Despedida

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Adeus Mundo,
Começo o texto com uma despedida como tenho feito.
Quero que quando me for entendam que já há muito me sentia assim.
Mesmo que não consiga me despedir de ti, eventualmente, me sinto mais cansada agora.
Estou doente.
Trouxeste-me a solidão, a indiferença, a morte e agora a doença.
Mundo, não sei o que te fiz,
Não sei se algum dia voltaremos àquilo que fomos, talvez noutra vida, ou tanto faz.
Mundo,
Sinto que isto é um desabafo,
E sinto-me cada vez mais doente, mais fora de mim.
O medo consome o meu peito, o medo de sentir que preciso de alguém.
Não quero novamente esta fraqueza, preciso de me afastar de tudo.
Quero fugir para longe de todos estes monstros de boca grande e cérebro miúdo que me assombram a todo o momento do meu dia.
Estarei a ensandecer ?
Mais uma vez rejeito a humanidade que cresce no fundo de mim, pois esta só tende a ansiar o meu coração, se não o tiver, possivelmente, já o tive.
Estou no meio do oceano de maldade e a luz por mim emanada tende a apagar-se.
Sou como uma vela rodeada de água, o calor terá um dia que desaparecer.
A solidão torna-se agora odiosa, porém a amizade começa a aparecer como algo que não desejo sentir por ninguém, nem por ti, Mundo.
Não tenho mais força para viver tudo, mais uma vez.
Sinto que te odeio, Mundo.
Assemelhando-te a mim mesma, pois também me odeio, e odeio a vida, e a morte, e no fundo não odeio nada; porque não consigo sentir.
Não sei quanto tempo aguento.
De mim, agora sozinha:

-BlastedMoon

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