epiphany

24 2 18
                                    

And some things you just can't speak about

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

And some things you just can't speak about

With you, I serve
With you, I fall down, down
Watch you breathe in
Watch you breathing out, out

Amália assiste a alguns pássaros pousarem sobre a varanda de sua casa. Ela não se lembraria o nome das espécies – biologia nunca foi seu forte –, então se contentava em avaliá-los por sua plumagem.

As aves, barulhentas, se bicam vez ou outra, causando euforia entre as demais. Estavam mais à vontade antes de perceberem os vorazes olhos prateados que as fitavam.

A vampira estava esparramada ao pé da escada. Em silêncio desde que Margô desapareceu, mas sua mente era barulhenta. Amália evitava fechar os olhos porque, embora não admitisse, tinha medo de se perder nos próprios pensamentos.

Cecília estava entre eles, além disso. Tudo o que havia sido dito ressoava em sua cabeça. A confiança se conquista, é verdade, mas o que Amália poderia fazer se existem coisas que ela não pode falar sobre?

Levanta-se dos degraus gelados. As visitas na varanda vieram a se acostumar com a presença dela, já que pouco se afligiram com sua movimentação. Em passos curtos, estava diante do balcão de granito. Sobre ele, um saco pardo.

Amália não costumava ter comida em sua casa por, bem, razões óbvias. Entretanto, agora contava com uma geladeira meio cheia e alguns pães de padaria empacotados diante dela.

Eram para Cecília. Ela pensa.

Tomando um dos pães em sua mão, amassa-o em migalhas. Perto o suficiente para que não os assuste, ela despeja os farelos aos pássaros.

Bufa, frustrada. Amália sentia angústia desde sua garganta até a ponta dos pés. Ela trataria de se reconciliar com Cecília, mas antes precisa lidar com a visita de Margô em sua cidade.

.

— O que estavam pensando?! — Kai briga, recepcionando as meninas de volta à reserva.

— Ótimo. — Maiara resmunga — Ela já sabe.

— Você já viu, uma única vez, Kai não saber de alguma coisa? — Aiyra acompanha a amiga, também incomodada.

— Nem me faça começar a falar de você, mocinha. — o sermão se estende à Nina, que sorri envergonhada logo atrás de Geórgia.

Antes que diga mais alguma coisa, Kai alcança a mais velha, dando-lhe um beijo delicado.

— Pelo menos Nina não vai dormir no sofá hoje. — Mai fala baixo.

sol da meia-noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora