Vínculos (+18)

305 12 2
                                    

Dou um gole em minha caneca de café. (S/N) preparava um ótimo café, fazendo eu supor que ele fazia e se deleitava com café fazia alguns bons anos, talvez um costume de família? Não sei. O palhaço ainda estava com um olhar mais avermelhado, mas o clima estava consideravelmente mais leve com nenhum pingo de tristeza. Nós dois apreciávamos da bebida, ainda pensativos sobre a manhã e os últimos dias. A frequência das reflexões só mostravam para mim o quão... intensos foram as últimas semanas, com um fortíssimo ponto de virada na vida de nós dois.

Quem poderia imaginar? Era só olhar para (S/N) e defini-lo como a personificação do exótico. Talvez a palavra fantasia também fosse uma ótima competidora em sua definição, mas só para mim. Você sabe o porque. Era estranho, ele era tanto em tão pouca coisa... talvez eu pudesse defini-lo com uma frase se quisesse, mas eu me consideraria e sentiria pipoqueiro. Dois anjos em um corpo só, o quão sortudo era apenas por encontrar essa criatura.

- Gosta do café? - Ennard disse. A dinâmica entre os dois ainda era muito nova para mim, e aposto que para eles também. A mesa era um pouco pequena, então estávamos mais pertos um do outro. Nossas pernas as vezes friccionavam, com o tecido de meu pijama rosado acariciando a calça moletom preta dele, com uma meia longa em baixo. O vapor que saia do café estava entrando em minhas narinas, me fazendo de certa forma relaxar com o cheiro saboroso, e pela feição relaxada, satisfeito e um pouco preguiçosa do outro a minha frente, eu poderia dizer que ele estava sentindo a mesma coisa. O curioso era que, nunca havia sido muito fã de café. Mas... talvez seja apenas o contexto e a presença do macho maior que me fazia relaxar.

- Sim, está muito bom. - Eu ri um pouco e dei mais um gole no café. O silêncio nos encobriu por pouco tempo. Olha... já que você trabalhou lá na pizzaria e era próximo dos animatrônicos, você não tem sei lá, algum documento descrevendo eles? Alguma planta? Eles parecem um pouco bizarros para mim... eu gostava mais daquela gangue Fazbear, especialmente de Foxy. - O maior ficara surpreso com a introdução do assunto, mas logo relaxou de novo, dando mais um grande gole em seu café, mostrando um pouco de seus dentes pontiagudos se destacando .

- Não, eu não consegui nada, pelo menos algo físico. - Eu arqueei as sobrancelhas. Mas eu descobri algumas coisas... elas só me motivam a... - Ele lutou para encontrar palavras. Caçar e matar meu pai. - Ele suspirou, enquanto fiquei um pouco assustado. Eu descobri que... foram feitos e fabricados somente para sequestro. A cintura, ou barriga deles, dentro delas só há vazio. Um espaço suficiente para que crianças caibam lá dentro. - Ele fechou os olhos, contendo uma estranha tensão dentro de si, com sucesso. Minha mão alcançou a testa, cobrindo meus olhos mais abertos pela revelação e um pouco da manga larga do pijama caindo, mostrando mais de meu pulso. Eu com um certo esforço, consegui me recompor.

- Como que essa empresa ainda não... faliu? Há histórias de lendas urbanas e tudo mais, mas nada. Não deveriam estar vivos ainda. - (S/N) deu um gole maior em seu café.

- Não existe marketing negativo. Além do mais, há vários desenhos, séries... não é fácil derrubar uma das maiores linhas de pizzarias do país. Seria a mesma coisa que tentar falir o McDonald's. - Eu acenei positivamente para ele, sua lógica era correta. Pode parecer um absurdo, mas nem se a inspeção sanitária entrar lá e ver o... esgoto lá dentro, seria capaz de derruba-los. Talvez se acidentes como o do meu... irmão acontecessem... talvez mudasse alguma coisa, Michael. - Ele terminou.

- O que planeja fazer? - Eu perguntei baixinho e ele me encarou, comigo me perdendo no oceano de seu olhar naturalmente predatório.

- Nada concreto, porém não estamos completamente no escuro. William parece que tem um exercito próprio... você não viu o que virou a cafeteria de Kai? A explodiram, apenas para conter possíveis danos. - Seu corpo tremia um pouco. Não sentiremos nenhum remorso ao sujar as mãos de sangue de meu pai. Sim... eu sei, é terrível mas... -

Carne e Osso (Ennard FNAF x Leitor MasculinoOnde histórias criam vida. Descubra agora