Promessas

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Depois de muito sangue derramado finalmente o serviço estava concluído, estávamos muito exaustos, então liguei novamente para o cara.

— Olá, estou ligando para avisar que terminamos, estão todos mortos e lhe enviei as fotos como prova.

— Vocês são demais! Obrigado.

— E nosso pagamento?

— O claro, semana que vem eu pago você, prometo.

Arthur estava aborrecido com isso, pedi para ele ser mais paciente, mas ele recusou.
Arthur às vezes era uma pessoal difícil de lidar, então começamos a discutir por conta disso...

— Você pensa que o mundo gira em torno de você Arthur, mas não é bem assim que funciona...

— Você não sabe nada sobre mim, minha vida é uma merda desde que te conheci.

Não consegui me conter e comecei a chorar, eu estava criando uma dependência emocional muito grande, e tudo que ele fazia de negativo me afetava profundamente. Arthur tira seu cinto da cintura, e me joga contra o chão e começa a me golpear com muita força por todas as partes do corpo incluindo o rosto.
Enquanto eu era golpeada pude sentir minha pele queimar como fogo! quando ele terminou de me bater fiquei estirada sobre o chão frio, a dor era muito grande e ardente, fiquei com o corpo todo roxo e marcado, talvez ele faça isso porque quer me proteger, a voz em minha cabeça dizia:

— Você não passa de uma vagabunda hipócrita.

Talvez estivesse certo, eu não tinha mais certeza de nada, apenas vivia para agradar Arthur e ajuda-lo, mas será que eu realmente estava o ajudando?
Bem não tinha como saber, fiquei horas deitada sobre aquele chão, chorando até perder o fôlego. Arthur sai pela porta da frente com uma arma na mão e duas facas na cintura, rapidamente me levanto do chão e o sigo.

— Espere Arthur, não me deixe por favor.

— "Você é desprezível!"

— Eu vou junto, você queira ou não, prometi a mim mesma que o apoiaria, não vou deixar você entrar lá sozinho para matar aquele, cara e morrer, será que não vê como isso é arriscado?

Ele simplesmente me olha com um olhar de deboche e sorri despretensiosamente, suponho que ele gosta de mim, mas é muito orgulhoso para me dizer isso.
Então pegamos um táxi e fomos até a casa do cara, não tínhamos plano, mas tínhamos a coragem, entramos lá por uma abertura que tinha no teto para entrar vento, e chegamos até o quarto e lá estava ele, Arthur chega por trás e coloca uma fita em sua boca para não gritar e estrangulamos ele até a morte, desmembramos o corpo dele, e saímos pela abertura do teto e também ficamos com algumas partes de seu corpo, e o restante colocamos em sacos e enterramos na floresta, até que não foi tão difícil, quando chegamos a casa percebi que minha carteira não estava na mochila, e, nessa altura já entrei em desespero, procuramos por toda parte, mas eu avia realmente perdido.

— Droga Arthur, sem querer deixei minha carteira cair na cena do crime

— Eu sabia que você iria fazer merda, como sempre faz, deveria ter ficado fora disso.

Ele me empurra e eu caio no chão, o pior de tudo nem era ter perdido a carteira, mas sim que nela avia meus documentos, incluindo identidade, estávamos encrencados, eles iriam saber quem sou e viriam atrás de nós para se vingarem da morte do cara.
Não sabíamos oque fazer, ao não ser ficar uns dias sem sair na rua e se esconder ao máximo, e foi exatamente oque fizemos, ficamos sem sair por uns dias e a comida foi acabando, não tinha como pagar a energia então também ficamos sem luz e sem água.

Estávamos sem saída, já não dormíamos mais a noite de medo de alguém entrar na casa e nos matar, um dia antes da energia acabar recebemos uma carta com nossas inicias e duas balas de fuzil.
Arthur entrou em desespero e eu também, eu chorava como uma criança e implorei para irmos embora para outra cidade, mas Arthur quis ficar ali, esperando eles virem nós pegar, para tentar enfrenta-los e os matar, e obviamente esse plano não daria certo. Eles eram em muitos, tinham um bom armamento e até treinamento militar, estávamos a tantos dias sem comer que decidi preparar os pedaços que guardei do cara que matamos, Arthur estava com tanta fome que mesmo não gostando de carne humana comeu e se lambuzou.

Eu e Arthur deixamos todas as nossas armas carregadas, colocamos armadilhas caseiras nas portas e nas janelas, pegamos facas e as prendemos na cintura, ficamos treinando como enfrenta-los quando eles chegarem, não tínhamos bem um plano em mente, mas sabíamos que se fossemos morrer seria lutando.
Eu não estava totalmente de acordo com isso, mas eu queria apoia-lo então apenas concordei. E bem em uma tarde despretensiosa eu estava deitada nosso sofá, mas acordada e Arthur estava com sua arma treinando, até que ouvimos um disparo muito alto e estrondoso era uma bomba que explodiu nossa porta e a deixou em pedaços, ficou apenas um enorme zumbido em nosso ouvido, na hora Arthur caiu no chão, e os homens rapidamente começaram lhe dar socos e chutes, e saia muito sangue de sua boca e rosto e eu pedi desesperadamente chorando:

— Por favor parem não o machuque

— Você e esse sujeito mataram nosso chefe e agora Irã morrer.

Pego a arma que estava em cima da mesa e aponto para um deles, e os outros apontam suas armas para mim.

— Tudo bem, vamos fazer um acordo, vocês deixam agente ir, e nunca mais Irã nos ver.

E então um deles aponta a arma para mim e atira em meu braço, o sangue fresco começa escorrer. Pego minha arma e começo a atirar em todos eles, começamos a trocar tiros, me agarro em Arthur e corremos em direção a janela mais próxima, saímos da casa rapidamente enquanto eles corriam atrás de nós, entramos no carro e tento liga-lo, mas não estava ligando e eles estavam se aproximando mais e atirando, até que finalmente o carro liga, saímos de lá as pressas. Bem estávamos "salvos" pelo menos por um tempo, eu já queria me desfrutar disso tudo, Arthur estava aflito e com uma expressão vazia, pela sua cara dava para sentir sua frieza.

— Arthur, você está bem?

— Não, eu estou cansado disso, não quero passar a vida fugindo, isso não é viver.

— Se serve de consolo, talvez seja apenas por um tempo vamos fazer dar certo.

E seguimos a estrada, fumando, bebendo, se drogando e desejando que tudo isso tivesse um fim.
Arthur passava metade de nosso tempo reclamando e colocando a culpa em mim, eu estava me sentindo sozinha, naquele momento a quietude e o silêncio foram minhas únicas companhias, em uma noite Arthur estava dormindo e eu estava acordada fumando meu cigarro, e então Arthur acorda e vai até à grama urinar. E quando menos espera um daqueles caras que estavam nos procurando o agarra por trás.

— Te peguei miserável!

— Mate-me ou você que morrerá.

Ele amarra Arthur na árvore e vai atrás de mim.

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