Capítulo 01

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Louise

O dia ontem tinha tudo para ser bom, até que de repente as nuvens começaram a se formar nos trazendo um sinal de alerta, um grande temporal estava para cair, e realmente caiu. Parecia que o céu estava desabando sobre nossas cabeças, mas mal sabia eu, que aquilo era apenas o início, o que vinha adiante era algo muito pior que nem mesmo a ciência poderia explicar.

Puxo de volta às cortinas deixando novamente o quarto escuro e me jogo de bruços na cama. Hoje é domingo. Não planejei nada para fazer durante o dia, estou sem disposição para programar uma saída.

Depois que minha melhor amiga foi embora para os Estados Unidos, meus dias aqui em São Paulo já não são mais os mesmo. Laura é como se fosse a irmã que nunca tive, para tudo era eu e ela juntas, trabalhos de escola, compras, viagens, tinha até vezes que íamos dormir na casa uma da outra, mas aí ela conseguiu uma bolsa para ir estudar em Oxford e, tudo aqui pareceu ter perdido o ar da graça.

– Louise? Já está acordada? – a governanta bate na porta.

– Sim. E se não estivesse teria acordado com os seus gritos. – digo ao abrir a porta do meu quarto. – Mas que mania feia de ficar gritando pela casa  Nana. Já não conversamos sobre isso, porque nunca me ouve?

– Desculpe querida, é que as horas estão se passando e o seu pai me deixou encarregada de aprontar você para hoje a noite. – falou, caminhando até a janela e puxando as cortinas.

– O que tem hoje a noite?

– Um jantar! – suspiro desanimada. –  Mas pelo o que ouvi, o de hoje será diferente. Ele pediu até que lhe ajudasse a procurar a melhor roupa para vestir.

– Sério? – estranho. – Ah, Nana, mais ainda são nove da manhã, daqui pra noite ainda temos bastante tempo pra preparar isso. – reviro os olhos, sem nenhuma animação.

Esses jantares de negócios do meu pai me cansam, só desço porque não tenho outra escolha. Sou literalmente obrigada a estar presente em todos eles, é como se fosse a atração especial para aqueles velhos rabugentos que não tiram os olhos de mim.

Ela sorrir amarela.

Dou de ombros e arreganho os abraços, Nana me abraça apertado. Ela trabalha aqui já faz um bom tempo. Eu nunca conheci a minha mãe, ela morreu no meu parto. Desde então, Nana virou minha mãe postiça.

– Já sabe o que vai vestir? – ela não desiste, nego – Diego me disse que parece ser um jantar para comemorar algo. Então não temos tempo a perder, Louise!

– Comemorar?  – deito de bruços apoiando os cotovelos na cama para vê-la vasculhar meu guarda-roupa atrás de uma roupa que seja adequada para a ocasião. – Não tenho lembranças de algo que devemos comemorar. Tem certeza que não está sabendo de nada?

– Tenho. Conhecendo o seu pai como conheço, nunca sabemos o que ele está aprontando. O senhor Sanchez é uma caixinha de surpresa,  Louise. O que acha desse? – Nana trás um vestido rosa cinturado. Balanço a cabeça em negação.

– Não entra mais em mim.

– Me lembre de separá-lo para doação, já que não vai mais usar. – ela volta para a frente do roupeiro. – Deixe-me ver, será possível que no meio de tanta roupa não se encontre uma que caia bem? – ela se mantém em silêncio por um tempo. – Louise, eu quase esqueci de dizer, o seu pai também pediu que estivesse usando os brincos que ganhou no seu aniversário, aqueles que foram da sua mãe.

Arregalo os olhos.

Aqueles brincos  são especiais demais, para ele me pedir para usá-los esta noite é porque deve ser um jantar muito importante. Será que ele arrumou uma nova madrasta para mim? Não, papai não faria algo assim sem antes ter falado comigo.

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