Cavaleiros do Ar: A Noite dos Vigilantes

Capítulo III: O Homem que Roubou O Amanhã

Arcádia, mundo das fadas.

Caminhando por uma floresta de pinheiros em meio à luz da lua estava Periel, com seu cabelo encaracolado, pele branca, olhos verdes, camiseta também verde usando luvas pretas nas mãos e calça jeans azul com sapato da mesma cor. Ao lado dele estava Zaniel, um anjo de pele negra, olhos castanhos, cabelo meio liso, usando uma jaqueta vermelha de manga curta que cobre uma camisa preta, calça e sapato da mesma cor. Os dois se aproximam de um pequeno penhasco e observam a capital dos naturi.

— Esse lugar ainda me impressiona! — disse Zaniel.

— O que me impressiona é o modo de viver deles, meu amigo — responde Periel — Eu ainda não consegui me acostumar com a harmonia dos naturi.

— Pois acostume-se, Periel! — falou uma voz atrás deles.

Quando eles olham para trás, veem um elfo de pele branca, careca e com barba rasa vestindo uma roupa de couro marrom. Era Lesgand, um líder dos elfos.

— Kimberlai é uma rainha bondosa com as fadas e os elfos, assim como com as banshees — disse o elfo se aproximando deles — De qualquer forma, fico feliz em ver dois celestiais aqui conosco — completou colocando suas mãos no ombro de cada um.

— Nós que agradecemos, Lesgand — disse Zaniel — Vocês, feéricos, nos receberam muito bem com seu modo de vida.

— E pensar que tudo isso surgiu quando nós, elfos, viemos para esta dimensão, deixando nossos irmãos no outro lado — comentou Lesgand sobre seu povo — Confesso que prefiro as florestas mesmo.

Os três descem por uma escada perto dali e chegam até a cidade, onde são recebidos por algumas fadas que jogam um pó no cabelo de Periel enquanto eles andam pela rua principal.

— Que ótimo! — disse Periel, meio irritado.

— Agora você sabe o que a Auriel sente quando você a irrita! — disse Zaniel rindo — Amanhã faremos uma homenagem para você.

— Você não cansa de falar na Auriel? — perguntou Periel — “Ai, não sei o quê Auriel”, “Ah isso lembra a Auriel”, “Oh meu Deus, Auriel é linda.”

— Cala a boca! — retruca Zaniel.

— Tá vendo? — ri o potência.

Eles observam os prédios coloridos da capital feérica e os elfos passando por eles muito felizes. Cada um deles era decorado com luzes brilhantes e rodeado por algumas árvores grandes. Os principais eram feitos de pedras preciosas avermelhadas fundidas com madeira e pedra. Lembrava uma cidade medieval com um toque de modernidade. Alguns eram em tom azul e verde.

— Vocês vão ficar para o festival, não é? — quis saber Lesgand, ao pararem de andar.

— Festival? — pergunta Zaniel — Achei que seria apenas uma passeata.

— Sim, oras — responde Lesgand, eles voltam a andar pela cidade — Será que não se recordam?

— Ah, claro, amanhã — disse Periel.
Eles ainda caminham pelos prédios de madeira, cruzam com algumas fadas, observam os monumentos de pedra e chegam até uma feira no centro da cidade.

— Que tal nos sentarmos um pouco? — disse Lesgand.

Eles chegam até a feira e as fadas ficam alegres em vê-los. Zaniel, Periel e o elfo sentam-se em uma mesa ao redor de outros elfos, que não resistem e os encaram. Os anjos sentam na direção oposta a de Lesgand; os dois no mesmo banco.

— Eles não tem mais o que fazer? — pergunta Periel, cruzando os braços.

— Eles nunca viram anjos, são jovens — responde Lesgand.