2° capítulo

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Steven

Acordo com a luz do sol entrando pela fresta da cortina, me sentindo... bem. Melhor do que nos últimos dias, o que é um alívio. Parece que finalmente estou no controle novamente, e a quietude na minha cabeça me faz pensar que talvez Marc esteja dando um tempo. Isso é raro. A ideia de um dia normal é quase reconfortante. Levanto-me devagar, sentindo os músculos tensos relaxarem aos poucos. Hoje, Steven Grant está no comando.

Enquanto preparo uma torrada e um chá, começo a organizar minha mente para o dia. Um banho rápido, trocar de roupa e depois ir para a biblioteca. Acredito fielmente que escolhi permanecer no melhor de todos os empregos, passar o dia cercado por livros e histórias milenares, tudo faz sentido para mim.

Saio de casa, o ar fresco da manhã me envolve. Sinto uma leveza que não sentia há muito tempo. Chegando à biblioteca sete minutos mais cedo, não precisei cumprimentar ninguém pois havia sido o primeiro a chegar. Sigo direto para a seção de História e ali, começo minha rotina passada pela minha superior, organizando os livros antigos, muitos deles relacionados à mitologia egípcia. Ironicamente, esse é um tema do qual conheço mais do que gostaria.

Muita coisa me aconteceu naquele início de manhã, uma pilha livros caiu no chão, uma menina de aproximadamente oito anos de idade me arremessou alguns amendoins nas costas, e minha chefe ficou me inspecionando trabalhar, mas logo ela foi embora

Enquanto arrumo os volumes em suas prateleiras, uma sensação estranha começa a me rodear. Algo está... diferente. Ignoro no início, mas a sensação persiste, um leve desconforto, como se alguém estivesse me observando. Olho ao redor. Ninguém. Tento ignorar, convencendo-me de que estou apenas cansado

— Steven, você está paranóico — digo para mim mesmo, voltando ao trabalho.

Mas o desconforto não vai embora. Sinto como se algo estivesse prestes a acontecer. Mesmo assim, ignoro. Termino meu turno sem maiores incidentes e vou para casa, ansioso para relaxar.

O dia inteiro estive reparando que Marc não falará nada comigo, será que fiz alguma coisa pra ele? Não gosto de magoar ele, afinal, é a única pessoa que me suporta

Chegando em casa, caio no sofá e, sem pensar muito, ligo para a pizzaria.

— Boa noite, eu gostaria de uma pizza vegetariana, por favor. Grande.

— Alguma bebida senhor? — O atendente me pergunta pelo telefone

— Não, obrigado

— Está bem, em menos de vinte minutos ela será entregue ao senhor

— Perfeito, obrigado pelo seu tempo

Desligo o telefone e encaro meus pés cobertos pela meia

— "Você não muda mesmo hein" — Disse Marc — "Pizza vegetariana? Você está de brincadeira comigo?"

— Não, não estou — respondo, irritado. — Vegetariana é a única opção. Já discutimos isso.

— "Discutimos, sim. Você decidiu por nós dois, o que é bem típico seu" — Ele rebate, com uma irritação clara na voz.

— E você acha que só porque gosta de carne, eu tenho que comer também? Não é assim que funciona!

— "Cara, você não vive num zoológico. Eu juro que essa sua dieta..."

— Não vou discutir isso com você agora — corto, tentando focar no que realmente importa: descansar.

E novamente o silêncio se fez presente, sinto uma culpa enorme pelo que fiz, não é justo para Marc fazer as coisas que gosto sendo que não é oque ele realmente quer fazer

Cavaleiro da lua: O Despertar Do FogoOnde histórias criam vida. Descubra agora