I Owed Him a Beer

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Não estava sendo um dia fácil para S/N Collins.

A reunião da manhã havia sido um caos. A apresentação que havia preparado deu erro por cinco minutos antes de finalmente conseguir abri-la, dispersando toda a equipe com a pausa e foi um sacrifício trazer a atenção das pessoas para si novamente quando ela não podia simplesmente gritar e mandar todos calarem a boca. Após o almoço seu cérebro resolveu que simplesmente não focaria a atenção em nada que não fosse sexo. Ela viu a pilha de papéis sobre sua mesa crescer, o calor disparando pelo seu corpo enquanto sua mente projetava imagens muito explícitas de todos os lugares do escritório em que ela poderia transar se tivesse um parceiro naquele momento.

Sorriu, tomando o celular em mãos e buscando um contato em específico na agenda, mas foi interrompida pela chefe que pediu uma cópia de um relatório que ela já deveria ter terminado. Olhou para a tela do computador, o texto se embaralhando à sua frente, mas forçou-se a finalizar as poucas páginas que faltavam no arquivo, o que a distraiu de enviar uma mensagem para Drew.

Drew Starkey fora um dos primeiros amigos que fizera ao chegar em Nova York. Ele, britânico; ela, porto riquenha. Os dois acabaram sendo reunidos pela sensação de serem estrangeiros em um novo lugar e pelo amor por futebol. Não o futebol americano, futebol de verdade, como ele costumava dizer.

E isso já fazia mais de sete anos. Passaram por muitos altos e baixos juntos e sabiam que sempre podiam contar um com o outro para tomar uma cerveja e rir de qualquer coisa juntos. S/A o confortou quando a avó dele faleceu e Drew juntou todos os cacos do coração dela quando o noivo a traiu nas vésperas do casamento. Foram meses difíceis e a porto riquenha tinha certeza que teriam sido ainda piores se não fosse pelo companheirismo do britânico que fazia pose de durão, mas que tinha o coração tão macio quanto bolo recém saído do forno.

Porém a dinâmica entre eles havia mudado há alguns meses.

Estavam no bar que costumavam frequentar sempre e, naquela tarde de sábado, o local estava lotado por conta do jogo que estava sendo transmitido em várias televisões ao mesmo tempo. Chelsea e Tottenham estavam empatados por dois a dois desde o início do segundo tempo. O calor do início do verão contribuiu para que eles tomassem muito mais cervejas que o normal e o nervosismo do empate pediu por algumas doses de tequila.

S/N notou que algo estava errado quando o Chelsea perdeu um gol praticamente feito e Drew não esboçou nenhuma reação, olhando fixamente para alguma coisa do outro lado do bar.

— Tá tudo bem? – ela questionou, parecendo tirá-lo de um transe.

— Tudo ótimo. – sorriu, voltando os olhos para ela enquanto tomava o último gole de sua cerveja. Ele sabia que nunca conseguiria mentir para ela, então resolveu sair de perto. – Vou ao banheiro. Pede mais uma cerveja pra mim, por favor?

S/A assentiu, mas o homem não viu. No caminho para o banheiro, confirmou suas suspeitas: em uma mesa no canto do bar estava Stephen, ex-noivo de S/N, com um grupo de amigos. Ele se lembrava muito bem de como ela havia ficado por muito tempo depois do término e a última coisa que queria era ver a amiga naquela fossa novamente. Foram meses, mas pareceu uma eternidade, em que a morena vivera como um zumbi, no modo automático e, quando demonstrava alguma emoção, era sempre na forma de um choro torrencial e insegurança, o completo oposto da personalidade brilhante e confiante da porto riquenha.

Ao voltar para o balcão, encontrou-a de pé, gesticulando veementemente para a TV enquanto despejava uma série de xingamentos contra o juiz que não tinha dado um pênalti, mas sorriu ao ver o amigo e o entregou sua cerveja. Drew distraiu-se com o jogo novamente, mas seu corpo entrou em estado de alerta quando viu Stephen levantar-se do outro lado do bar e começar a abrir caminho entre as pessoas no bar, vindo na direção dos dois.

imagines Hot - Drew Starkey Onde histórias criam vida. Descubra agora