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    Quando viram que o homem estava vindo com o menino em direção ao templo, os quatro correram a se esconder, não queriam que ninguém os visse e fizessem muitas perguntas.

    - O que eu te disse sobre vir em cidades humanas sozinho, hein Max? - eles iam ouvindo o homem discutir com o menino, - Humanos não são de confiança também, não importa a raça sempre tem gente ruim, e você tem que prestar atenção nisso.

    Zola olhou para seu irmão que estava agachado atrás de algumas pedras e sinalizou com com os lábios “ele é lobisomem também?” e Indras negou com a cabeça, fazendo a lobisomem ficar ainda mais confusa.

    Se aquele homem não era lobisomem e também não tinha cheiro de vampiro e muito menos era uma bruxa, já que estas só podiam ser mulheres, o que ele era?

    Pois o cheiro dele era diferente, ele era incrivelmente hábil, conseguiu deixar dois lobisomens desmaiados e falava assim dos humanos, como se também não pertencesse a aquela raça. Zola começou a ficar preocupada com essa dúvidas, e torcia para que o estranho passasse reto pelo templo e sumisse.

    Indras e Bea tinha as mesmas preocupações de Zola e queriam ficar ali despercebidos, mas Lyanna queria saber mais daquele homem, queria saber como que ele sabia lutar daquele jeito, pois a única humana que sabia lutar assim era sua madrinha e ela fazia parte da resistência, será que ele também fazia? Será que ele sabia mais sobre bruxas e suas origens? Ou ele conhecia alguma bruxa que pudesse ajudar?

    - Estão procurando alguma coisa? - uma voz foi ouvida fazendo os quatro que estavam escondidos pularem de seus lugares e olharem para a porta da templo onde o homem misterioso estava encostado em uma pilastra e o menino atrás dele soltando vários sorrisos mas sem emitir som nenhum.

    - Não, estamos bem - Indras disse assumindo uma postura um pouco ameaçadora e ficando na frente de Lyanna e seu comportamento sendo imitado por sua irmã que já pôs a segunda bruxa atrás de si.

    - O que estão fazendo aqui? - o homem voltou a perguntar.

    - Nada de mais, só cumprindo as nossas rondas com essas bruxas, sabe, para manter a mata longe das estradas e cidades - Indras respondia na defensiva.
    
    O homem olhou em volta e soltou um pequeno bufo.

    - Se vocês querem mentir, então o problema não é meu - ele se desencostou da pilastra e já foi se dirigindo a saída, - Vamos Max.

    - Como você sabe que estávamos mentindo? - Lyanna falou saindo de trás de Indras, fazendo o homem parar de andar olhar para trás e dar um sorriso ladino.

    - Se eu não tivesse certeza, agora eu teria - ele respondeu fazendo Lyanna perceber que ela entregou o grupo todo.

    - Mas você já estava de saída, não é mesmo? - Indras disse tentando por Lyanna de volta atras dele e ela não permitindo se dar um passo sequer, ela queria saber mais daquele homem.

    - Eu ainda quero saber como você sabia que estávamos mentindo - a bruxa ruiva insistiu.
    
    O homem se voltou para frente, deu alguns passos e se agachou estendendo a mão, fazendo Miranda em sua forma de gato se aproximar dele, o cheirar e em seguida começar a ronronar e se esfregar pedindo carinho e logo Trevor posou ao lado do estranho e ficou ali o olhando.

    - Bruxas escravas não tem familiares - ele respondeu ainda fazendo carinho na gata, - Fora que dois lobisomens tentando proteger bruxas e um acampamento improvisado faz qualquer um desconfiar, da próxima vez eu pensaria em usar algum feitiço de encobrimento de cheiro e proteção, para ninguém achar vocês.

    - Como sabe disso, desses feitiços? - Lyanna ia se aproximando daquele homem, estava curiosa e queria saber mais dele.

    - Lyanna, para - Indras pediu segurando seu braço.

    - Não sabemos nada dele, nem quem ele é - Zola continuou.

    - Me chamo Kaine e era só perguntar meu nome - o homem disse dando uma risadinha e se sentando melhor no chão para continuar a dar carinho para a gata, - Esse moleque aqui atrás é o Max - disse apontando pra criança que deu um tchauzinho com a mão e já foi correndo em direção ao corvo para também fazer carinho.

    - E como sabemos que podemos confiar em você? - Zola perguntou.

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