Capítulo 07

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[Não revisado]
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Exausta. Era assim que Clarke se sentia; Sam havia abusado de seu poder e feito Clarke trabalhar muito mais do que o normal, incluindo ter que buscar café do outro lado do hospital para ele várias vezes.

Ela sabia que isso aconteceria, pois o senhor Underwood não estava lidando muito bem com o fato de ela, ainda não estando formada, pegar um caso tão raro e importante quanto o de Lexa. Lexa era um milagre da medicina e, apesar do pouco tempo que estava acordada, seu nome já se destacava nas principais manchetes por todo o país. Juntamente com seu nome, se destacava o nome de todos os médicos e envolvidos no tratamento, obviamente o sobrenome Griffin ficaria conhecido dentre o cenário da saúde e, certamente, Sam gostaria de seu nome estar junto.

Clarke fez o favor de deixar o homem ainda naquela lista, não por ele obviamente, senão por Lexa, mas o homem não parecia satisfeito com isso, afinal tantos anos de carreira não serviram para tirá-lo do cargo de auxiliar em uma manchete importante, ele se sentia humilhado provavelmente.

A menor tomou um banho rápido no próprio hospital e se dirigiu ao quarto de Lexa. Becca a recebeu com a mesma gentileza de sempre e disse que já havia deixado na recepção a autorização para ela passar a noite com Lexa, explicou também que sobre a mesinha havia seu número anotado em um papel. Clarke o anotou em seu celular por garantia, ela era desastrada havia tempo suficiente para saber que um pedaço de papel poderia ser facilmente destruído de várias formas.

Lexa não queria que sua mãe fosse, mas quando Clarke explicou que Becca precisava dormir em uma cama confortável e comer algo saudável Lexa acabou por concordar com Clarke

-- Hey, Leashy, minha irmã tem algumas bonecas em minha casa. Ela não mora aqui, mas às vezes vem me visitar. Gostaria que eu trouxesse para brincarmos? -- Lexa fez uma careta e negou.

-- Eu não gosto de bonecas. -- Clarke riu e assentiu.

-- Para ser sincera eu também nunca gostei. -- Lexa assentiu sem sequer olhar para Clarke. -- Hey, o que você tem?

-- Nada. -- Lexa disse baixando seus olhos para suas mãos.

-- E o que está gerando essa carinha triste, então? -- Lexa começou a piscar rápido demais para Clarke considerar algo normal. -- Lexa, você está bem? -- Os olhos não pararam de piscar, tendo Lexa os pressionando fortemente no momento seguinte e então Clarke segurou sua mão. -- Eu vou chamar um médico, espere.
-- Klórk... -- Lexa disse, segurando sua mão apressadamente, fazendo a menor lhe fitar novamente -- Não!

-- Então respire. Tudo bem? Sente alguma dor? Algo fora do comum? -- Clarke perguntou, subindo na cama e embalando Lexa em seus braços.

Lexa negou lentamente, começando a parar de piscar tão rápido. Clarke ficou acariciando suas costas até a garota voltar ao normal.

-- Desculpe. -- Lexa pediu baixinho, afundando seu rosto na curva do pescoço de Clarke.

-- Não tem por que se desculpar, anjinho. -- Clarke disse calmamente. -- Eu vou precisar comunicar o médico sobre isso, de qualquer forma, tudo bem para você?

-- Não, por favor. -- Lexa pediu, começando um choro baixinho. -- Não me deixa sozinha.

-- Shhh, tudo bem. Não vou sair do seu lado. Esperarei alguma enfermeira vir para a ronda noturna então, mas se algo mais estranho acontecer eu precisarei ir, tudo bem? -- Lexa assentiu, virando seu rosto na direção de Clarke, prestando atenção em cada detalhe.

-- Eu não sou normal? -- A garota perguntou subitamente, fazendo Clarke olhar na direção de seu próprio ombro, que era onde o rosto de Lexa estava.

-- Por que está me perguntando isso? -- Lexa enrubesceu e Clarke notou os olhos voltarem a piscar muito rápido, deixando a sensação de preocupação inundar seu ser novamente. Clarke decidiu se virar e apertar o botão ao lado da cama, que era usado somente para urgências. Depois se desculparia por isso, mas precisava de alguém ali.

