Capítulo XX: Acerto de Contas Parte I

24 6 33
                                    

Miguel surge no meio de uma floresta densa na noite escura. Uma tempestade forte cai. Ele alisa o cabelo enquanto percebe animais noturnos o observando.

— O que é isso? — se pergunta ele, ao ver troncos derrubados e sinais de magia sombria.

Miguel ouve ruídos e segue caminhando pela floresta, enquanto retira alguns galhos da frente. Depois de um tempo, ele se aproxima da caverna.

— Vamos lá! — disse Miguel.

O Príncipe dos Anjos para na entrada da caverna. Ele fica alguns minutos esperando um sinal, quando a luz de um raio reflete e revela Kaimortus logo adiante dele, com um semblante nada amigável.

— Então você se recuperou, maldito sejas! — brada o enorme behemoth.

Miguel, que está encharcado por causa da chuva, dá mais dois passos.

— Boa noite para você também, Kaimortus. Fico lisonjeado que esteja feliz em me ver — ironiza Miguel.

Kaimortus solta faíscas pela narina. O behemoth fica cada vez mais irritado com a presença do celestial.

— O que quer aqui? — pergunta Kaimortus — Vá embora, não tolero você e sua trupe na minha casa.

— Mas tolera Mordred e Nahemah — rebate Miguel — E respondendo à sua pergunta, não é óbvio? Vim ver com meus próprios olhos a sua traição contra Ziz!

O behemoth bate forte as patas no chão.

— Traição? — pergunta Kaimortus, rindo como um louco.

— Do que está rindo, desgraçado? — questiona Miguel, completamente ensopado.

— Não traí Ziz — afirma Kaimortus.

— Não me diga — ironiza de novo Miguel —, e eu fui morto pelo golem. Pare com essa palhaçada e me diga porquê traiu a Águia Sagrada.

— Eu não traí aquele pássaro! — tornou a argumentar Kaimortus.

— Traiu sim, seu verme imundo! — acusa Miguel — Por sua culpa, o Universo inteiro está em perigo! Será que não percebe a desgraça que fez por puro ódio aos anjos?

Kaimortus fica ainda mais irritado.

— Saia da minha caverna, agora! — ruge Kaimortus.

Miguel ignora a fala dele e acha espaço entre as patas da criatura, por onde vê vários outros behemoths posicionados o fitando com raiva.

— Não me ouviu? Suma da minha frente! — ruge de novo Kaimortus.

— Só saio daqui após ver Ziz, e exijo que você me deixe vê-la, seu traidor imundo! — rebate Miguel.

Kaimortus bate as patas com mais força no chão e de suas narinas as faíscas se intensificam.

— Saia da minha frente, não estou falando como um qualquer, e sim como a autoridade máxima do Universo abaixo de Deus — insiste Miguel.

— Você só passa por aqui morto, anjinho — retruca Kaimortus — Volte para sua ruivinha e a veja morrer nas mãos de Shemihazah.

— O Universo inteiro pode morrer nas mãos de Shemihazah e você preocupado com rivalidades esquecidas, além de tentar manchar a honra de quem amo — argumenta Miguel — Kaimortus, você pode ser forte, mas eu sou superior. Evite sacrifícios, mortes desnecessárias e me deixe ver Ziz.

Kaimortus fita alguns filhotes e retoma o olhar para Miguel depois.

— Vai pro Inferno, você e aquela águia maldita! — retruca O Rei dos Behemoths.

Cavaleiros do Ar: A Noite dos VigilantesOnde histórias criam vida. Descubra agora