Inverno era definitivamente sua estação favorita, sempre agasalhado em seus suéteres coloridos e fofinhos, bebericando chás e chocolates quentes, comendo sopas a todo momento, assistindo filmes enquanto se enrolava em sua coberta no sofá, e tantos outros sentimentos que só pareciam certos durante o congelante inverno de Hawkins.
Mas, mesmo sendo confortável, também era um pouco monótono, com seus tons escuros nas nuvens pesadas e nas lágrimas que emergiam dos céus. E, como em todos os anos de inverno triste, esse não seria uma exceção para o Byers.
O lago a sua frente fazia o comum som oco ao cair da pequena pedra em suas águas geladas. Will jogou mais uma pedra achatada, a observando quicar três vezes, até mergulhar em um som curto que seria cômico se o garoto estivesse no humor para se permitir sorrir.
Abraçou seus joelhos novamente, suspirando pesadamente.
Estava feliz por Max, de verdade. O sorriso brilhante no rosto antes escuro da garota podia iluminar toda uma cidade, assim como o sorriso que Lucas lhe deu em resposta. Will se sentia feliz por eles, por ter ouvido atentamente à amiga e a ajudado a compreender que o Sinclair incluía em sua felicidade, como uma cápsula diária.
Mas, mesmo estando muito feliz, tinha uma vozinha no fundo de sua mente dizendo que... Bem, que não estava tão feliz assim.
Porque, claro, a inveja é o mal do século e Will nunca receberia um sorriso grande e brilhante de um outro garoto.
Sendo sincero, "nunca" era uma hipérbole. Talvez, em alguns anos, realmente recebesse um sorriso brilhante e um beijo digno de um filme gay.
Mas, enquanto seus amigos viviam seus romances adolescentes, teria de se contentar com aconselhá-los sempre que possível e observar de longe e discretamente os garotos de sua escola.
Não era tão ruim assim, era?
A quem estava querendo enganar? Se sentia péssimo.
Porque, não era apenas sobre garotos no plural genérico. Era sobre um garoto em especial, no singular e totalmente único, com seus cachos volumosos, sardas brilhantes, perfume doce e inebriante, sorriso irônico e que fazia piadas nerds das mais estúpidas.
Mike Wheeler. Seu melhor amigo.
O namorado de sua irmã. Seu cunhado.
Que sorte, não?
Jogou mais uma pedra, frustrado. Essa não quicou, apenas mergulhou de forma vergonhosa:
— Essa foi péssima, Will — Uma voz descontraída soou logo atrás de si.
O menor se virou minimamente, encontrando o dono de seus pensamentos caminhando lentamente em sua direção, vestido da forma que sempre fazia com que Will perdesse o ar momentaneamente, com direito a flanela e suéteres que traziam a imagem do garoto.
— Faz melhor, então, Mike — Estendeu uma pedra para o garoto, que sorriu divertido e se sentou calmamente ao lado de Will, fechando um dos olhos e mordendo a própria língua enquanto tentava mirar.
Seria fofo se não fosse cômico.
Finalmente, jogou a pedra, essa quicando um total de quatro vezes até afundar. Will não escondeu a surpresa em seu rosto, Mike era sempre tão ruim em mira!
Ele sorria orgulhoso de si mesmo, e quase como se desafiasse o menor.
— Então? Fiz melhor ou não?
— Hm, definitivamente não — Sorriu da feição confusa que recebeu — Eu fiz uma pedra quicar cinco vezes antes de você aparecer.
— Oh, é mesmo, Byers?
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one shots byler
Fanfictionhistórias curtas sobre byler que são baseadas em músicas do momento e escritas durante as madrugadas vazias.