parte 1

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O mal de se morar junto com um namorado tão provocador como Drew era que meu corpo tinha se acostumado com as carícias e safadezas frequentes e reclamava quando não as ganhava. Chegava a quase doer e incomodar de verdade quando vinha a saudade das suas mãos bobas arteiras, dos seus lábios quentes e, principalmente, da sua masculinidade em mim.

O foco era facilmente perdido quando isso me acontecia. Precisava apertar as pernas com força ou tentar me manter pensando em coisas fofas e broxantes para me acalmar e fazer o trabalho que me era de direito na fazenda. Mas o pior de tudo era saber que, quando chegasse em casa após uma jornada dupla de trabalho, eu não o veria. E não o tinha visto por longos meses, já. Era aterrorizante e extremamente doloroso.

Não brigava com ele, porém, por ter me deixado ali e seguido o seu sonho; era injusto. Drew queria ser ator de uma série na netflix e estava gravando em outro estado, enquanto batalhava por uma vaga entre os melhores em um centro de treinamento. Estava pertíssimo de conseguir o que queria, entre os melhores e mais promissores, em busca de patrocínio. E eu, bom, estava realizando meu sonho, com um laboratório só meu e idealizando minha pesquisa, enquanto ajudava o meu futuro sogro com a administração da fazenda, responsabilidade, esta, que era de Drew, mas que passara para mim.

Jonh não queria que o filho se tornasse ator de uma série- ele me confessou, mas Drew era maior de idade e tinha seu próprio dinheiro e ele não podia impedi-lo. Sua condição foi me prender à fazenda, deixando-me substituir meu namorado nas funções que lhe caberiam se estivesse aqui. Se Drew conseguisse o que pretendia, eu estaria livre para ir. Se não, ele voltaria para a fazenda e tudo bem.

Entendi que Jonh estava tentando me usar para manter o filho por perto. Tinha certeza que ele esperava que a saudade apertasse o suficiente para ele voltasse correndo para casa, mas ele não o fez. Na verdade, fora o contrário: no mês passado, eu tinha surtado de excesso de trabalho e saudade e fui encontrada chorando embaixo de uma mesa. Ganhei alguns dias de folga para viajar para CN e encontrar com Drew.

Só de lembrar daqueles poucos dias, meu coração palpitava e meu corpo começava a se arrepiar. A falta tinha nos deixado mais sensíveis um ao outro e tudo tinha sido delicioso de uma forma extrema.

E agora lá estava eu, fantasiando de saudade, trancada em sua pequena casa, no coração da fazenda, no quarto em que dividíamos por muitas noites e cheio de lembranças quentes e deliciosas que me faziam vibrar, enquanto ele estava a mais de 800 quilômetros de distância de mim.

Tinha uma coisa que fazíamos para tentar amenizar a saudade, quando ela apertava daquela maneira. Levantei-me, indo até o guarda-roupa e puxando a caixa de brinquedos - que havia aumentado consideravelmente através dos anos e, principalmente, quando nos formamos da faculdade - e selecionei um dos vibradores, enquanto discava o número de Drew pelo celular.

Queria senti-lo, mas já que não era possível, vê-lo teria que ser o suficiente.

"Oi, baby" atendeu-me, parecendo animado.

Àquela hora da noite?

Apurei meus ouvidos, tentando identificar qual era o motivo da animação. Eu bem conhecia como era a noite paulistana para ignorar aqueles sinais.

- Oi, baby - respondi, ainda concentrada. - Será que você poderia entrar no skype agora?
Ele estalou os lábios e eu soube que ouviria uma negativa. Por Deus, ele não deveria nem estar em casa e eu bancando a idiota, de pijamas e com um vibrador em mãos, esperando que ele pudesse me ajudar só um pouquinho.

"Hm... É que eu tô com os caras jogando vídeogame. Não pode ser mais tarde?"

Vídeogame.

Drew dividia o apartamento com todo o elenco que ele conheceu durante as gravações,  viraram grandes amigos inclusive. Era um apartamento grande, e eles tinham bastante espaço, então era tranquilo. Porém, era como uma grande festa. E eu me corroía de ciúmes, sem conseguir me conter.

imagines Hot - Drew Starkey Onde histórias criam vida. Descubra agora