Não demorei muito a fazer minha mudança para aquela que seria minha nova casa.
A primeira semana, digamos que foi "normal" por assim dizer, mas acredito que tenha sido por conta de ainda estar me adaptando a viver só.
Após chegar do serviço, era difícil não me sentir só, mesmo o apartamento não sendo grande. Ter um quarto extra, me fazia sentir-me estranho, como se houvesse alguém mais ali.
Mas que eu sabia que não tinha.
Quanto aos meus vizinhos, bem, eu pouco ou quase nunca os via.
O que era de fato estranho.
Eu saía para trabalhar e nunca encontrava ninguém pelo corredor ou mesmo, pelo saguão.
Mas não era como se eu me importasse com aquilo.
Depois da segunda semana morando ali, sendo guiado pelo conselho de uma colega de trabalho e depois de verificar na Portaria se poderia, eu adotei um gato. Queria um cachorro na verdade, mas por estranha coincidência, não havia cães para adoção, e sim, um único gato amarelo com uma faixa branca.
Após muitas tentativas ele escolheu seu nome, sim ele escolheu, e então foi nomeado de Einstein - creio que ele se achava um gênio por conseguir fugir a noite sem eu descobrir por onde ele saía -. O bichano me fazia companhia, porém, este também passou a me abandonar durante as noites e só voltava antes de eu sair para trabalhar, então dava quase na mesma.
Fora isso, estava indo tudo bem... Até uma certa quinta-feira.
Bom, como vocês podem imaginar, tudo passou a dar errado no momento que eu abri meus olhos e percebi estar atrasado, procurei meu celular e não encontrei em lugar nenhum, deixando para procurar quando chegasse em casa, peguei minha bolsa, meu casaco e um copo térmico com café e saí apressado.
Acenei com a cabeça para o guarda da portaria vestindo o casaco e quase corri pela rua. Na esquina ficar quarteirão que dava no prédio que eu trabalhava, alguém se chocou contra mim, me fazendo derramar café na minha roupa. Apenas rolei meus olhos e entrei no prédio, comprimentando Jessie e correndo até o elevador, apertando o botão do meu andar enquanto tentava limpar minha camisa.
Sim, aquele dia foi, e posso garantir, o pior dia de toda minha vida.
Tudo que podia dar errado deu, desde café derramado na roupa, a impressora falhando e gráficos com números todos errados, o que me custou ter que ficar após meu horário para compensar o atraso e corrigi-los para poder entregar no prazo estipulado por meu chefe.
Ao menos não havia levado nenhuma bronca do mesmo.
Quando sai do prédio já passava das dez e meia da noite.
Andei de volta para casa como se carregasse o mundo todo em minhas costas e tudo que mais queria era um bom banho e uma boa noite de descanso, ao menos não precisaria trabalhar no dia seguinte, pois era minha folga.
Esta que pela primeira vez eu poderia dizer que era muito bem merecida.
Entretanto, percebi que meu dia desastroso ainda não havia acabado quando ao seguir para o elevador, o rapaz que estava na reação e areia estar dormindo, me chamou e avisou que o elevador estava com problemas. Eu juro que quis chorar, não aguentava mais dar um passo sequer e teria que subir cinco lances de escadas até meu andar.
Agradecendo o rapaz moreno com expressão sonolenta, resolvi encarar minha tortura de uma vez, assim arrastei meu pés escadas acima, nem levantei meu olhar pois sei que se o fizesse, começaria a chorar e nem era brincadeira.
Quando estava no último lance da escadaria tortuosa, vi um casal descer rindo, era a primeira vez que eu via alguém naquele prédio, mais estranho ser aquelas horas da noite, será que todos ali, diferente de mim, tinham uma vida noturna?

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𝕯𝖔𝖓'𝖙 𝖑𝖔𝖔𝖐 𝖆𝖙 𝖒𝖎𝖗𝖗𝖔𝖗 🪞🪞
HorrorApós perder a mãe, Jeon Jungkook resolve vender sua antiga casa e comprar um apartamento. E ele encontra um muito próximo ao seu serviço, já mobiliado e o sonho de qualquer pessoa, a um preço muito mais acessível do que o esperado pelo tamanho do i...