𝙲𝙰𝙿𝙸𝚃𝚄𝙻𝙾 𝚇𝚇𝙸𝚅

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Antes...

2045

Aaron

Atiro.

O corpo do meu pai despenca em minha frente se chocando contra o chão. O barulho ecoa até os meus ouvidos e me desperta do transe que eu havia entrado após puxar o gatilho. Solto a respiração que eu estava segurando e largo a arma no chão. Rapidamente saio de perto daquela cena deprimente. Eu estava ofegante. O sentimento de raiva e revolta me dominavam por completo. O ódio que eu sentia me cegava completamente, impedindo que eu raciocinasse sobre o que eu havia acabado de fazer.

- O que aconteceu?! – Um dos seguranças do meu pai, que ficava de vigia na porta, aparece na minha frente assim que saio de casa.

- SAÍ!!! – Rujo, tirando ele na minha frente.

– Aaron?! – Ele me chama, mas o ignoro.

Monto em minha moto sem meu capacete e acelero para bem longe dali. As lágrimas escorriam de meus olhos descontroladamente, e minha carne queimava com o que seja lá esse sentimento insano que eu estava sentindo. Eu pilotava velozmente, passando muito mais do que acima do limite de velocidade da via em que eu estava.

Ele mereceu... Ele mereceu... Ele matou a minha mãe... E agora eu o matei... Matei o meu pai... Mãe... Mãe... Por que você não está aqui?! Por que eu tive que ficar sem você?! Por que você teve que me deixar?! Para onde eu devo ir agora?! Não tenho mais ninguém... Porque você teve que me deixar, mãe?! ISSO É TUDO CULPA DELE!!!

Quanto mais eu me lembrava da minha mãe, mais frustrado e revoltado eu me sentia. A falta que ela fez na minha vida era descomunal. Eu nunca desejei tanto ter alguém comigo como sempre desejei que ela estivesse. Só que por mais que eu sentisse falta dela, eu não estava completamente sozinho, pois ele sempre esteve ao meu lado. O meu pai. Bernard. E agora ele está morto porque eu o matei.

O que foi que eu fiz?!

Vejo uma carreta vindo na minha direção ao longe e eu continuo indo de frente para ela. Seria uma única batida e eu estaria com eles novamente. Lyanna e Bernard. Meus pais. Fecho os meus olhos, aceitando tranquilamente o destino cruel que escolhi para mim mesmo.

Lembranças/On

- The sweet surrender of silence forces me to live alone... Locked and loaded, where the hell is peace of mind?... I wait on you inside the bottom of the deep blue sea... I wait on you inside the bottom of the deep blue... – Sinto meus cabelos serem acariciados pela mão da mulher mais linda que eu já vi na vida: minha mamãe. – The bottom of the deep blue sea... Hm, hm, hmm... Hm, hm, hmm... The bottom of the deep blue sea... Hm, hm, hmm... Hm, hm, hmm...

- Mamãe, que música é essa? – Abro meus olhos vendo o lindo sorriso que só minha mamãe tinha.

- Uma música que me lembra o papai.

- Agora toda vez que eu ouvir ela, vou me lembrar de você.

- Que bom. – Ela sorri. – Agora volte a dormir, amanhã você tem aula.

- Não quero dormir. – Me agarro as roupas da minha mãe, pois estávamos deitados juntos em sua cama. – Se eu dormir não vou estar com você, e eu quero ficar com você o máximo que eu puder!

- Pode ficar tranquilo, eu prometo que não vou a lugar nenhum. – Ela me acolhe em seus braços e meu peito se enche de felicidade. – Vamos dormir juntos, e quando você acordar eu estarei bem aqui...

Lembranças/Off

Ouço o som de buzina ao longe, que ficava cada vez mais alto e ensurdecedor a cada segundo que eu voltava a realidade.

Darq_a_perversaOnde histórias criam vida. Descubra agora