Kara só percebeu que haviam chegado quando o condutor avisou através dos alto-falantes internos. Lena ainda dormia em seu ombro e ela se perguntou se aquela posição não era incômoda.
–Lena? – chamou baixinho, para não assustá-la.
Lena se mexeu, apertando os olhos, mas sem os abrir, Kara passou um braço ao seu redor, se aproximando ainda mais dela.
–Lena? – repetiu, um pouco mais alto.
–Hum? – fez Lena, piscando os olhos até acordar, inocentemente desnorteada.
Era uma cena casual e ao mesmo tempo linda.
–Chegamos – respondeu Kara, soltando-a e se levantando.
–Ah. E por que eu estava deitada em cima de você? – perguntou Lena, enquanto Kara pegava as malas.
–Porque o trem fez uma curva e você quase caiu. Estragaria minha viagem à Paris ter que te levar para o hospital por conta de uma fratura craniana... sem falar que ia ser um saco para você.
–Certo – murmurou Lena. – Estou com um pouco de dor-de-cabeça, talvez da viagem.
–Se eu fosse má, diria algo como "bem-feito".
Lena rolou os olhos.
–Próxima parada? – perguntou Kara, quando chegaram à estação.
–Roteiro? – chamou Lena, pegando a folhinha de seu bolso.
–Eu tinha esperanças de que você tivesse esquecido – confessou Kara.
–Eu não correria esse risco.
"7º Passear pela cidade de mãos dadas, como um lindo casal que se preze tem que fazer"
–Melhor chamarmos um táxi e deixarmos as malas no hotel – decidiu Kara.
Ficaram em silêncio por alguns minutos.
–São doze euros – disse o taxista, parando à porta do grandioso hotel.
–Certo. Estamos perto do centro da cidade? – perguntou Kara, pagando-o.
–É só virar na próxima rua à esquerda. Precisa de ajuda com as malas?
–Não, obrigado – agradeceu Kara, já abrindo a porta.
Lena fechou a porta no mesmo instante em que Kara fechou o porta-malas e o táxi arrancou.
O porteiro veio recebê-las.
–Com licença, madame, posso ajudá-la? – perguntou com um grave sotaque, já pegando as malas.
–Por favor – respondeu Kara. – Ainda vamos confirmar a reserva.
–Claro, madame. Remy? – chamou um lacaio, que o atendeu prontamente. Ordenou algumas coisas em um francês rápido e se afastou, deixando as malas com o lacaio.
–Esperarei aqui com as malas, madame – disse Remy, fazendo para Kara um gesto até a recepção.
–Obrigado – agradeceu ela, indo conferir a reserva, Lena preferiu esperar.
x---x
–Oui, madame Andrea foi muito seletiva – disse a recepcionista de sotaque afetado, folheando rapidamente um grosso caderno de anotações. – Quarto 33.
–Madame Andrea é minha... madrinha de casamento e foi ela quem organizou essa viagem. Poderia me dizer o que quis dizer com "seletiva"? – perguntou Kara, temerosa.
–Nossos quartos são divididos de uma forma muito eficiente, madame Kara, e há cinco quartos especiais para casais.
Como uma moça tão bonita podia dizer algo tão desagradável! Pensou Kara, antevendo a tragédia.
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The Experiment
RandomUm milhão de dólares, esse era o valor do prêmio que a maior rede de cientistas do mundo estava oferecendo para duas pessoas que fossem escolhidas para fazer parte de um experimento social. Esse experimento se baseava em colocar duas pessoas de pers...