SEIS

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Jeongguk se olhou no espelho.

Parecia bem. A blusa preta com quase todos os botões fechados, exceto os dois primeiros, caía bem em seus ombros e estava por dentro da calça social quadriculada, preto e cinza, de cintura alta que ele nunca tinha usado, mas tinha comprado porque achou bonita. Agora, talvez, o ômega estivesse se arrependendo de ter demorado tanto para usá-la.

Deu uma voltinha apenas para olhar como a calça estava e...

— Será que não está muito apertada? — perguntou a si mesmo, vendo como o tecido se agarrava a suas pernas e bunda.

Poderia parecer vulgar, ele achava. Não que o ômega tivesse uma bunda voluptuosa de se olhar muito ou coisa assim, mas assumia que era bonitinha e os exercícios que praticava lhe garantia coxas e glúteos bem definidos.

E com toda certeza ele tinha engordado, era o que Jeongguk pensava. Se ele não tivesse perdido um mês inteiro de treino, indo passar parte das férias das crianças em Busan e comendo toda a comida do mundo que seus pais lhe ofereciam, não teria ganhado os seis quilos que ele tinha visto na balança da última vez que se pesou.

O ômega bufou agoniado, não tinha mais tempo para escolher outra roupa se não quisesse chegar tarde e perder de acalmar um pouco dos nervos de Jimin, e o alfa tinha deixado muito claro que o esperava lá, para prestigiar seu primeiro discurso de seu primeiro grande feito como engenheiro civil. Então perguntaria a Sohee o que ela achava. Se a resposta fosse ruim, ele colocaria a calça social preta de sempre. Uma ótima saída, por mais básico que fosse.

Conferiu uma última vez como estava, satisfeito com o cabelo repartido ao meio que caia ao redor do rosto e se enrolava na curva do pescoço, a maquiagem discreta que apenas cobria algumas manchinhas de sua face e realçava os lábios, e então saiu do quarto.

A sala estava uma pequena zona.

Os sofás e mesa de centro foram empurrados para as extremidades, porque no centro da sala uma tenda cheia de almofadas e lençóis, adornada por bandeirolas, tinha sido erguida. Havia brinquedos por toda parte, um filme pausado na tv e o cheiro de pipoca e chocolate quente no ar.

Noite do pijama com tia Sohee era sempre um evento.

Jeongguk encontrou a moça na cozinha, cortando frutas para acrescentar ao cardápio da noite.

— Como eu estou? — ele perguntou timidamente para a babá, que ergueu seus olhos do que estava fazendo para avaliar o homem.

Um sorriso cresceu no rosto da jovem, um que deixou Jeongguk mais apreensivo que aliviado.

— Se eu fosse dez anos mais velha, eu estaria te cortejando, Sr. Jeon.

Jeongguk fez as contas. Sohee tinha dezoito. E ele tinha uns poucos anos a mais que vinte e oito. Pelas Luas, ele estava velho.

— Não me respondeu. — Jeongguk resmungou, tentando disfarçar o rubor da face.

— O senhor está muito bonito! — Sohee disse, sem gracinhas dessa vez.

— A calça não está muito apertada?

— Na medida certa!

— Tem certeza?

— Absoluta.

— Obrigado! — o ômega agradeceu com um sorrisinho tímido e satisfeito, a mão se erguendo para empurrar uma mecha de cabelo para trás da orelha.

MEU LAR NO TEU CHEIRO | TKOnde histórias criam vida. Descubra agora