Prefácio.

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Pensei nesta obra no momento mais fundo da minha triste vida, quando a corda já apertava e pensei, por momentos que não voltaria à vida.
Nos meus olhos passou a necessidade de escrever a minha despedida durante os tempos que ainda cá vou ficar, para que um dia, quando me for, saberem que já o pensava há muito.
Digo o mesmo em todos os textos, falo pelas mesmas linhas, não sei escrever mas preciso disto, mais do que preciso de respirar.
É algo que se encontra no fundo da minha mera existência, não sou nada, já fui um dia, agora não sou.
Não é como se a minha linha estivesse a chegar ao fim, é como se houvesse a necessidade de marca-la para quando ela lá chegar.
Escrevo para o mundo, para ti, e para mim.
Mostro-te como já fui feliz aqui mas não o sou mais.
Mostro como já pertenci ao mundo e agora, não mais.
Os meus pensamentos encontram-se longínquos o suficiente para não os controlar, mas ainda perto para que eu os posso ouvir, ou talvez não.
Esta obra, é um dito e um desdito. É um sim e um não é tudo e não é nada.
Não sei, não quero saber, se um dia já soube, ficou por saber.
É assim que introduzo o prefácio da minha morte, ou da minha vida.

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