Epilogo - Edmundo

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Eu estava no meio de uma floresta, sentado em um galho alto observando a garota dos cabelos vermelhos feito um tarado. Ela era intrigante, não se parecia nada com uma princesa usando um vestido sujo e deitada no chão. Observei ela lendo um livro velho e suspirando apaixonada por 30 minutos, depois me surpreendi quando a vi levantar e pegar um arco e flecha escondido. Ela falou feito uma louca com um passarinho, como vinha fazendo desde que entrou na floresta e depois incendiou a ponta da flecha e a lançou perfeitamente em uma árvore. Eu estava tão admirado que mal notei quando um incêndio começou e ela piorou tudo tentando apagar. Dei um salto da onde estava sentado e caminhei em direção ao estrago

Edmundo: tinha que ser algum esquentado para tamanha burrice

Coloquei a mão no ombro quente dela e a tirei de perto do fogo

Valentina: não toque em mim

Ignorei o tom autoritário e me concentrei em minhas mãos, que foram soltando água até somente uma fumaça existir

Valentina: você é do reino da água
Edmundo: é melhor aprender a controlar sua faisquinha
Valentina: foi um acidente

Mais de perto eu a olhei dos pés a cabeça. Longos cabelos vermelhos, olhos castanho alaranjados que me lembravam as folhas caindo no outono. Os lábios macios que levaram minha mente a ter pensamentos muito pervertidos. O vestido verde e sujo era simples, mas de um tecido que claramente só seria usado por alguém da realeza e eles marcavam bem as curvas e me deixava doido para saber como ela seria sem todas aquelas camada.

Puxei o cabelo para trás na tentativa de limpar aqueles pensamentos da minha cabeça e consequentemente levei o capuz que me cobria junto. Os olhos dela se concentraram nos meus com grande intensidade, depois o olhar subiu até meus cabelos brancos e passou pelo meu corpo

Edmundo: imagino

Eu fiquei em silêncio a encarando e me perguntando que merda estava fazendo ali e por fim decidi virar as costas e sair andando

Valentina: você não devia estar aqui
Edmundo: é mesmo?
Valentina: sim

Continuei caminhando em silêncio e ela me acompanhava sem tropeçar em nenhum galho

Valentina: da onde você saiu?
Valentina: é muito grosseiro não reponder uma dama
Edmundo: uma dama não deveria estar sozinha na floresta incendiando árvores inocentes

Pensar em me casar com uma princesa do fogo só para irritar meu pai colocando fim na guerra ridícula dele era algo fácil de se fazer, e olhando para ela eu tinha certeza que seria muito divertido.

As minha vista começou a ficar escura e então acordei deitado na minha cama. Abri os olhos e vi que tinha apenas sonhado com o dia em que conheci o grande amor da minha vida.

Ela estava deitada no meu peito babando com a boca aberta, tinha as pernas enroladas com a minha e o cabelo espalhado por todos os cantos.

Dei uma risada e comecei a organizar os fios que caiam em seu rosto

Valentina: para Edmundo
Edmundo: seu cabelo está no seu rosto, me deixa tirar

Ela levantou a cabeça sonolenta, limpou o canto babado da boca e fez um coque de qualquer jeito antes de virar de costas e puxar a coberta

Edmundo: não vira de costas para mim
Valentina: porque você está acordado?
Edmundo: eu sonhei
Valentina: com o que?
Edmundo: com o dia que a gente se conheceu naquela floresta no reino do fogo
Valentina: e como foi?
Edmundo: foi como olhar para você pela primeira vez de novo
Valentina: e como você se sentiu?
Edmundo: na época? Com um tesão do caralho
Valentina: sério que foi isso que você sentiu quando me viu?
Edmundo: eu te achei incrivelmente linda, pensei em todos os lugares que queria sua boca macia tocando e desejei poder enxergar através do seu vestido verde sujo
Valentina: que romântico em
Edmundo: eu era um adolescente tarado, não me culpe
Valentina: você tinha 18 anos, não era mais adolescente
Edmundo: mas ainda assim eu era tarado

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