MEU LAR NO TEU CHEIRO | TK

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Acordar cedo era chato.

Nisso todos os Jeon, que habitavam aquela casa bonita e confortável de um bairro familiar, que cheirava a amoras, biscoitos e filhotes, concordavam.

Mais um ano letivo tinha começado, há menos duas semanas mais precisamente, Haerin e Beom estavam indo para a escola todas as manhãs e Jeongguk precisava garantir que seus filhotes iriam acordar na hora, comer um café da manhã bem reforçado e chegar para a primeira aula sem atrasos com tudo certinho antes de ir para a empresa trabalhar.

Enquanto organizava a lancheira dos dois, com todo cuidado e carinho do mundo, garantia que os dois filhotes estavam comendo o café da manhã certinho e sem fazer bagunça para não sujar a farda. Jeongguk até tinha colocado avental nos dois, mas conhecia suas crias o suficiente para saber que eles dariam um jeito de se sujar mesmo com o adereço cobrindo suas roupinhas, principalmente depois do drama que fizeram para sair de dentro dos lençóis quentinhos do ninho e que tinha o cheiro bom do papai.

Para não se atrasar e fazer tudo que precisava antes de sair de casa, o ômega encheu a boca com sua comida e fechou as lancheiras, correndo para pegar as duas mochilas e conferir se todo o material necessário para aquele dia de aula estava lá dentro e nada faltava.

Voltou para a cozinha e comeu mais um pouco, repassando em sua mente, apressada e cheia de coisas, seus compromissos daquele dia, pois sentia que estava esquecendo alguma coisa.

Deixar os filhotes na escola, ir para a empresa, terminar o design do pedido do fardamento da construtora, ver se a fabricação do fardamento daquela rede de lojas lá estava avançando, reunião antes do almoço, buscar os filhotes, almoçar, deixar os filhotes com a babá, voltar para a empresa... Ele enumerava tudo, na sequência, tentando se lembrar exatamente o que tinha que fazer naquele dia para não se enrolar e tentar não levar trabalho para casa, pois não gostava dos dias que lhe faltava tempo para dar atenção aos filhotes.

— Terminei, papai. — Haerin chamou a atenção de Jeongguk, que rapidamente engoliu o que tinha na boca, limpando as mãos em um pano de prato e indo tirar Beom da cadeirinha porque ele já estava tentando sugar o que não tinha mais em seu copinho de leite.

— Escovar os dentes agora. — Jeongguk disse, seguindo Haerin para o banheiro quando a menina passou na frente.

Ele ajudou os filhos com a higiene bucal e aproveitou para fazer a sua também. Terminou de arrumar os filhotes e suspirou com o coração aquecido ao ver seus lobinhos prontos para ir à escola, com suas fardinhas que lembravam roupinhas sociais e que eram pura fofura. Haerin com a saia plissada de cor cinza, a camisa social de manga curta e a gravata pequena. Beomgyu seguia o mesmo padrão, mas com uma bermuda que chegava as canelas e o deixava a coisinha ainda mais fofa. Para completar, vestiu os dois em casacos para mantê-los aquecidos do frio do inverno que ainda perdurava naquele inicio de primavera.

Todo dia Jeongguk passava pelo mesmo momento de contemplação que era ver seus filhotes prontos para a escola.

Era um papai babão e coruja, se derretia com qualquer coisa que suas crias faziam e chorava com todas as conquistas dos dois, sempre os enchendo de amor e atenção.

Jeongguk sabia que o comportamento era o instinto dele, mas ao mesmo tempo percebia também que dava tudo em dobro para suprir a falta que o outro pai fazia aos dois filhotes, coisa que às vezes o fazia se sentir um tanto exagerado. Ele sabia que amava muito seus filhotes, mas sempre iria querer amar por dois, se fosse possível.