Ritual

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A noite chegou,e com ela um vento forte soprava ao longe,estava na minha cama quando escutei uma voz me chamando.

estranhei,mas logo ignorei e voltei minha atenção para a parede branca a minha frente,mas novamente escutei a mesma voz insistindo.

me levantei e andei até a porta do meu quarto,olhando para o corredor me deparo com a seguinte imagem,uma figura coberta com um lençol branco,cobrindo todo seu corpo,e uma espécie de coroa feita com madeira em sua cabeça,fiquei parado por um longo tempo fixado no que eu estava vendo,não podia ser real,foi então que aquilo caminhou até mim devagar,o vento fazia aquele véu branco voar,foi quando retomei a consciência que notei que aquilo já estava perto de mais,fechei a porta imediatamente passando a chave,no mesmo instante escutei um grunhido e varias batidas fortes na porta,como se estivesse esmurrando com toda força, estava em choque,sentado no chão com a cabeça baixa,sem acreditar que aquilo estava acontecendo,foi então que o barulho acabou,e junto com ele a luz,o quarto estava tomado pelo breu,me levantei devagar ainda com as mãos tremulas,levei uns minutos até me recuperar,mas quando finalmente retomei a minha calma ouvi vozes vindas ao longe,fui até minha janela sem mexer nas cortinas que estavam fechadas e espreitei de canto de olho o que estava acontecendo,era um grupo de pessoas que vinha na direção da casa,havia uma uma expressão de raiva e em suas mãos carregavam tochas e luminárias,podia sentir que aquilo não era bom.

-Irmãos,irmãs,hoje é a noite, o lugar está sedento pelo sangue e a vida humana que emana dentro daquela casa.

Falou um senhor com um chapéu preto na cabeça,usando botas de couro e segurando um forcado na mão,seus olhos eram fundos e saia uma fumaça de sua boca sempre que a abria.

-Essa noite mantemos o maligno preso e com isso seguimos em paz com nossa vida,e com nossa colheita.

Após ele citar aquilo,pegaram madeiras e acenderam uma fogueira,formando um circulo,eles deram as mãos e citaram um verso estranho,em latim.

In tenebris matrem rubram occultat, in tenebris matrem albam celat, in tenebris matrem nigram celat, hodie eas rogamus exire et purificare, purificare, purificare.

E repetiram aquilo por alguns minutos até que senti a casa tremer,foi então que vi as pessoas começarem a dançar,uma dança estranha onde com os olhos fechados elas rodavam no meio da fogueira levantando os braços,alguns tremiam,os dentes serrados,o corpo se contorcendo como se não houvesse ossos,no meio daquele circulo três figuras se levantarem,usando um véu branco,parecia a mesma figura que eu tinha visto a poucos minutos,então elas começaram a caminhar na direção da casa,e consegui ouvir o som da porta da frente se abrindo,olhei para trás onde via a porta do quarto,e quando retomei minha visão para o grupo eles agora olhavam para mim,com uma expressão de ódio,senti um frio intenso tomar meu corpo e uma fumaça saiu de dentro da minha boca,estava frio naquele lugar,como se fossemos para o inverno em poucos segundos, abracei meu corpo e abri a boca que saiu uma fumaça como se o local estivesse abaixo de zero.

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