Vem, vamos procurar um lugar legal – Kara disse e avançou na direção em que elas haviam caminhado no outro dia.
–Para quê? – perguntou Lena, a seguindo.
–Para o nosso romântico coração – explicou Kara.
–Ah – fez Lena. – E qual seria a localização correta de um coração na areia da praia?
–Bom, tem que ser um lugar plano – Kara pulou um emaranhado de folhas de coqueiro – e a areia não pode ser seca ou molhada demais.
–Já fez muitos? – perguntou Lena, involuntariamente.
–Nenhum, na verdade – respondeu Kara, enquanto Lena a alcançava e andava ao seu lado. – Minha ex não gostava muito de praia.
–Hum – fez Lena. – Acho que encontrei um bom lugar.
–Nem andamos muito – observou Kara para si mesma, observando Lena correr até o lugar, seus cabelos ficavam brilhantes ao Sol.
Kara a seguiu.
–Parece bom – avaliou, procurando por algo no chão. – Ache alguma coisa para escrever.
–Eu sou sua escrava, agora?
–É uma oferta?
–Não, idiota.
Kara achou um graveto um tanto comprido e o estendeu a Lena.
–O que foi? – perguntou Lena, ainda olhando para a ripinha de madeira.
–Desenhe.
–Eu não vou desenhar o coração. Faça você.
–Você não se acha? Deve desenhar melhor que eu.
–Me elogiar não vai me convencer.
–Não foi um elogio. Não diretamente, pelo menos.
Lena suspirou, pegando o graveto e olhando a areia pensativamente.
–Ok – murmurou, desenhando rapidamente um coração redondinho. – Só isso?
–Está torto.
–Não, não está.
–Está, sim. Olhe. Esse lado está maior horizontalmente que esse.
–Está chamando meu coração de gordo?
–Eu quis dizer cheinho.
–Put... – murmurou Lena, apagando com o pé o tal lado cheinho e o refazendo. – E agora?
–Está perguntando minha opinião?
–Você vai dá-la de qualquer jeito.
–Er... Parece bom – respondeu Kara.
–Então faça melhor.
–Como é?
–Você me fez desenhar isso para me dizer que parece bom? Qualquer um consegue desenhar um coração que parece bom! – e estendeu o graveto para Kara.
–Você ficou ofendida... Porque eu disse que o coração que você desenhou na areia parecia bom – disse Kara, pausadamente, tentando acreditar nas próprias palavras.
A frase pareceu chamar Lena para a realidade.
–Talvez.
Kara suspirou.
–É o coração mais lindo do mundo. Pronto?
–Não. Você consegue fazer melhor que isso.
–É um coração digno do diário da... sei lá... Paris Hilton.
Lena pensou por alguns segundos.
–Certo. Obrigada.
Kara rolou os olhos.
–Escreva seu nome aí – pediu.
–Por quê?
–Porque é um coração romântico escrito na areia. E corações assim têm nomes dentro.
–Você mesmo disse que nunca fez um.
–Você é uma puritana mesmo...
Lena ruborizou, ela suspirou, mas escreveu em letras finas e delicadas seu nome dentro do coração.
–Devo escrever o meu agora? – perguntou Kara.
–Não é você a especialista em corações de areia?
–Deixa de ser dramática.
Em letras de imprensa, Kara escreveu rapidamente seu nome abaixo do de Lena.
–Acho que o meu deveria ficar por cima – observou.
–Depois sou eu quem se acha – respondeu Lena, ainda olhando pensativamente o desenho. – E isso é estranho.
–Não é isso! É que Kara e Lena combina mais do que Lena e Kara, pense, se fossemos famosas Camren seria melhor que Lamila.
–Não se faça de idiota.
–Então você assume que eu não sou idiota.
–Se você quiser assim, vai ter que assumir que se faz de idiota às vezes.
–Deixa para lá – respondeu Kara, dando de ombros. – Vamos voltar.
–Ansiosa para fazer o almoço?
–Vou te envenenar.
–Vou pedir para você provar primeiro – respondeu Lena, andando do lado de Kara no caminho de volta.
–Posso colocar o veneno só no seu prato.
–E eu vou pedir para trocarmos de pratos.
–Então vou colocar no meu prato, achando que você vai pedir para trocarmos de prato.
–E eu vou te enganar e não vou trocar de prato.
–Aí vou ter que ir até a cozinha e jogar minha comida no lixo.
–Você não faria isso.
–Por que não?
–Por que há pessoas passando fome no mundo.
–Se eu comer elas vão continuar com fome.
–Sua consciência é algo fantástico.
Chegaram à porta da cozinha.
–Nem andamos muito – comentou Kara.
Lena deu de ombros.
–Vou tomar um banho enquanto você faz o almoço.
–Não se esqueça de arrumar a mesa depois.
–Eu sei. O que vai fazer para o almoço?
–Depende. Que roupa você vai colocar?
–Não sei – respondeu Lena, confusa.
–Se colocar o vestido verde que eu te dei, pode escolher o prato.
–Qualquer um?
–Qualquer um.
–E se você não souber fazer?
–Eu invento.
–Humm... certo. Vou colocar o vestido verde e você vai fazer espaguete com molho vermelho.
–Só isso? Que fácil. Vou achar que você está doida para usar o vestido.
–Ele realmente vestiu bem – respondeu Lena, dando de ombros. – Como qualquer coisa que eu uso – acrescentou, satisfeita.
–Você n...
–Vamos continuar essa animada discussão no almoço – cortou Lena. – Me deixe tomar banho e – ela abriu um sorriso – se divirta empregada.
E saiu saltitando, deixando uma Kara aparvalhada para trás.
X---X
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The Experiment
RandomUm milhão de dólares, esse era o valor do prêmio que a maior rede de cientistas do mundo estava oferecendo para duas pessoas que fossem escolhidas para fazer parte de um experimento social. Esse experimento se baseava em colocar duas pessoas de pers...