quatro, a terceira maravilha do mundo.

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quatro, a terceira maravilha do mundo.

 
Sirius não era o maior entendedor do mundo, mas ele sabia que o táxi em que eles andavam era um fusca verde bem areado. 

 Sirius, a esse ponto do caminho, começava a questionar se Arthur sabia o mínimo sobre segurança e auto-preservação e se ele prezava que seus clientes possuíssem os dois. Sejamos sinceros, mandar dois garotos de dezoito anos para a casa de desconhecidos não era a coisa de mais senso-comum do mundo. Agora, mandar dois garotos de dezoito anos sozinhos para a casa de desconhecidos, em uma cidade desconhecida e num país desconhecido era ultrapassar todos os limites.

 E Sirius poderia se assegurar, sorrir com o fato de que os seus outros parceiros de viagem estavam na mesma e que isso não podia significar algo ruim, mas então ele só se sentia amargurado. E se só eles tivessem o azar de cair com uma família de assassinos? E se só eles fossem mandados para uma família que traficava pessoas ou órgãos humanos? E se?

 Sirius se perguntou se Remus estava pensando nas mesmas coisas quando eles pararam na calçada da casinha – casona – branca.

 Ela não tinha campainha, e quem tomou a liberdade de bater suas mãos em punhos na porta de madeira envernizada não foi Sirius.

 Remus voltou para o seu lado, o papel que Arthur lhe deu que garantiria suas estadias sendo apertado em sua mão. Ele faria o papel como arma, se fosse preciso? Isso sequer era possível?

 Sirius escutou barulhos de passos rápidos e sua postura endureceu. Remus lhe lançou um olhar estranho antes de ouvir um trinco girando e-

 A porta se abriu.

 Sirius engoliu em seco.

 “Hola?” a garota, ela deveria ser só uns anos mais nova que os dois. O cabelo castanho curto mal chegava ao ombro e Sirius achou maravilhoso o óculos escuro em seu rosto, ele só não entendeu o porquê dela o usar, já que estava dentro de casa há alguns segundos atrás.

 Remus deve ter percebido que Sirius não diria nada até ser necessário, por isso assumiu a conversa:

 “Olá. Nós somos amigos de Arthur,” disse o que tinha sido mandado dizer. “E ele falou que tinha um quarto disponível?” estendeu o papel com a ortografia de Arthur e seus votos de confiança nos dois e logo a expressão neutra da garota se derreteu, um sorriso brotando em suas bochechas gorduchas.

 “Ah, os novos hospedeiros chegaram…” o espanhol se desenrolou na língua dela com tanta fluidez quanto o descer de olhos pelo corpo de Remus. Sirius se sentiu constrangido por ele. “Eu sou Micaela,” fez um gesto para os dois entrarem, fazendo questão de encostar no ombro de Remus no processo. Nenhum tipo de surpresa feliz apareceu nos olhos deles. “Papai está aos fundos e mamãe vai surtar quando souber que nós não estávamos todos arrumados para a chegada de vocês. Isso quer dizer que tem Burritos hoje. Vamos! Vamos!




 Dito e feito, Sirius se deliciava com a tortilla recheada com carne e alfaces. Uma das coisas mais gostosas que ele já tinha comido na vida.

 As paredes coloridas em tons de amor imitavam a cor do vinho posto a mesa só como decoração – a Família Palomo devia estar o guardando para uma ocasião mais especial que receber dois estranhos em sua casa e não fizeram questão nem de o abrir, ou talvez só achassem que os dois eram menores de idade – e a mesa era forrada com uma longa toalha branca rendada que fazia Sirius ter o dobro de trabalho para não derrubar a comida para fora do prato.

 “Vocês alugam quartos sempre?” Remus puxou assunto, Javier – o filho quieto e reservado da casa – traduziu suas palavras tão rápido quanto podia. Assim que fechou sua boca, Dona Francisca sorriu, terna:

the wonders of the world, WOLFSTAROnde histórias criam vida. Descubra agora