-- O moço da TV falou de vida amorosa, que era normal na minha idade, mas eu... -- Os olhos não paravam de piscar e Clarke começou a balançar lentamente as duas, como se estivesse ninando a garota. -- Eu não sou normal? -- A voz saiu baixa e triste.

Clarke não pôde responder àquela pergunta, pois o quarto fora invadido por toda uma equipe de médicos, com equipamentos prontos para uso. Clarke sorriu sem graça e desceu da cama.

-- Então, eu precisava de alguém aqui. -- Clarke começou sua explicação, um pouco envergonhada. -- Mas eu não podia sair do quarto então eu... oh, céus, sinto muito. -- Ela disse enrubescendo. Algumas pessoas reviraram os olhos e saíram, mas um médico ficou.

-- Pois não? -- Ele perguntou gentilmente.

-- Estávamos conversando e, de repente, ela começou a piscar muito rápido e às vezes pressionava os olhos fortemente. Eu fiquei preocupada, isso não é normal. -- Clarke disse.

-- Era para tentar parar. -- Lexa disse e então o médico se aproximou da cama.

-- Tentar para o quê? -- O doutor perguntou, acendendo sua pequena lanterna nos olhos da garota. -- Siga meu dedo com os olhos. -- Ele pediu e Lexa o fez.

-- De piscar. -- Lexa replicou. -- Eu apertei os olhos fortemente para tentar parar de piscar.

-- Sentiu algo? Tontura, dor, mal-estar? Algo diferente? -- Lexa pareceu pensar e logo assentiu.

-- As minhas bochechas arderam. -- O médico assentiu, olhando para Clarke.

-- Sobre o que falavam?

-- Klórk, não! -- Lexa pediu com veemência, enrubescendo; seus olhos começaram a repetir o mesmo de alguns minutos antes ao piscarem rapidamente. Lexa apertou fortemente eles e negou com a cabeça. -- Não param! Argh! -- Lexa disse.

-- Vou levá-la para uma ressonância e precisarei que você toque neste mesmo assunto com ela quando estivermos lá. -- Ele disse, fazendo Clarke assentir.

-- Devo ligar para a mãe dela? -- Clarke perguntou aflita, cruzando os braços. O doutor apenas sorriu e negou.

-- Se for o que eu estou pensando então não tem com o que se preocupar. -- Ele disse calmamente. -- Vamos fazer a ressonância, hm? Depois disso se o resultado for algo negativo você chama a mãe dela, mas eu acredito que não será necessário. -- Clarke assentiu, vendo o homem acariciar seu braço sem malícia, apenas a confortando.

-- Hey, princesa... -- Clarke chamou assim que o médico saiu, se debruçando sobre a cama. -- Vamos fazer um exame rápido em você, tudo bem? Eu vou estar lá com você.

-- Vai doer? -- Lexa perguntou assustada.
-- Não. O médico só vai tirar uma foto do seu cérebro. -- Ela disse, sentindo os dedos de Lexa se entrelaçarem nos seus.

-- Igual o moço da TV? -- Perguntou curiosamente e Clarke negou com a cabeça.

-- De jeito nenhum. O moço da TV é um homem bobo. Não quero que pense que você tem algum problema ou que é anormal, tudo bem?

-- Mas eu não sou igual a maioria da minha idade. Eu deveria ser. -- Ela disse, sentindo Clarke acariciar seu rosto.

-- Vou contar um segredo. -- Ela disse baixinho. -- Ninguém é igual ninguém. Não quero que se sinta triste com o que ele disse, tudo bem?

-- Você promete que não liga? -- Clarke sorriu e assentiu.

-- De dedinho. -- Clarke respondeu, entrelaçando seu dedo mindinho com o de Lexa.

-- Então eu deixo o médico tirar foto do meu cérebro. -- Lexa disse sorrindo, fazendo Clarke sorrir também, porém internamente ela sentia um medo avassalador. Mesmo com o médico achando não ser algo preocupante, Clarke só se acalmaria quando soubesse do que se tratava aquele piscar de olhos.
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Em um piscar de olhos - ClexaOnde histórias criam vida. Descubra agora