Tarântulas

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AVISO: Se você tem algum medo/aversão para Aranhas e Cobras, recomendo que você não leia.



A iluminação na sala era fraca. A tensão era alta e, nenhum dos dois ali se atrevia a se mexer. Apenas esperar sentado nas cadeiras muito longe uma da outra, com elas na ponta da mesa enorme. Os dois se olhavam, olhavam para a mesa, olhavam para o chão de madeira, a janela com a paisagem da noite, sem nenhuma estrela, sem nenhuma lua. Um jantar no vazio absoluto.

A mesa de madeira era velha e desgastada, mas ainda sim tinha um charme, apesar de algumas partes estarem danificadas. Parecia que, se tivesse algum concerto, tinha potencial para ser a "mesa das mesas", não que isso significasse muito. As cadeiras podiam ser bambas, mas no momento não, ambos estavam quietos. O cheiro do lugar, o almíscar, era diferente. O ar entrava nas janelas abertas, mas junto do ar, a caminho das narinas vinha um cheiro diferente... incomum, bizarro. Não havia inicio - já que não havia nenhum lugar de onde esse almíscar poderia surgir -, apenas meio e fim. Ele também não lembrava de chegar nesse cômodo.

Mas, a porta do lugar a muito custo se abriu, para revelar um garçom sem nenhuma face. Os dois não encontraram palavras para descrever a aparência do garçom, mas apenas sabiam que ele não era humano. Parecia que...ele não fazia parte do lugar, era desconectado do lugar, mas mesmo assim ele aparecia.

O par de olhares se concentrou em duas bandejas, com a refeição escondida nelas, ambos os itens feitos por prata, com seu brilho sendo destacado pelas únicas luminárias do cômodo, na mesa. O garçom se aproximou, e se curvou. Cuidadosamente, ele colocou uma bandeja para cada um. Uma para (S/N), uma para William. Os rapazes servidos nada fizeram, e nem queriam.

Após isso, o garçom se aproximou de William, e retirou a bandeja de prata reluzente, apenas para revelar várias cobras. O garçom manteve sua postura, William nada fez, e (S/N) muito menos. Começaram a rastejar.

As cobras eram de várias espécies, mas a quantidade passava por pouco uma dezena. As cobras começaram a se mover, enquanto saiam da bandeja para revelar uma cobra maior, uma jiboia enrolada na bandeja. Logo, ela também passou a sair da bandeja e se encontrar com William, enquanto as cobras começaram a se enrolar no corpo dele, com a Jiboia se apoiando em seu pescoço.

O garçom vai para a outra parte da mesa, e tira a tampa da bandeja de (S/N), para se mostrar aranhas, ou melhor, tarântulas. Eram várias, aglomeradas dentro da prisão de prata, agora livres para irem para onde quiserem. E parecia que elas estavam interessadas em (S/N).As 13 tarântulas, de pernas longas e cobertas de cerdas e duas garras agudas e pontudas, rumaram em direção ao corpo do jovem. As tarântulas primeiro foram para seus braços, com algumas indo por dentro das mangas.   

O jovem sentiu seu pelo subir ao sentir as patas das aranhas com sua pele. As aranhas subiram e subiram, por dentro da roupa e por fora. O aracnídeo grande passou rapidamente pelos dentes, e se afundou rapidamente nas profundezas da garganta de (S/N), enquanto fazia uma protuberância em seu pescoço. As que restaram, apenas ficaram brincando.

(S/N) viu seu pai começar a engasgar, o aperto das cobras em seus membros e pescoço. O ar faltou, os pulmões começaram a falhar. (S/N) apenas assistia.



Passou a mão pelo rosto, suspirando. Suas roupas estavam um pouco amarrotadas, seu sobretudo não descansou por mais de 12 horas. O cabelo de Kai, por mais que fosse curto, estava quase descabelado. Era três da manhã. Não acreditava muito em superstições, mas foi esta hora que teve o seu pico de estresse. 

Carne e Osso (Ennard FNAF x Leitor MasculinoOnde histórias criam vida. Descubra agora