– Louise, posso entrar?
– Pode sim, pai.
Ele vem até mim e me abraça. Seus olhos sorriem ao me ver vestida. Papai segura minha mão e me faz girar, gargalho quando quase tropeço no meu próprio pé.
– Você está linda, minha filha.
– Nana me ajudou. Pai, o que estamos mesmo comemorando? – pergunto, não aguentando mais manter a curiosidade.
– Em breve você saberá.
Ele desvia o olhar, com medo, talvez, dele entregar o que tanto me esconde. Ele pega a caixinha com os brincos que deixei em cima da cama e trás para mim.
– Posso colocá-los em você?
– Por favor.
– Querida, eu quero que saiba que á amo muito. E que tenho bastante orgulho da mulher que está se tornando. – falou, colocando o último brinco. – Perfeito!
Caminho até o espelho e contemplo a perfeição que eles ficaram sendo usados junto com o vestido que comprei.
– És tão parecida com a sua mãe, ela também adorava cores mais suaves, até nisso você é igualzinha a ela. – me emociono.
– Queria ter a conhecido, tudo o que sei é o que me contam, não é tão legal viver somente pelos bastidores.
– Tenho certeza que a sua mãe daria tudo para ter mais alguns minutos com você. – balanço a cabeça – Filha, mudando de assunto, hoje será um dia muito importante e, quero que independente de qualquer coisa você possa pensar primeiro no bem da nossa família.
– Porque está dizendo isso, papai? – estranho.
– Por nada. Apenas quero que saiba que independente do que vier a acontecer depois dessa noite, jamais esqueça do meu amor por você. Tudo o que eu faço Louise, é pensando no seu futuro.
– Papai...
– Temos que descer agora. Os convidados já devem está chegando. Eu vou primeiro, mandarei Nana buscá-la quando eles chegarem. – ele avisa. Com um beijo na testa e um abraço, meu pai some da minha vista.
Mordo o lábio inferior.
Por mais que eu não queira, sinto que esta noite será marcada na minha história. Meu coração acelerado e nervoso revela isso, algo vai acontecer. Alguma coisa muito terrível está prestes a cair sobre minha cabeça e isso me assusta porque eu não sei bem o que é.
Dez minutos depois, Nana vem me chamar. Desço ao seu lado de braços dados. Estou nervosa demais, se eu ousar descer essas escadas sozinha tenho a certeza que tropeçaria no meu próprio pé e rolaria escada a baixo.
Um casal está sentado ao sofá. Quando coloco o pé no primeiro degrau, ganho sua atenção como imaginei que seria. Eles ficam de pé para me receber, respiro fundo antes de começar a descer.
– Senhor e senhora Baumer, essa é a minha filha de quem lhes falei. Louise, querida, esses são o senhor Martinis e a sua esposa, Antonelli.
– É um prazer conhecê-los. – os comprimento.
– O prazer é nosso. Tem alguns traços do pai, mas é igualzinha a Luiza. – falou o homem, sem tirar os olhos de mim.
– Você é ainda mais linda do que imaginei. – a mulher me puxa para um abraço, me pegando sem jeito. – Estou tão feliz em poder finalmente conhecê-la, seu pai falou muito ao seu respeito.
Fico sem graça para responder, então apenas a agradeço mais uma vez.
– Vamos nos sentar.
– Desde já peço desculpas por meu filho ainda não ter chegado, ele está um pouco atrasado mais já deve está a caminho. – o senhor Martinis fala com os olhos voltados para mim. Desvio o olhar.
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Um contrato de casamento
Short StoryMedo, um sonho e um contrato. É tudo o que Louise tem em mãos, e ela terá que apostar todas as suas fichas num jogo que só tem incertezas para lhe dar. Diante de um casamento forçado, pode o amor se sobressair as incertezas de um coração quebrado?