Garotas Fortes Não Choram

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Esse tempo está lá atrás. Eu não tenho
mais o que fazer. E eu ainda gosto dela,
mas ela já não gosta tanto assim. A por-
ta ainda está aberta, mas da janela já
não entra luz. E eu ainda penso nela,
mas ela já não pensa mais em mim.

Melissa e Alan estavam sentados em uma mesa, de frente um para o outro há pelo menos quinze minutos

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Melissa e Alan estavam sentados em uma mesa, de frente um para o outro há pelo menos quinze minutos. Nenhum deles havia dito uma palavra sequer. Melissa decidiu que quebraria o silêncio.

- Sobre o que quer conversar comigo? - Ela questionou. 

- Meu pai não vai te machucar fisicamente, eu te prometo isso. Mas agora que sei sobre o que deseja conversar com ele, sei que seus sentimentos serão machucados. - Alan estava com um semblante preocupado, a olhando impaciente esperando qualquer resposta que fosse.

- Conversas não me assustam, seu pai também não. Eu jurei que o mataria na frente de vários guardas e no meio do café da manhã. - Melissa se levantou, irritada com o rapaz.

Ela não gostava que as pessoas se preocupassem com seus sentimentos. Sempre sentiu que isso era algo particular de si mesma. Em sua visão, Alan a enxergava como alguém indefesa, uma simples garota que cairia no choro a qualquer segundo.

- Eu imagino que não, mas não quero te deixar ir conversar com ele sem te contar toda a história antes. - Ele instintivamente segurou a mão da garota, que logo desvencilhou-se do rapaz.

- Você era a porra de uma criança, assim como eu. Tenho certeza de que não se lembra de nada, agora se me der licença... - Melissa voltou ao rumo, caminhando até a porta do quarto da rapaz para se retirar do cômodo.

- Torço apenas para que consiga olhar para o seu Reino e seu pai depois de tudo. - Foram as únicas palavras que Melissa pôde ouvir do rapaz antes de sair.

Ela desceu as escadas novamente, logo se deparando com o rei. Apertava sua mochila contra seu peito, segurava dentro de si qualquer sentimento forte suficiente para se transformar em lágrimas. Ela era tão boa em disfarçar o medo, que já não acreditava possuir este sentimento.

- Me acompanhe. Aliás, a pedido de meu filho, estou desarmado. - Arthur se dirigiu para um cômodo onde haviam poltronas e um sofá de cor verde, com detalhes de madeira bem detalhados. Havia também uma pequena mesa no centro de duas poltronas, foi em uma delas que o homem grisalho se sentou.

Melissa sentou-se de frente para ele, com um olhar acusador. Arthur sabia que ela apenas lhe escutaria antes de lhe encher de perguntas. 

- Você veio saber mais sobre sua mãe, certo? - Questionou ele, e ela apenas concordou com a cabeça. - Bom, vamos lá.. Alissa nasceu e cresceu aqui em Arnor, quando eu tinha vinte e cinco anos, meu pai resolveu fazer uma festa no castelo onde todo o reino seria bem vindo, foi onde nos conhecemos. Conversamos durante toda a madrugada sobre muitas coisas, fugimos do salão de festas para uma das torres do castelo. Naquele tempo era apenas como uma laje cercada por muros baixos, sem os telhados de hoje. Ficamos observando o céu. 

[ SEGREDOS ] - em andamento 12(30)Onde histórias criam vida. Descubra agora