As Máscaras Caem

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Tudo aquilo que me mata,

me faz sentir que estou vivo.- Counting Stars

Horas haviam se passado, Melissa sentia suas pernas doerem encima de Serafim depois de tanto tempo naquela mesma posição

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Horas haviam se passado, Melissa sentia suas pernas doerem encima de Serafim depois de tanto tempo naquela mesma posição. Um dos soldados decidiu parar ao seu lado e iniciar a conversa, também acima de seu próprio cavalo.

- Majestade, queríamos lhe pedir permissão para descansar. A maioria dos homens estão cansados. Estamos cavalgando há quatro horas e já devemos ter ultrapassado trinta quilômetros da fronteira de Mordor. E também... - A falação do soldado quase latejava na cabeça de Melissa, que ergueu uma mão pedindo silêncio e puxou as rédeas de Serafim parando o mesmo.

Todos os homens desceram de seus cavalos, inclusive Melissa também. Eles se sentaram na grama e a maioria começou a beber água. Os primeiros raios de sol começavam a dar sinal no céu, que aos poucos adquiria um tom violeta e alaranjado.

Melissa se pôs de pé entre os homens, ganhando a atenção de todos. Ela retirou seu capacete para também poder beber água. Quando os homens perceberam aquilo, imediatamente se levantaram.

- Sentem-se e me ouçam! - Ordenou ela e assim eles fizeram, ainda murmurando entre si sobre ser a princesa e não o rei.

- Todos vocês me conhecem. Todos sabem que sou filha do rei. Por lei mulheres não podem ir para a guerra mas desde criança tenho experiência. Eu roubei o exército de meu pai. - Admitiu ela, olhando para o rosto de alguns dos homens.

- Princesa, não podemos ir a guerra com a senhorita no controle. - Disse um deles.

- Seria suicídio! - Exclamou outro.

- Vieram até aqui sob o meu comando. Podemos voltar e buscar meu pai doente para lutar, vocês vencem como imaginam e quando voltarem, o trono estaria em minhas mãos. Inclusive eu decapitaria cada um de vocês se ele voltasse minimamente arranhado. - Melissa deixou sua doçura de lado, finalmente adquirindo uma pequena porcentagem de respeito daqueles homens.

- A maioria dos homens de Arnor irá em sua direção, a cabeça do Rei está em jogo! - Disse um deles.

- Eu sei, e por isso se nos dividirmos conseguimos cercar os soldados de Arnor. É a nossa saída. - Melissa disse.

- Qual era o plano de seu pai? - Perguntou o mesmo homem que falou por último.

- Seguir pelas trilhas e então ir pelos montes de Mordor. É área isolada e o reino deve estar cercado. Seria óbvio demais. - Ela argumentou contra a idéia que lhe foi descrevida por seu pai.

- Porque você acha isso? - Perguntou um homem.

- Seria como contornar a guerra, indo até o reino que também deve estar cercado de soldados. Muito provavelmente deve haver poucos soldados na entrada principal do reino, e será por lá que invadiremos. - Ela diz, determinada.

- O Rei planejava fugir da guerra? - Perguntou um dos que estava mais próximo de melissa.

- Ao que pude entender, ele planejava lutar apenas dentro de Arnor. - Responde ela.

Mais uma hora se passou enquanto discutiam sobre a melhor estratégia. Todos ali podiam notar que Melissa tinha argumentos irrefutáveis, e uma solução para cada problema que imaginavam.

Quando o plano havia chegado em um bom lugar, quando todos haviam entendido, Melissa subiu em seu cavalo e pôs o capacete da armadura. Certificou-se que sua espada estava consigo e avançou. Os trotes de cavalos ecoavam pela floresta e ela queria chegar logo lá, tudo que desejava era voltar com a mesma quantidade de homens para casa. Não queria contar a nenhuma família que ela havia perdido soldados.

Ela tinha mais de quinhentas vidas em suas mãos. Não demorou muito para que gritos fossem ouvidos, assim que saíram da floresta.

Fumaça negra saía de algumas árvores á frente, demonstrando que haviam sido incendiadas. A grama verde recebia a coloração vermelha em muitas partes e, estampando o brasão de Arnor e também de Mordor no peito da armadura, centenas de corpos se espalhavam naquele local.

- Parem! - Melissa disse, fazendo alguns homens em seus cavalos recuarem.

- Está tudo bem? - Perguntaram três soldados em uníssono enquanto observavam o "cemitério" em sua frente.

- Muitos desses homens são de nosso reino, foram boas pessoas. Até aqueles que não estavam ao nosso lado merecem paz. Vamos orar, por eles e por nós. - Melissa retirou o capacete outra vez colocando em seu peito, e todos com ela também o fizeram.

Murmúrios eram ouvidos, alguns não tão audíveis mas a maioria pedia pela misericórdia de Deus e outros pediam perdão pelos seus pecados. Melissa pedia que Deus perdoasse a guerra que aconteceria ali, e que isso não corrompesse nenhum coração naquele lugar. Naquele mesmo minuto ela decidiu fazer uma promessa, para Deus e por cada homem que perdesse a vida através de sua espada, ela rezaria por seu próprio perdão e pelo descanso daquelas almas.

Em seguida, todos colocaram seu capacete novamente e amarraram seus cavalos. Dali em diante seria a pé. Melissa ergueu a bandeira e a enterrou deixando-a posicionada.

Todos com suas espadas em mão, entraram no campo de batalha. Melissa sentiu a adrenalina em seu corpo e avançou.

Tilintar de espadas eram ouvidos. Três homens vieram em sua direção e ela golpeou um com um chute fazendo-o recuar, enfiando a espada na costela de outro. O terceiro ergueu a espada, mas ela reagiu rápido usando sua força para impedir com a espada dela que a daquele homem lhe atingisse. Ele retirou a espada do lugar e planejou chutar o estômago dela, erguendo a perna esquerda e sendo surpreendido com um outro soldado, que fez um corte reto na coxa do homem amputando aquele membro.

O soldado inimigo gritou em escárnio e Melissa ergueu sua espada com as duas mãos, jogando a lâmina contra o pescoço daquele homem. Os gritos cessaram.

O homem que ajudou melissa atacou aquele cujo qual ela havia derrubado, e Melissa partiu para cima do outro.

Momentos depois, até onde ela conseguia contar, ela havia exterminado cinquenta e sete homens de Arnor, Melissa se esforçava verdadeiramente para cumprir com sua promessa e não perder a contagem.

Cinquenta e oito, cinquenta e nove... os números aumentavam e o único ferimento que havia nela era um corte superficial no ombro direito que, naquele instante não lhe incomodava nenhum pouco.

Seus braços doíam um pouco, ela não conseguia respirar e cada vez mais homens inimigos se juntavam ao redor. Alguns soldados de seu próprio exército se juntavam a ela para ajudá-la. Melissa agradecia a cada um deles por terem entendido a parte que ela havia dito sobre trabalho coletivo.

♡•♡•♡•♡•♡

Foi complicado escrever
este capítulo mas eu
espero que tenham gostado <3

[ SEGREDOS ] - em andamento 12(30)Onde histórias criam vida. Descubra agora