilo era real ou não. Mas decidiu ignorar essa vozinha na sua cabeça que dizia que o garoto não queria nada com ela, e entrelaçou suas mãos. E permaneceram assim até percorrerem todo o Rio Espelhado.





























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