Algo

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A ti Mundo,
É difícil voltar a escrever-te. Sinto que precisava de mais algum tempo, longe.
Não me sinto melhor, pelo contrário, descobri que há algo que ainda sinto. Não é bom mundo, nada bom.
E preferia que fosse a raiva, a tristeza ou até mesmo a minha odiada solidão, tudo, menos aquilo que sinto.
A ti mundo, continuo a odiar-te. Odeio-te a ti, e todas as pessoas do mundo. Odeio-me a mim.
Mas há algo que ainda sinto, o amor.
E sentir amor mundo, é sentir a esperança, aquela que eu jurei já ter perdido por ti, pela humanidade, pelos perdidos.
Mas ainda sinto amor.
É como se fosse inevitável, é como se a chama só tivesse sido ignorada e substituída pelo véu do desprezo. Eu não queria sentir, e não quero continuar a sentir.
Odeio-me por ser fraca o suficiente para sentir um sentimento tão repugnante como o amor, e ao mesmo tempo que sei que não o quero, afasto-o quando ele chega até a mim, mas sinto-o.
Não gosto do amor, não gosto de sentir o amor, não gosto da pessoa que me faz sentir amor: repugnância.
Sinto-me suja por amar, porque o amor é sujo. O amor é horrendo, é dilacerador de corações e humanos.
Amar é uma doença.
E da mesma forma que te digo que estou a ser corrompida pela doença da loucura, estou imensamente a ser corrompida pela doença do amor.
Odeio-te mundo,
Porque ainda não me ensinaste o suficiente ao ponto de eu não amar mais.
Sou fraca,
E estou doente.

E sinto saudades dos campos verdes, que só eu entendo...e mais ninguém.

E sinto saudade de ser abraçada por ti,
E pelos teus olhos, da cor dos campos.

E sinto que estou doente.

A ti mundo, e a quem me fez reviver a esperança.
Odeio-vos.
Porque não era para eu ter voltado a sentir.

-BlastedMoon

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