Jantar

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O campeonato estadual estava chegando, e na escola não se falava em outra coisa. O time de Clifton School jogaria contra o time da cidade vizinha, o último jogo antes das férias; e seria o jogo. Todo ano, o diretor contrata alguém para fazer alguma atração artística no intervalo, e já haviam rumores de quem ele poderia chamar esse ano, ou quem as pessoas queriam que ele chamasse.
Estava saindo da sala de arte, quando ouvi alguém me chamando, e na hora reconheci a voz.

—"SAFIRA, SAFIRA!". Jhon me chamou outra vez. —"Espera".

Parei no meio do corredor, esperando ele se aproximar. Deixei um riso escapar, observando sua falta de ar. Não tinha dúvidas que ele iria fofocar.

—"Oi, Jhon". O cumprimentei. —"O que aconteceu?".

Ele recuperou o fôlego, e me olhou, como se eu tivesse o ofendido. —"Está me chamando de fofoqueiro?". Perguntou.

Continuei andando, o fazendo me seguir. —"Bom, aposto que você irá me contar algo, não é?". O olhei, levantando minhas sobrancelhas. Jhon revirou os olhos e abraçou meu pescoço.

—"Você me conhece tão bem". Bufou, em rendimento. —"Mas agora, adivinha o que a Nessa me contou?".

Olhei para o chão, pensando. Ele estava falando da Vanessa, filha do diretor? Ou a Vanessa Christine? Porque ela sim é uma fofoqueira.

—"Qual Vanessa?". Encontrei seus olhos verde folha, que me olhavam impacientemente.

Jhon desviou o olhar para os lados, verificando se havia alguém em nossa volta. —"A filha do diretor, Safi". Cochichou.

Comecei a rir. Jhon pode ser um pouco dramático. Não havia ninguém em nossa volta, pelo menos, ninguém prestando atenção. —"Tá, a filha do diretor... O que ela disse?".

Acho que já sabia o que seria. Vanessa e Jhon fazem praticamente, as mesmas matérias, o que torna Jhon bem informado sobre tudo.

—"Ela me contou qual vai ser a atração dos intervalos dos jogos". Ele expressou, todo animado.

Sabia. Não era muito difícil de adivinhar também.

—"Então, quem vai se apresentar?". Minha curiosidade saía pela minha voz.

Jhon e eu chegamos na entrada, na qual estava cheia de pessoas, então apressamos o passo, até chegarmos ao meu carro, no estacionamento.

—"Agora eu posso falar. Os Death's Heads vão se apresentar nos intervalos". Ele sorriu, dando pulinhos de alegria.

Eles? Os meninos vão se apresentar aqui?

—"Ah, grande coisa". Fingi desinteresse.

Jhon me olhou sério, com certeza insatisfeito com minha pouca reação. Mas também não é nada demais, só um grupo musical que irá fazer seu trabalho.

—"Para! Eu sei que você acha eles bonitos, também". John me deu um beliscão.

O olhei incrédula. —"Ai!". Alisei meu braço. —"Eles são bonitinhos. Só isso". Dei de ombros.

Não sei que tipo de reação ele esperava. Jhon abriu a porta de trás do carro e jogou sua mochila, suspirando pesadamente. Eu iria dar carona para ele hoje.

—"Você acha que eu não me lembro, de quando eles estudavam aqui? Você me disse uma vez, que achava o Zaid bonito. Sem o diminutivo". Ele cruzou os braços, pressionando a língua por dentro da bochecha.

Olhei em volta, com medo de alguém ter escutado. Se Charlie ouvir isso...

—"Para de falar alto". O repreendi. —"Isso foi há muito tempo".

O Baterista dos Death's HeadsOnde histórias criam vida. Descubra agora